A novela em que se transformou a construção da terceira via terá um desfecho, hoje (9/6), na reunião da Comissão Executiva do PSDB, em Brasília, que deverá aprovar o nome do senador Tasso Jereissati (CE) como candidato a vice-presidente na chapa da senadora Simone Tebet (MDB-MS) à Presidência da República. O acordo foi selado, ontem, em uma reunião com a participação dos presidentes das legendas que compõem a tríplice aliança — incluindo o Cidadania, federado ao PSDB — no gabinete do parlamentar cearense.
Segundo esta matéria originalmente publicada pelo Correio Braziliense, o acordo já estava encaminhado desde a semana passada, como antecipou o Correio no último domingo, mas faltava alinhar a montagem do palanque da aliança no Rio Grande do Sul. O ex-governador Eduardo Leite, que era cotado para formar chapa com Tebet, decidiu se candidatar a um novo mandato ao governo gaúcho coligado com o MDB.
Desde cedo, o clima entre os principais líderes do PSDB e do MDB era de otimismo. Depois da reunião no gabinete de Jereissati, os presidentes das duas legendas comemoraram nas redes sociais. “Nesse importante momento da história do país, será encaminhado, nesta quinta-feira, na Executiva Nacional do PSDB, a proposta de coligação com o MDB para eleição de presidente da República com o nome da senadora Simone Tebet”, informou Bruno Araújo. Na mesma linha, o presidente do Cidadania, Roberto Freire, disse que, “apesar da descrença de muitos”, o momento “histórico foi construído”.
Os líderes evitaram citar o nome de Jereissati como um dos pilares do acordo, mas o Correio apurou que o senador deu sinal verde para compor a chapa. A expectativa é que, hoje, ele seja confirmado. Também participaram da reunião que consolidou a união MDB-PSDB-Cidadania o coordenador do programa de governo de Tebet, o ex-governador do Rio Grande do Sul Germano Rigotto, e o líder do PSDB no Senado, Izalci Lucas (DF). A pré-candidata participou por videoconferência, porque amanheceu com sintomas de gripe — fez teste para detectar covid-19 e aguarda resultado.
Agora, os caciques tucanos vão trabalhar para que a ala que defendia candidatura própria, liderada pelo deputado federal Aécio Neves (MG), não atrapalhe a coligação.
Questão gaúcha
Com a decisão de Leite, na semana passada, em apostar na volta ao governo gaúcho, faltava combinar com o MDB no estado a retirada do pré-candidato da legenda, deputado estadual Gabriel Souza, da disputa estadual, em favor da coligação com o tucano. Na última terça-feira, Leite reuniu-se com o presidente do MDB-RS, Fábio Branco, e com Germano Rigotto, que classificou o encontro como “excelente”.
A pressão da cúpula tucana e emedebista é para que o diretório gaúcho do MDB desista e indique o nome para vice na chapa de Leite — mas Branco e Souza ainda resistem. A articulação inclui, ainda, o PSD, que lançou a ex-senadora Ana Amélia para tentar voltar à Casa. Uma fonte emedebista ouvida pelo Correio vaticinou que Leite “não ganha a eleição sem o apoio do MDB”.