A Prefeitura de Conde realizou o 1º Fórum Municipal de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual Contra Crianças e Adolescentes na manhã desta quinta-feira (19). O evento integra uma série de ações promovidas em alusão a 18 de maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Infantil.
Autoridades como a prefeita Karla Pimentel, a promotora de Justiça Drª Cassiana Mendes, a coordenadora da Proteção Social Especial de Média Complexidade da Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Cidadania (Sedh) Tatiana Cavalcante, e as secretárias Scheilla Barbosa e Kaline Barboza, dividiram a mesa com presidentes de conselhos e representantes de órgãos da proteção à criança e ao adolescente.
Todos chamaram atenção para os números alarmantes de crimes sexuais contra crianças e adolescentes de todo o país. “Infelizmente é uma realidade que está presente na nossa comunidade”, lamentou drª Cassiana. “O Ministério Público sabe dos danos que essa realidade provoca. São crianças e adolescentes que nunca mais serão os mesmos”, completou.
A prefeita Karla disse que é necessário haver união entre os órgãos da proteção para que seja dada “voz a quem não sabe usar a própria voz”. Ela classificou o fórum como algo necessário para efetivação do cuidado: “nós aqui estamos unidos pela causa da criança e do adolescente”, disse.
Segundo Tatiana Cavalcante, especialista no tema, “quem deve proteger as vezes é quem viola”. Ela acrescentou que “esse mal, muitas vezes, é cometido por pessoas que usam do seu poder, seja em espaços públicos ou dentro dos lares.”
FAÇA BONITO
A cidade, que aderiu a campanha nacional “Faça Bonito”, também promoveu um ato com alunos das redes municipal e estadual de ensino nesta quarta-feira (18), tendo o apoio do Conselho Tutelar, Creas, Cras, SCFV (órgãos ligados a Secretaria de Trabalho e Ação Social) e da Secretaria de Educação, Cultura e Esportes.
Eles caminharam da escola João Ribeiro, no Loteamento Nossa Senhora da Conceição, até o ginásio da Praça Pedro Alves com apitos, banners e faixas com menções de protesto ao abuso e exploração sexual infantil. O ato se encerrou com exposições e apresentações de conscientização.
ESTARRECEDOR
De acordo com o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MDH), o número de denúncias feitas pelo Disque 100 cresceram consideravelmente durante a pandemia. Foram 18.681 entre janeiro e dezembro de 2021.
Na maioria das denúncias, a residência da vítima e do suspeito, é o cenário dos abusos. Foram 8.494 casos denunciados. Os agressores mais comuns foram o padrasto e a madrasta (2.617), mas também foi grande a incidência de abusos cometidos pelo pai (2.443) e pela mãe (2.044) das crianças ou adolescentes.
Em cerca de 74% dos casos a vítima foi do sexo feminino e em 60% das denúncias elas tinham entre 10 e 17 anos.