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Especialistas monitoram municípios da Paraíba para impedir reaparecimento da poliomielite no Brasil

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A Organização Panamericana de Saúde (Opas) incluiu o Brasil na lista dos oito países da América Latina que possuem alto risco de volta da poliomielite, enfermidade que, nos casos mais graves, pode provocar a paralisia.

Para impedir o reaparecimento da doença no país, especialistas decidiram monitorar o dia a dia em 41 municípios de dois Estados, Paraíba e Amapá, para que a partir dessas observações possa ser elaborado um plano de ação específico para cada cidade e, em se obtendo sucesso, atender a ideia de ampliar o modelo para o resto do País.

O motivo da inclusão do Brasil na lista é a ciência de que pelo menos 500 mil crianças no País não foram vacinadas contra a poliomielite.

O Brasil, que já teve uma cobertura de 95% da vacina da pólio, atualmente registra uma das mais baixas de sua história, 67%, segundo o pesquisador Akira Homma, diretor de Biomanguinhos, da Fiocruz. Ele foi um dos responsáveis pela erradicação da doença no País na década de 1980.

Para divulgar a importância da preocupação dos especialistas, o Estadão, publicou uma entrevista com Akira Homma que detalha a situação.

Confira a matéria:

Pelo menos 500 mil crianças no País não foram vacinadas contra a poliomielite. O número alto de pessoas sem proteção contra a doença levou a Organização Panamericana de Saúde (Opas) a incluir o Brasil na lista dos oito países da América Latina com alto risco de volta da infecção. Nos casos mais graves, a enfermidade pode provocar a paralisia.

De acordo com a Opas, braço da Organização Mundial de Saúde (OMS) na América Latina, as baixas taxas de vacinação nesses países são um perigo para todo o continente. A região não registra um único caso da doença desde 1994. O Brasil, que já teve uma cobertura de 95% da vacina da pólio, atualmente registra uma das mais baixas de sua história, 67%, segundo o pesquisador Akira Homma, diretor de Biomanguinhos, da Fiocruz. Ele foi um dos responsáveis pela erradicação da doença no País na década de 1980.

“Temos hoje no País 500 mil crianças que não foram vacinadas”, afirmou Homma, em entrevista ao Estadão. “Esse número é altamente preocupante, sobretudo porque estamos próximos de dois países de altíssimo risco de infecção, Haiti e Bolívia.”

No Brasil, de acordo com o Programa Nacional de Imunização (PNI), as crianças devem tomar a vacina injetável (de vírus inativado), aos dois, quatro e seis meses de idade. Depois, tomam ainda duas doses do imunizante oral (de vírus vivo atenuado),a primeira aos 15 meses de idade e outra aos quatro anos. De acordo com as estatísticas oficiais, 67% das crianças tomaram as três doses da vacina injetável. A cobertura da vacina oral é ainda mais baixa: 53%.

Isso não significa que metade das crianças está totalmente vulnerável. Mesmo com os dois regimes incompletos, os menores têm algum grau de proteção. Do ponto de vista da saúde coletiva, no entanto, como explicou Homma, o ideal é que todas as crianças estivessem com os dois esquemas completos justamente para impedir a circulação do vírus e eventuais mutações.

A vacina injetável da pólio está disponível no Brasil desde 1973. Mas foi só nos anos 80, com a introdução da vacina oral e das campanhas nacionais de vacinação (o Zé Gotinha foi criado nessas ações), que a doença foi finalmente erradicada, em 1989. “Tínhamos a mobilização de toda a sociedade”, lembra Homma. “Chegamos a vacinar em um único dia 18 milhões de crianças.”

Em nota, o Ministério da Saúde informou que “monitora atentamente as coberturas vacinais e tem trabalhado para intensificar as estratégias necessárias para reverter o cenário de baixas coberturas”. A pasta informou ainda que recomenda aos Estados, municípios e Distrito Federal que realizem a busca ativa para imunização e reforça a importância da manutenção das ações de vacinação de rotina. O ministério disse ainda que a divulgação de informações sobre a segurança e efetividade das vacinas como medida de saúde pública também fazem parte de ações realizadas durante todo o ano.

A cobertura vacinal da poliomielite nunca esteve tão baixa?

Infelizmente, a cobertura não só a da poliomielite, mas de todas as vacinas está caindo há uns cinco ou seis anos de forma gradativa e, mais acentuadamente, nos anos da pandemia até pelas próprias recomendações de isolamento social. Mas a verdade é que a cobertura já vinha caindo, não só no Brasil, mas no mundo todo. Em 2019, a Organização Mundial de Saúde (OMS) apontou as baixas coberturas vacinais como um dos dez principais problemas de saúde pública do mundo. A situação é realmente grave e preocupa muito porque vem crescendo o que chamamos de população de suscetíveis, de pessoas não protegidas. Há quatro semanas, tivemos um caso de pólio no Malawi, que é um país considerado livre da doença. Mais recentemente tivemos outro caso de pólio em Israel, que é um país tradicionalmente de altas coberturas vacinais. Nas duas vezes foram casos importados.

Existe risco real de a pólio voltar ao Brasil?

Sim, a importação da pólio existe e, no Brasil, por conta dessas baixas coberturas vacinais, já somos considerados um país de alto risco para reinfecção, segundo a classificação da Organização Panamericana de Saúde (Opas). Assim como o Brasil, estão nesta classificação Equador, Venezuela, Guatemala, República Dominicana e Suriname, além de outros dois países onde o risco é considerado altíssimo: Haiti e Bolívia. Veja que estamos cercados de países com risco de reinfecção, sendo que a pólio foi considerada eliminada em toda a América Latina em 1994.

A pólio ainda é endêmica em algum país?

No Paquistão e no Afeganistão. Mas o problema maior é que existem outros países no Oriente Médio e na África onde, por conta da baixa cobertura, estão surgindo casos de pólio com vírus vivos atenuados derivados de vacinas.

O senhor poderia explicar como exatamente esse mecanismo funciona?

A vacina Sabin (imunizante oral contra a pólio) é feita de vírus vivos atenuados. As crianças que recebem a vacina excretam o vírus no meio ambiente. Com a cobertura vacinal muito baixa, esse vírus pode começar a circular entre as pessoas não imunizadas. Quanto mais um vírus circula, mais mutações ele sofre, podendo se tornar uma nova ameaça, como se fosse um vírus selvagem. Se a cobertura vacinal da população fosse de 95% não haveria problema. Mas com as coberturas tão baixas, passa a ser um risco. No caso do Brasil, a cobertura da vacina injetável está em 67%; ou seja, temos mais de 30% de crianças que não tomaram a vacina. São praticamente 500 mil crianças desprotegidas. Por isso a Opas incluiu o Brasil entre os países de alto risco para a volta da pólio. O número é ainda mais preocupante porque estamos próximos de dois países de altíssimo risco de infecção, Haiti e Bolívia.

Quais são as razões para essas coberturas tão baixas, na sua análise?

São vários motivos, têm muitos trabalhos publicados. Uma das principais razões é que somos vítimas de nosso próprio sucesso. Como não temos mais surtos da doença, a população não vê mais casos, não vê doentes, e as pessoas pensam que não precisam mais se vacinar. Não precisaria se a doença estivesse erradicada completamente no mundo inteiro, mas enquanto houver países com pólio, temos que continuar vacinando as crianças justamente para evitar a entrada do vírus selvagem no País, sobretudo com o alto número de suscetíveis. Mas acho também que falta informar melhor a população sobre a situação da pólio, convocar as pessoas a se vacinarem, essa informação transparente deixou de existir. Há outros problemas também que a população aponta, como o horário de funcionamento dos postos de saúde que coincidem com os horários do trabalho.

E qual é a solução?

Estamos propondo um projeto de reconquista das altas coberturas vacinais trabalhando na ponta, nos municípios, lá onde estão os protagonistas da vacinação. Estamos acompanhando o dia a dia em 41 municípios de dois Estados, Amapá e Paraíba, e a partir dessas observações vamos elaborar um plano de ação específico para cada cidade. A ideia é ampliar para o resto do País.

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Eleição para nova Mesa Diretora da Assembleia Legislativa acontece nesta terça-feira

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Redação do Portal da Capital

Uma nova eleição para Mesa Diretora da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) deve acontecer nesta terça-feira (26/11). O pleito ocorre após a aprovação do projeto de resolução 303/2024, que modificou o Regimento Interno da Casa e instituiu uma nova eleição para a mesa.

A medida acontece após a Procuradoria-Geral da República (PGR) acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo que a reeleição antecipada do deputado estadual Adriano Galdino (Republicanos) como presidente da Casa Legislativa seja oficialmente anulada para o biênio 2025/2026. Segundo a PGR, a antecipação da dita eleição fere “os princípios da alternância do poder político e da temporalidade dos mandatos”.

No entanto, o parlamentar acredita que não haverá surpresas na recondução da presidência da Assembleia e expressou confiança em eleição por unanimidade.

A permanência dos membros também tem aprovação do governador João Azevêdo (PSB). De acordo com o gestor, existe tranquilidade em relação ao tema, uma vez que, em reunião com o presidente da ALPB, já havia exposto o desejo de que a composição da Mesa Diretora continuasse da mesma forma.

 

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Maior evento religioso da PB, Romaria da Penha ocorre neste sábado e deve reunir milhares de fiéis

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Redação do Portal da Capital

A tradicional Romaria da Penha, maior evento religioso do Estado, acontece neste sábado (23/11) em João Pessoa. Em um percurso de caminha com extensão de 14 quilômetros, milhares de fiéis participarão da 261ª edição da festa, que tem como tema “Senhora da Penha, porque ‘somos todos irmãos’, ajudai-nos a viver a fraternidade e a amizade social”.

Programação

Os eventos começam às 16h30, com a Carreata de Nossa Senhora da Penha. A imagem da santa será conduzida do Santuário da Penha, localizado no bairro da Penha, até a Igreja Nossa Senhora de Lourdes*, no Centro da cidade.

A Romaria tem início às 22h, partindo da Igreja de Lourdes em direção ao Santuário da Penha. A caminhada, que atrai devotos de diversas cidades e estados, deve terminar por volta das 3h30, com a celebração de uma missa campal presidida pelo arcebispo da Paraíba, Dom Manoel Delson.

Caminhada de fé

A Romaria da Penha é uma manifestação de fé que atrai pessoas de todas as idades, reunindo famílias, grupos de oração e comunidades paroquiais. Os fiéis caminham em oração e cânticos, muitos carregando velas ou imagens da santa, criando um ambiente de emoção e devoção.

O evento, que acontece há décadas, é considerado uma das maiores expressões de religiosidade popular do país e celebra a intercessão de Nossa Senhora da Penha, padroeira do Santuário e símbolo de proteção para os fiéis.

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Sudene aprova liberação de recursos do FDNE para parques eólicos da PB e RN

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Redação do Portal da Capital

A Sudene autorizou o pagamento de novas parcelas de financiamento, através do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), para os parques eólicos Ventos de Santa Tereza 01 e Serra do Seridó II, IV, VI, VII e IX.

No total, a Diretoria Colegiada da autarquia aprovou o desembolso de R$ 70,8 milhões do fundo regional para estes empreendimentos que estão instalados no Rio Grande do Norte e na Paraíba.

“O FDNE é um dos principais instrumentos de financiamento para a energia renovável na nossa área de atuação, atraindo investimentos para o setor. Nos últimos anos, quase que a totalidade dos recursos do fundo foi destinada ao financiamento de implantação de parques de energia solar e eólica, contribuindo para o papel de destaque que o Nordeste tem na transição energética”, afirmou o superintendente Danilo Cabral. Ele frisou que o Fundo é administrado pela Sudene e operado por instituições financeiras parceiras.

A empresa Ventos de Santa Tereza 01 investiu R$ 249,4 milhões no parque eólico de geração de energia no município de Pedro Avelino (RN). Desse valor, R$ 143,1 milhões foram financiados pelo FDNE, com projeto aprovado em 2022, dos quais já haviam sido liberados R$ 67,7 milhões.

A última aprovação foi referente à segunda parcela do financiamento. O projeto tem potência instalada de 41,3 MW de energia e vai gerar 90 empregos diretos e indiretos quando estiver em operação plena.

Os cinco parques eólicos Serra do Seridó, localizados no município de Junco do Seridó (PB), somam um investimento total de R$ 832,5 milhões, dos quais R$ 239 milhões são do FDNE.

Os valores liberados na última reunião da Diretoria Colegiada correspondem à quarta parcela do financiamento – no total, serão R$ 15,7 milhões. Essas unidades são da multinacional EDF Renewables e fazem parte do Complexo do Seridó, composto por 12 parques eólicos, que entraram em operação em julho do ano passado e têm capacidade total instalada de 480 MW.

O agente operador desses financiamentos é o Banco do Brasil. A Sudene conta com quatro instituições financeiras como agentes operadores do FDNE, além do BB. São elas Caixa Econômica Federal , Cooperativa de Crédito, Poupança e Investimento Sicredi Evolução, Banco do Nordeste (BNB) e Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG).

O superintendente da Sudene, Danilo Cabral, destaca a importância do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste para a região e reforça que a contratação de novos agentes operadores “fortalece a política de democratização de acesso ao crédito e contribui para uma maior interação com o setor produtivo, uma vez que essas instituições estão mais próximas da realidade local. “Essa ação está em sintonia com a aposta da Sudene em um diálogo mais efetivo que tenha, como consequência, a atração de novos negócios e a geração de emprego e renda”, afirmou.

Em fevereiro, foi assinado um protocolo de intenções para que o Banco do Estado de Sergipe (Banese) também passe a operar os recursos do FDNE. Para o diretor de Fundos, Incentivos e de Atração de Investimentos da Sudene, Heitor Freire, esse é um caminho para “democratizar os fundos regionais, que é uma orientação do Governo Federal, contribuindo para uma maior divulgação desse importante instrumento de ação, que é o fundo, e ampliando o acesso ao crédito”.

Heitor Freire falou sobre a importância do FDNE para o desenvolvimento regional. “Esse é um importante instrumento para a atração de investimentos para os 11 estados da área de atuação da instituição, com taxas bastante atrativas. Para 2024, há a disponibilidade de R$ 1,1 bilhão”, disse o gestor.

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