Mais um momento histórico para a saúde paraibana. O Hospital Alberto Urquiza Wanderley desativou a última UTI específica para covid-19. Referência na rede própria da Unimed João Pessoa para atendimento a pessoas infectadas pelo coronavírus, o hospital já havia festejado outro marco histórico no dia 11 de março. Naquela data, pela primeira vez desde o início da pandemia, a unidade zerou os pacientes internados com covid, após dois anos ininterruptos de atendimento a pacientes com a doença. A desativação da última UTI covid ocorreu na última sexta-feira (1º).
No pico da pandemia, o Hospital Alberto Urquiza chegou a atender, em um único dia, 235 pacientes suspeitos de contágio pelo coronavírus e a internar 48. Nas áreas de isolamento (apartamentos e UTI), contabilizou até 168 pacientes internados, 82 deles intubados.
Missão cumprida
O presidente da Unimed João Pessoa, Gualter Lisboa Ramalho, lembrou que, há dois anos, assumiu a gestão do plano de saúde, junto a outros cooperados, com a difícil missão de estruturar o atendimento a casos de covid. “Só em UTI foram aproximadamente dois mil atendimentos covid. Nesses dois anos, mudamos a forma como a sociedade via a marca Unimed e estamos cada vez mais fortes para expandir”, disse.
O diretor clínico e técnico do hospital, o cirurgião geral José Calixto da Silva Filho, foi um dos inúmeros plantonistas que estiveram na linha de frente do enfrentamento à doença. “Fico até emocionado em fazer parte desta guerra e estar vivenciando nossa vitória. Não temos mais alas exclusivas para covid, nem mesmo UTI. Mas, continuaremos com todos os cuidados e com a dedicação de sempre para atender o nosso paciente com segurança”, disse.
Como fica o atendimento
A partir de agora, caso o hospital receba um caso de covid, o paciente será tratado com as precauções necessárias já aplicadas a outras doenças respiratórias, como a tuberculose. Tudo com a segurança que marcou a trajetória do Hospital Alberto Urquiza na pandemia.
“Temos, ainda leitos de isolamento em UTI, caso seja necessário internar algum paciente”, explicou a coordenadora médica das UTIs adulto, cardiologista Yuzeth Brilhante.
A médica lembrou o esforço dos médicos no enfrentamento à doença. “Foram meses de dedicação, alguns colegas chegaram a ficar dias sem ir nas suas próprias casas, mas vencemos”, comemorou.
Para o plantonista Igor Mendonça, que também esteve na linha de frente no cuidado aos pacientes com covid, vivenciar o cenário atual sem nenhum paciente na UTI respiratória traz um alívio e um sentimento de gratidão. “Foram momentos de luta, mas com fé e a contribuição da ciência nos trouxeram vitória”, comemorou.
Nova fase
O supervisor das UTIs adulto, Erick César, reforçou o esforço de todos os profissionais que se empenharam para chegar nesse resultado. “É um sentimento de dever cumprido. Agora é partir para uma nova fase, mantendo a excelência dos cuidados demonstrado durante a pandemia”, afirmou.
Para a coordenadora de enfermagem das UTIs covid, Rosilene Linhares, a sensação é de dever cumprido. “Nós nos dedicamos ao máximo: todas as equipes, todos os profissionais. Há dois anos, não poderíamos imaginar que atenderíamos tantos pacientes. Estamos felizes em saber que ajudamos a salvar tantas vidas”.
Como forma simbólica de comemoração, o médico Calixto Filho fechou as portas da UTI e alguns dos colaboradores do setor aplaudiram, em agradecimento pelas vidas salvas.