Uma pesquisa realizada pela agência de empregos Catho no ano passado revelou que as mulheres continuam ganhando menos que os homens em todos os cargos de liderança, cuja diferença média é 34%. Além de salários inferiores, elas ainda se deparam com obstáculos em algumas áreas. Em tecnologia, por exemplo, ocupam apenas 19% dos cargos. Para contribuir com a correção dessa disparidade na Paraíba, principalmente entre os jovens, a secretária de Estado da Juventude, Rafaela Camaraense, disponibiliza o programa ‘Ela Pode’, voltado para a capacitação gratuita de mulheres, ajudando-as no crescimento pessoal e profissional, garantindo independência financeira e de decisão sobre seus negócios e vidas.
Nesta terça-feira (8), Dia Internacional da Mulher, a secretária de Estado das Juventudes, Rafaela Camaraense, destacou a iniciativa como uma política pública importante para minimizar essa disparidade. “É responsabilidade do poder público criar ações que proporcionem essa mudança de realidade, para que homens e mulheres tenham o mesmo reconhecimento e remuneração no mercado de trabalho, e possam viver com cidadania plena de direitos”, defendeu.
Atualmente, o programa ‘Ela Pode’ conta com o apoio da Rede Mulher Empreendedora nas capacitações oferecidas, também gratuitamente para mulheres em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Os cursos abordam temas importantes para os desafios mais comuns na área do empreendedorismo e empregabilidade, tais como: comunicação, liderança, negociação, finanças, networking, marca pessoal e ferramentas digitais.
Mesmo com mais anos de estudo, as mulheres continuam ganhando menos que os homens para exercer as mesmas funções. A pesquisa Estatísticas de Gênero do IBGE aponta que enquanto o nível de escolaridade superior dos homens é de 21,5%, as mulheres já atingem 29,75%.
Maternidade e Mercado de Trabalho – Segundo pesquisa salarial realizada pela Catho, em fevereiro de 2021, mostrou ainda que em funções para gerência e diretoria, as mulheres chegam a ganhar 24% menos que os homens, por exemplo. Porém, o gênero feminino enfrenta outros obstáculos no mercado de trabalho, além da diferença salarial. A relação entre maternidade e carreira implica normalmente em ter que lidar com desafios após a licença-maternidade e, às vezes, até antes do nascimento do bebê.
O levantamento do IBGE mostrou que a participação das mulheres sem filhos na força de trabalho é 35,2% maior em relação à participação daquelas com filhos.
Pandemia – Outro fator destacado por Rafaela Camaraense que prejudicou a participação feminina foi a pandemia. Ela destacou os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, a força feminina no mercado de trabalho caiu de 53,3% – no terceiro trimestre de 2019 – para 45,8%, no mesmo período de 2020. Essa é a taxa mais baixa desde 1991. Já entre os homens, a participação é mais expressiva e a queda foi menor: de 71,8% para 65,7%.
“Mulheres com filhos, invariavelmente, foram mais impactadas no mercado de trabalho. O isolamento, com o fechamento de creches e escolas, reforçou a divisão sexual do trabalho. É preciso buscar soluções que garantam a empregabilidade e a renda das mulheres, por isso, criamos os cursos do “Ela Pode”. O desemprego leva a um aumento de todos os tipos de violência, incluindo a sexual e a doméstica, além de agravar vulnerabilidades femininas”, defendeu Rafaela Camaraense.