O estudante de Medicina, Antônio Cristóvão Neto, de 22 anos, que é filho do atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, já é, oficialmente, um novo filiado ao PL, partido do atual presidente Jair Bolsonaro.
Já é uma informação pública que Antônio Cristóvão não apenas cogita levar a sério a ideia de assumir o lugar do pai na disputa eleitoral deste ano, como já começa a trabalhar para isso.
Na segunda quinzena do último mês de janeiro, Antônio, durante entrevista à Rádio Arapuan, anunciou a pretensão de participar da disputa eleitoral este ano e ressaltou que, de um modo geral, o movimento político tem permitido a eleição de pessoas que não tem tradição política na família.
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O ministro Queiroga, por sua vez, e de modo relativamente discreto, tem trabalhado para apresentar ao filho os ‘melindres’ e particularidades reais do universo político, para tanto, desde o ano passado, tem levado Antônio para participar de algumas agendas oficiais em alguns municípios brasileiros e, até mesmo, em Brasília.
Antônio Cristovão que, a preço de hoje é um pré-candidato a uma vaga na Câmara, em Brasília, como deputado federal pela Paraíba, já conseguiu, inclusive, mesmo sem ser integrante de quaisquer comitivas oficiais do Goveno Federal, participar de duas viagens ministeriais, em uma com o pai e em outra com o ministro do Turismo, Gilson Machado. Em ambas as ocasiões, os deslocamentos foram realizados em aeronaves da FAB (Força Aérea Brasileira).
O jovem, assim como o pai, é bolsonariasta, militante da extrema direita e, segundo informações de alguns líderes do ‘Centrão’ com quem ele teve contato, um “fanático” por política que há anos sonha em se candidatar e se transformar em um político de carreira.
Desgaste
O desgaste da imagem pública do ministro Marcelo Queiroga tem sido apontado por analistas políticos como fator principal para que o médico paraibano comece a deixar, pelo menos, temporariamente de lado o desejo de passar mais tempo inserido no ambiente político.
Queiroga, que é médico cardiologista, ao longo de sua temporada enquanto ministro, praticamente, jogou fora a credibilidade profissional que tinha enquanto médico, ao optar por se alinhar e defender, publicamente, pontos de vista do seu chefe imediato, Jair Bolsonaro, que vão de encontro à Ciência. Tanto ao ponto de ser comparado a um ‘charlatão’.
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Os presidentes da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Paulo Jerônimo, e do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro, Alexandre Telles, protocolaram, no mês de janeiro, um pedido de impeachment do ministro Marcelo Queiroga, da Saúde, no gabinete do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
No documento, os solicitantes apontam como justificativa para o afastamento a atuação de Queiroga diante da pandemia de Covid-19, especialmente a demora do ministério em viabilizar a vacinação de crianças contra a doença.
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Durante fala recente, em entrevista à imprensa antes do início do ano Legislativo, Queiroga chegou a assumir que mesmo nunca tendo militado na vida política partidária hoje é um quadro técnico que trabalha pelo presidente Bolsonaro.
“Sou médico há mais de 30 anos, nunca militei na vida política partidária, mas hoje eu sou um quadro técnico, como vocês gostam de chamar, de bolsonarista. Vou trabalhar aqui pelo meu presidente Jair Messias Bolsonaro”, frisou Queiroga.
Para defender a gestão do seu empregador, Queiroga chegou a se envolver, inclusive em episódios vexatórios como o registrado durante sua passagem enquanto ministro da Saúde em viagem oficial com a comitiva brasileira para participação na 76ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nos Estados Unidos.
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Na ocasião, Queiroga virou manchete internacional ao estirar os dedos do meio como forma de ofensa aos manifestantes que realizavam protestos em Nova York, nos Estados Unidos, contra Bolsonaro.
Diante da avalanche de críticas, Queiroga chegou a reconhecer a sua avaliação negativa na Paraíba e desistir de concorrer as Eleições 2022, porém, caso decida voltar atrás e arriscar uma candidatura ele ainda tem até o início do mês de abril período de encerramento do prazo para desincompatibilização do cargo para disputar as eleições.
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