O ex-governador Ricardo Coutinho (PT) deverá terceirizar uma candidatura da própria esposa, Amanda Rodrigues, para tentar driblar a inelegibilidade decretada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Pelo menos, essa é a informação que circula nos bastidores da política paraibana.
De acordo com informações publicadas no Blog do Helder, a intenção que estaria sendo trabalhada é a de lançar Amanda Rodrigues como candidata ao cargo de deputada federal ou, de forma mais ousada, ao de senadora.
Segundo os comentários, Ricardo Coutinho estaria depositando toda confiança na sua militância, a mesma que o acompanha fielmente e o colocou em 6º lugar na disputa para o comando da Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) em 2020, apesar de todos os escândalos e prisões decorrentes da Operação Calvário que, através de investigações, descobriu o desvio de um montante superior aos R$ 130 milhões dos cofres públicos paraibanos durante sua gestão enquanto governador da Paraíba.
Nas últimas eleições, a militância de Ricardo Coutinho surpreendeu as expectativas de todos e fez o ex-governador registrar 38.969 votos (10,68%) e ficar a 36.641 votos do primeiro colocado, Cícero Lucena (PP), que obteve 75.610 votos (20,72%).
Os números alcançados por Ricardo foram considerados extremamente positivos dada a quantidade de escândalos na sua história política que o colocaram até na lista de procurados da Interpol, a Organização Internacional de Polícia Criminal.
Ainda segundo informações de bastidores, Ricardo Coutinho, que é um dos favoritos do ex-presidente Lula, mesmo com um decreto de inelegibilidade ‘no bolso’ também deverá pleitear um cargo de ministro caso o ex-presidente seja eleito nas Eleições 2022 e retorne ao comando da Presidência da República.
Diferente do que muitas pessoas pensam, a esposa Amanda Rodrigues não é estranha ao universo político e, muito menos, da gestão pública, há, inclusive, quem credite à ela um considerável poder de articulação política em todos os níveis e, é sabido que, em seu currículo, ela ainda traz a experiência de gestora do Fundo Empreender/PB durante a gestão do, agora, marido Ricardo Coutinho.
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A ex-gestora, assim como o marido, chegou a ter contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) após irregularidades serem apontadas pela auditoria, reiteradas em parecer ministerial, entre as quais, o elevado número de inadimplência em relação aos empréstimos concedidos, falta de transparência e de controle da efetividade na aplicação dos recursos.
Já em se tratando de Ricardo, ainda neste mês de janeiro, o TCE-PB realizará mais um julgamento relacionado a prestação de contas do exercício financeiro de 2018 que foi comandado por ele. O julgamento, que chegou a ser adiado por três vezes, está agendado para o próximo dia 26.
Uma outra expectativa diz respeito à análise das contas do exercício de 2016, também da lavra da gestão do ex-governador, que deverão ser julgadas pela Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) ainda no primeiro trimestre deste ano de 2022.
As ditas contas foram reprovadas por divergência nos cálculos da aplicação de recursos do Fundeb em manutenção e desenvolvimento do ensino. O processo já foi encaminhado para o Ministério Público da Paraíba (MPPB) e o comunicado acerca da reprovação também já foi enviado oficialmente à ALPB.
Caso as contas também sejam reprovadas pela ALPB, Ricardo Coutinho receberá mais um veredito de inelegibilidade com efeito imediato.