A eleição da sobrinha de um desembargador paraibano como conselheira federal pela Paraíba, foi citada em uma matéria publicada neste domingo (8), pelo Estadão, que fez um ‘apanhado’ nacional sobre “clãs do Judiciário” que elegeram parentes e sócios em eleições da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Em se tratando da Paraíba, o nome citado foi o de Michelle Ramalho, sobrinha do desembargador Luiz Silvio Ramalho Junior, que foi eleita conselheira federal pelo Estado.
Em resposta ao Estadão, Michelle nega que tenha havido influência da magistratura no pleito e que na seccional paraibana da OAB, houve paridade de cargos (50%) que, segundo destaca, se trata de um “feito inédito na Democracia brasileira”.
De acordo com a matéria intitulada “Clãs do Judiciário elegem parentes e sócios em um terço das OABs“, no país, um terço das chapas elegeu membros que pertencem ou são ligados a tradicionais clãs de membros do Judiciário brasileiro.
Além do de Michelle Ramalho, outros nomes de outros Estados foram citados como, por exemplo, o do advogado Caio Rocha que, no Ceará, também foi eleito conselheiro federal.
Caio é filho do ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Cesar Asfor Rocha, que entrou na Corte pelo quinto constitucional e foi conselheiro da entidade. Pai e filho são próximos na advocacia.
Ambos foram denunciados por peculato e exploração de prestígio no próprio STJ no âmbito da Operação E$quema S, que investigou a influência indevida na Corte em uma batalha judicial da Fecomércio.
A denúncia foi anulada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e a investigação, transferida da Lava Jato do Rio para o MP Estadual, onde será reiniciada. Procurado, Caio não quis comentar.
Ao final do texto, a matéria corrobora a fala de Michelle afirmando que, no ano de 2021, “pela primeira vez, a OAB realizou eleições com cotas de gênero e raciais. Desta forma, todas as diretorias das chapas deveriam ter 50% de mulheres. Também ficou definida a participação de 30% de negros. Quatro Estados que nunca tiveram mulheres no comando quebraram este paradigma, entre eles São Paulo”.