Silenciar, respirar profundamente, fazer uma viagem introspectiva para atingir um nível de relaxamento satisfatório. A conversa franca, em círculo, com cada um expondo seus verdadeiros sentimentos instantâneos. Esses são alguns dos exercícios que há quatro anos passaram a fazer parte da rotina nas salas de aula das escolas estaduais da Paraíba.
Educar para as emoções, desenvolver a resiliência, compreender e superar dificuldades, conflitos, despertar para o respeito com o próximo e consigo mesmo, usar a afetividade como instrumento de melhoria da autoestima e das relações interpessoais. Tudo isso está sendo possível, trazendo para a comunidade escolar a certeza de que os avanços para a construção de uma cultura de paz vem sendo alcançados gradativamente.
A Metodologia Liga Pela Paz, desenvolvida pela Organização Inteligência Relacional, pioneira no Brasil nos estudos das inteligências socioemocionais, passou a ser importante referência para o ensino-aprendizagem no Brasil. A Paraíba compreendeu, bem antes da proposta de transformação da educação prevista pela Base Nacional Comum Curricular, a necessidade de trabalhar as emoções de alunos, professores e família, e tal trabalho que já acontece há cinco anos tem gerado grandes transformações.
Para proporcionar uma boa aprendizagem cognitiva, disciplinas tradicionais como Matemática, Português, História, é crucial o desenvolvimento das habilidades socioemocionais. A metodologia Liga Pela Paz permite a construção e descoberta de conhecimentos sobre temas como o bullying, estresse, respeito, empatia, solidariedade, ansiedade, medo, família, alegria, tristeza, raiva, enfim, todos os componentes que contribuem para a formação psicológica dos educandos, para melhorar o convívio em sociedade.
“A implantação da educação socioemocional, grande avanço para a Paraíba, pela Secretaria de Estado da Educação, foi implantada a partir de uma situação que estávamos enfrentando em relação às drogas e violência nas escolas, e precisávamos lidar, aprender a lidar melhor com aquilo. Após o desenvolvimento da educação emocional estamos conseguindo superar muitos obstáculos e alcançar muitas conquistas”, explica Luiz Carlos Gabi, gerente da 6ª Gerência Regional de Educação.
Apesar dos avanços, constatados pelo Conselho Federal de Psicologia, que aponta um aumento de 28% nos comportamentos socialmente habilidosos e redução de 30,9% nos comportamentos problemáticos, para Luiz Carlos ainda é necessário que o trabalho se estenda e aproxime cada vez mais a família da escola. Ele também destaca a importância da preparação que os professores recebem e como isso contribui para a educação dos alunos.
“Recebendo a formação em educação emocional, os professores se encontram aptos a trabalharem os conteúdos de educação emocional. Assim, eles desenvolvem a metodologia, ajudando os alunos a se preparar para a vida e os desafios que enfrentarão a partir do desenvolvimento das habilidades emocionais. Tudo isso vem colaborando para a redução da violência e dos conflitos e melhore os índices de convivência e aprendizagem. O trabalho com as famílias também deve ser reforçado para que assim, a cultura de paz seja construída na sociedade como um todo”, disse o gerente.