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PEC 23: aprovação da proposta de paraibano pode violar direito dos credores e descontrolar inflação

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O ex-ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega, em sua coluna no Estadão explicou que a aprovação da PEC 23 proposta pelo deputado paraibano Hugo Motta (Republicanos) poderá violar o direito dos credores e tornar a inflação incontrolável já a partir da sua aplicação.

De acordo com o especialista, precatórios são ordens de pagamento originárias de sentenças judiciais definitivas. Trata-se de direitos líquidos e certos. Representam uma indenização por erros do governo no cálculo de desapropriações, transferências de recursos a Estados e municípios, benefícios previdenciários e remuneração de pessoal, e em intervenções do Estado na economia.

Embora tenham o mesmo status dos títulos públicos (o Tesouro é o mesmo devedor), os precatórios são créditos de segunda classe para muitos, inclusive para o Legislativo. A Constituição incorpora essa visão. Pelo seu artigo 100, § 20, se houver precatório superior a 15% do montante orçado para esse tipo de despesa, 15% do seu valor será pago no exercício seguinte. O restante, nos cinco anos subsequentes. Nesta linha, o governo tem proposto emendas constitucionais para parcelar os precatórios. Calote inequívoco.

Também são comuns os erros conceituais. Há quem equipare os precatórios à dívida da União, mas eles são despesas primárias como outros gastos. Quando o governo compra e recebe um bem ou serviço, realiza uma despesa. Se não pagar, vira dívida. Assim, precatórios são dívida apenas se a obrigação não for paga.

O governo se surpreendeu com o valor dos precatórios no Orçamento de 2022, no valor de R$ 89,1 bilhões. Não deveria, pois a Advocacia-Geral da União (AGU) defende o Tesouro nos respectivos processos, informando regularmente o Ministério da Economia à medida que as sentenças são prolatadas. Mesmo assim, o governo propôs (PEC 23) o parcelamento dos precatórios em dez prestações anuais. Ocorre que o crescimento exponencial desses gastos não decorreu de um meteoro, mas de ganhos de eficiência dos tribunais, por três razões: digitalização dos processos, plenários virtuais e modernização do Código de Processo Civil.

O relator da PEC 23, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), conseguiu piorar a proposta. Seu substitutivo prevê que o Orçamento de 2022 inclua apenas o valor dos precatórios de 2016, atualizados pelo mesmo método de ajuste do teto de gastos à inflação. Isso equivale a R$ 40,5 bilhões. Os remanescentes R$ 48,6 bilhões seriam transferidos para 2023, e assim sucessivamente. Hipólito Gadelha Remígio, consultor do Senado, estima que essa bola de neve – uma moratória sem prazo definido – alcançará, em 20 anos, R$ 5 trilhões. Pior, não seriam inscritos precatórios que excedessem os citados R$ 40,5 bilhões, obrigando o Judiciário a “esconder” parte de suas próprias sentenças. Essa contabilidade criativa impediria a documentação de parcela das obrigações, violando direito dos credores.

Ademais, se o Congresso aprovar a proposta, criaria um sério risco para o teto de gastos. O Supremo Tribunal Federal (STF) pode decidir que a emenda resultante da PEC 23 é inconstitucional. Emendas semelhantes (de números 30 e 62) tiveram o mesmo veredicto. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) anunciou que apresentará ação com esse objetivo. Se essa decisão for tomada em 2022, a União será obrigada a incluir uma dotação adicional de R$ 48,6 bilhões no Orçamento. Ocorre que o espaço gerado pelo calote terá sido preenchido com despesas adicionais do novo Bolsa Família e outras. Não será possível absorver o impacto sem a ruptura do teto de gastos. Um problemão.

O custo dessa ruptura seria enorme. Haveria piora do já grave desequilíbrio macroeconômico, o que afetaria a confiança no País e nos colocaria em rota de dominância fiscal, aquela em que o Banco Central perde a capacidade de preservar a estabilidade da moeda. A inflação ficaria incontrolável.

Se os autores do teto de gastos imaginassem os impactos dos ganhos futuros de eficiência do Judiciário, teriam dado aos precatórios o mesmo tratamento conferido às despesas de difícil previsão, como as da Justiça Eleitoral, das transferências aos Estados e municípios e da capitalização de empresas estatais. O secretário do Tesouro da época e participante dos respectivos estudos, Mansueto Almeida, disse recentemente que foi um erro incluir os precatórios no teto.

O vice-presidente da Câmara, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), apresentou uma PEC pela qual os precatórios seriam excluídos daquele limite. É uma saída razoável. Poder-se-ia estabelecer um prazo para a vigência da exclusão, digamos três anos, durante os quais se promoveria um amplo debate sobre o teto e se indicariam medidas para viabilizá-lo. Fabio Giambiagi tem proposta nessa área. Outra poderia ser a revogação das emendas do relator-geral do Orçamento. Trata-se de uma excrescência institucional pela qual se distribuem recursos sem a transparência e a prudência das emendas normais. Um parlamentar tem o poder de executar o Orçamento. Uma jabuticaba.

Sabia-se que o teto só seria viável com reformas para reduzir a rigidez da despesa e restabelecer a capacidade de gestão fiscal. As autoridades teriam incentivos para agir, o que não aconteceu. A exclusão temporária dos precatórios poderia associar-se à busca de uma saída definitiva.

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Procon-JP notifica postos de combustíveis para justificarem aumento de preço da gasolina

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A Secretaria Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor de João Pessoa está fiscalizando os postos de combustíveis da Capital para apurar se há irregularidade nos valores praticados nas bombas desde o final de semana, seguindo denúncias de consumidores por aumento extemporâneo no preço da gasolina. Na tarde desta segunda-feira (13), o Procon-JP notificou nove postos que aumentaram o preço em 40 centavos, 10% a mais que o preço apurado pela pesquisa realizada na semana passada.

Além das explicações que devem ser dadas em até 48h ao Procon-JP, as notificações solicitam as últimas notas fiscais de compra e venda dos combustíveis para analisar se está havendo abusividade. O secretário Rougger Guerra explica que o Procon-JP vai analisar toda documentação emitida pelos postos e verificar se há irregularidades e de que grau.

Rougger Guerra pontua que o consumidor é parte fundamental na fiscalização ao denunciar os locais onde porventura desconfiem de algum tipo de irregularidade. “O consumidor pode entrar em contato com o Procon-JP através do telefone 3213-4702, do WhatsApp 98865-0179 ou ainda pelo site procon.joaopessoa.pb.gov.br”, destacou.

Pesquisa – Quanto à reclamação de aumento indevido no preço da gasolina, o titular do Procon-JP informa que a análise da documentação vai considerar os preços da última pesquisa que mostra o preço do litro da gasolina comum oscilando entre R$ 5,73 e R$ 6,09. O levantamento foi realizado em 109 postos que estavam em atividade no último dia 9 de janeiro.

Penalidades – Os estabelecimentos que forem pegos praticando irregularidades estão sujeitos às penalidades previstas na legislação, a exemplo da aplicação de multas e, dependendo da gravidade, ter as atividades suspensas temporariamente.

Atendimentos do Procon-JP:
Sede: Avenida Pedro I, 473, Tambiá
Recepção: (83) 3213-4702
Procon-JP na sua mão: (83) 98665-0179
WhatsApp do transporte público: (83) 98873-9976
Instagram: @procon_jp
Site: procon.joaopessoa.pb.gov.br
Procon-JP Digital: totens instalados nos shoppings Mangabeira, Manaíra, Tambiá e Parahyba Mall

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Paraíba é destaque internacional na Revista Value in Health especializada em economia da saúde

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A Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Gerência de Economia da Saúde – que integra o Núcleo de Economia da Saúde (NES) da Paraíba, foi citada como um dos cinco casos de sucesso no Brasil num artigo na Revista Internacional Value in Health. A publicação refere-se ao estudo do Ministério da Saúde (MS) que examina a importância dos Núcleos de Economia da Saúde (NES) na gestão do SUS. A atividade da Paraíba considerada como caso de sucesso foi a “Avaliação Operacional das Unidades Hospitalares do Estado”. A Paraíba está entre os 18 estados da Federação que têm NES.

De acordo com a subgerente de Gestão de Custos da Gerência de Economia da Saúde da SES, Mariani Maciel Arruda, o Ministério da Saúde tem visitado os núcleos de economia da saúde no Brasil e destacou o processo de avaliação operacional realizado pela GES em 18 hospitais da rede, como um dos cinco casos de sucesso do país. “Essa avaliação abrangeu aspectos administrativos, financeiros e operacionais, exceto a parte assistencial. A atividade foi bem recebida e apresentada em um evento em Barcelona, com elogios e inclusão em um artigo destacado na revista do evento”, destacou.

Além dessa citação na revista internacional, que é um periódico da sociedade profissional para economia da saúde e pesquisa de resultados, há um estudo sobre custos de higienização feito pela GES – PB, emitido em 2024, que foi aprovado para publicação na Biblioteca Virtual em Economia da Saúde Brasil (BVS ECOS). Para conferir o artigo no site é só acessar a publicação por meio do link https://economia.saude.bvs.br/  . Outros estudos estão sendo preparados pelo NES da Paraíba para submissão, pois o Ministério da Saúde incentiva a divulgação dessas ações.

A Rede de Economia e Desenvolvimento em Saúde (Rede Ecos) é uma rede de cooperação técnica gerida pelo Departamento de Economia e Desenvolvimento em Saúde, da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, do Ministério da Saúde, que tem como principais vertentes o apoio à implementação de políticas públicas em Economia da Saúde, a produção e disseminação da informação e o fomento à formação de técnicos e gestores do SUS.

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Tião Gomes comemora novos investimentos anunciados pelo governador João Azevêdo para o Brejo

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O deputado estadual Tião Gomes (PSB) participou, nesta segunda-feira (13), da solenidade de anúncio de novos investimentos do Governo do Estado, que somam quase R$ 12 bilhões, destinados a diversas regiões da Paraíba. Durante o evento, o parlamentar expressou sua gratidão ao governador João Azevêdo (PSB) pelos novos recursos direcionados ao desenvolvimento do Brejo Paraibano, sua principal base eleitoral.

Entre as principais ações anunciadas, destaca-se a revitalização do Memorial e Santuário do Padre Ibiapina, localizado em Santa Fé, distrito de Solânea. A obra inclui a cobertura do anfiteatro, o que permitirá que fiéis e turistas visitem o local durante todo o ano, sem serem prejudicados pelas condições climáticas. A iniciativa tem como objetivo fortalecer o turismo religioso na região e valorizar a memória do missionário.

Investimentos em Infraestrutura e Turismo

Além da revitalização do santuário, o programa contempla diversas outras ações importantes:

• Abastecimento de Água: Construção de uma barragem em Solânea, com investimento de R$ 37.327.551,00, garantindo segurança hídrica e impulsionando a agricultura regional.

• Infraestrutura Rodoviária: Construção de estradas essenciais, como a ligação entre Casserengue e Barra de Santa Rosa, de Remigio, Cepilho (Areia) e Alagoa Nova, Dona Inês a Riachão, de Pipirituba a Borborema passando pelo Roncador, destacando a estrada dos Engenhos, entre Areia e Alagoa Nova. Essas obras irão melhorar a mobilidade e o acesso às cidades da região.

• Revitalização dos Engenhos: Um programa de revitalização dos engenhos, com apoio ao desenvolvimento turístico e financiamento para os proprietários, especialmente em Areia, conhecida como a terra dos engenhos e da produção de cachaça.

O deputado Tião Gomes destacou a relevância desses investimentos para o crescimento da região. “São diversas ações que beneficiarão nossa comunidade, desde o abastecimento de água até o apoio ao turismo religioso e à revitalização dos engenhos”, afirmou. Ele também ressaltou que a cobertura do anfiteatro do Santuário Padre Ibiapina é um investimento fundamental para o turismo religioso, lembrando que em breve o Santo Padre Ibiapina será canonizado e as visitações ao santuário irão aumentar significativamente.

Além disso, Tião Gomes enfatizou a importância das obras de infraestrutura, como a construção das estradas que ligarão diversas cidades da região, e o programa de revitalização dos engenhos, que fortalecerá a economia local e o turismo. O parlamentar ainda destacou que as obras das estradas dos Caminhos dos Engenhos e entre Remígio e Areia também são frutos da solicitação do deputado Chió.

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