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Paraíba

Câmara debate Políticas de Desenvolvimento Sustentável para a Capital

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A Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) debateu Políticas de Desenvolvimento Sustentável para a Capital Paraibana, em sessão especial realizada nesta quarta-feira (20). A discussão, proposta pelo vereador Marcos Henriques (PT), reuniu professores, ambientalistas e representantes da sociedade civil organizada ligados ao tema.

Marcos Henriques defendeu que não é possível falar em desenvolvimento sustentável sem discutir o meio ambiente, e que a preservação de recursos naturais é importante para manter a Capital como uma cidade conhecida pela boa qualidade de vida. “Pesquisas mostram que João Pessoa é uma das cem melhores cidades para se morar, mas essa qualidade de vida estará comprometida se não forem adotadas medidas urgentes de promoção de um desenvolvimento que combine direito humano da cidade com a gestão dos recursos naturais e do meio ambiente como um todo”, afirmou o parlamentar, ressaltando a necessidade de decisão política e planejamento de políticas públicas nesse sentido.

O parlamentar destacou que João Pessoa precisa se preparar para quando alcançar um milhão de habitantes. “O crescimento populacional impactou a cidade, acompanhado de uma forte expansão habitacional sem o devido planejamento sustentável. Se não pensarmos em longo prazo, a população vai sofrer com esse processo”, afirmou o vereador.

De acordo com Marcos Henriques, é preciso trabalhar na preservação do Rio Gramame, frear os avanços da construção civil dentro de reservas ambientais, cobrar a continuação das ações de revitalização do Rio Jaguaribe, avançar nos debates sobre energias renováveis e investir em saneamento básico. “Vários locais da cidade ainda não são saneados, e saneamento básico é precípuo para uma cidade ecologicamente correta”, enfatizou, destacando também a importância do reconhecimento dos catadores de resíduos sólidos pela gestão pública como parceiros e não adversários.

Plano Diretor

Marcos Henriques explicou que as discussões sobre políticas de sustentabilidade levantadas durante esta sessão especial serão apresentadas no dia 12 de novembro, no debate sobre o Plano Diretor de João Pessoa, instrumento de política urbana que vai planejar a cidade para os próximos dez anos.

A professora e ativista ambiental Rosa Pereira afirmou que, quando se fala em Plano Diretor, tem de se pensar na preservação da vida levando em consideração as três “casas” em que moramos: o corpo, a residência e o meio ambiente. “Temos que pensar nesse conjunto. A saúde ambiental e a sustentabilidade que permitem a permanência da vida em todos os lugares”, defendeu. Rosa ainda informou que irá apresentar um documento, elencando cerca de 20 áreas de João Pessoa que ainda não foram completamente devastadas, na discussão sobre o Plano Diretor.

Eco Praça e Eco Bosque

A jornalista Madrilena Feitosa, ativista ambiental e representante da Associação dos Moradores e Ambientalistas do Jardim Oceania, apresentou um projeto pioneiro que tem sido realizado na eco praça do bairro, a partir de uma mobilização que visa à preservação ambiental e ressignificação do local. Segundo ela, antes o local abrigava lixo domiciliar e entulhos de construção civil. “Ao mesmo tempo em que começamos a dar um novo significado, começamos a nos organizar, criando a associação dos moradores. Pessoas que não se conheciam passaram a desfrutar desse espaço através do cuidado ambiental. O movimento foi crescendo e definimos que queríamos, ali, uma ecopraça. Nos reunimos e cada um disse o modelo de ecopraça que queria. Fizemos um projeto com um arquiteto da nossa rua e levamos para a prefeitura, que abraçou a ideia”, contou. A história foi compartilhada por ela no livro “Mutações do trabalho”.

Severino Dutra de Medeiros, que também representa a Associação dos Moradores e Ambientalistas do Jardim Oceania, explicou que a área preservada na região tem cerca de um hectare, integrando, além da ecopraça, um ecobosque. “Lutamos para obter esse espaço preservado, porque queriam lotear a região. Já temos 25 árvores adultas e 150 mudas plantadas”, revelou. Ele destacou que o processo de manutenção do ecobosque se baseia em três pilares: preservação, sustentabilidade e aspectos culturais. “Temos ilhas culturais, como o Canto do Recanto Paraibano, com fotos e trechos de músicas de 27 compositores paraibanos. Também há trilhas com placas de poesias de poetas da língua portuguesa e mais um espaço para os poetas populares (violeiros e cordelistas). O mais importante disso tudo é a participação ativa dos moradores com espírito de pertencimento”, ressaltou.

 

Já a professora, engenheira agrônoma e ativista ambiental, Andreia Alice, destacou que o movimento construiu uma proposta concreta, que é a instauração de um Pólo Ecológico Sócio-ambiental na região, com o objetivo geral de integrar e potencializar ações do poder público e da sociedade civil organizada em torno da preservação dos recursos naturais, da promoção da cidadania e da garantia das condições de vida das comunidades do Jardim Oceania, Bessa, Aeroclube, São Luís e São Rafael. “Dentro desse objetivo geral elencamos outros específicos. Dentre eles, fizemos um mapeamento de 23 áreas sensíveis que estão sofrendo forte pressão imobiliária e turística e precisam de ação imediata. Pretendemos criar essa política de construção de um pólo ecológico em torno do qual possamos alocar recursos e incentivar ações, tanto do poder público como da sociedade civil organizada”, enfatizou.

 

O professor e ativista ambiental Dailton Lacerda destacou que as ações empreendidas em prol da preservação do meio ambiente são um movimento mundial, que vai decidir o futuro das próximas gerações. “O movimento das ecopraças na cidade ganhou corpo por um movimento que hoje é mundial. O meio ambiente e a sustentabilidade vão definir o futuro das próximas gerações, que vai depender do que estamos fazendo agora. Nenhum de nós pode se desvincular da questão da sustentabilidade e do meio ambiente, pois estamos vivendo um momento preocupante da política ambiental do Brasil, que sempre foi referência, e agora está enlameada aos olhos do planeta”, alertou.

 

 

Preservação do Meio Ambiente e das águas

 

A representante da Ong Escola Viva Olho do Tempo, Vívian Maitê Castro, chamou atenção para a preservação do Rio Gramame e a importância da água. “Esse rio vem sofrendo diversos impactos ambientais de ocupação irregular, poluição industrial e esgoto doméstico. Em 18 anos, fizemos ações pontuais para dar mais sobrevida a esse rio. A discussão do Plano Diretor precisa começar com a água, sem ela a gente não faz nada, precisamos dela para a nossa sobrevivência”, destacou Vívian, ressaltando que o assunto passa despercebido pela gestão pública e que é necessária a união de todos no desenvolvimento de projetos concretos.

 

“Essa questão do meio ambiente é um tema recorrente, e nós, como pessoas que se importam com ele, temos que travar essa luta. O meio ambiente tem sido deixado de lado em detrimento da especulação imobiliária, e nós temos perdido muito com isso. A Cagepa precisa estar atenta a esse debate, pois o Rio Gramame é muito importante. É dele que a Cagepa tem captado água para trazer para João Pessoa”, destacou o representante do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Purificação da Água e em Serviços de Esgotos do Estado da Paraíba (Sindiágua-PB), William Carlos Dantas dos Santos.

 

Para a professora Ricélia Marinho, da Rede ODS, a água é como nosso sangue. “O ar que a gente respira é uma doação da natureza. Isso exige responsabilidades dos cidadãos e de quem está na gestão pública, para que as políticas públicas sejam realmente efetivas”. Ela enfatizou que a Rede ODS Brasil está à disposição para colocar como o mundo está pensando em cidades sustentáveis e como o sistema ONU vem fazendo esse planejamento.

Arimatéia França, também da Rede ODS, acrescentou que estamos a um pré-colapso de água, em uma cidade onde chove muito. “As autoridades parecem não ter percebido isso ainda. A situação do Brasil é muito ruim. Hoje, 193 países estabelecem os objetivos de desenvolvimento sustentável e, ao que parece, não vamos alcançar nenhum deles. Até a ONU já aponta isso. Estamos na contramão, e seria muito importante que vereadores, deputados estaduais, governador e prefeito se unissem para ter uma ação nesse sentido”, solicitou.

 

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R$ 38 mi: Governo Federal descentraliza verba para retomada imediata da Operação Carro-Pipa na PB

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O Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR) informa que descentralizou nesta terça-feira (26/11) o valor de R$ 38.096.775,00 para o Exército Brasileiro, para realização dos pagamentos da Operação Carro-Pipa, que leva água potável para municípios localizados na região semiárida do Nordeste.

Com isso, o programa poderá ser retomado imediatamente.

Criada em setembro de 2012, no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, a Operação Carro Pipa atende atualmente 344 municípios na região do semiárido nordestino em situação de emergência ou calamidade pública com reconhecimento da Defesa Civil Nacional.

Com um papel crucial na vida de milhões de brasileiros que vivem na região do semiárido, a OCP é uma ação emergencial coordenada pelo MIDR e pelo Exército com o objetivo de garantir o acesso à água potável em municípios que sofrem com a escassez hídrica, um problema recorrente nessa região do País.

De 2023 a 2024, mais de 500 municípios foram atendidos. Atualmente, a operação abastece cerca de 34 mil cisternas coletivas, proporcionando acesso à água potável mensalmente para mais de 1,5 milhão de pessoas.

De janeiro a agosto deste ano, o Governo Federal investiu aproximadamente R$ 500 milhões para garantir a execução da OCP. No mesmo período, foram transportados 12 milhões de litros de água para essas comunidades, reforçando o papel da operação na mitigação dos efeitos da seca.

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Por aclamação: Adriano Galdino é reeleito presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba

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O deputado estadual Adriano Galdino (Republicanos) foi reeleito, por aclamação, para o cargo de presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), na manhã desta terça-feira (26/11), e irá comandar a Casa Legislativa durante o biênio 2025-2026.

A nova eleição ocorreu após a aprovação do projeto de resolução 303/2024, que modificou o Regimento Interno da Casa.

A mudança do Regimento aconteceu depois que a Procuradoria-Geral da República (PGR) acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo que a reeleição antecipada de Galdino como presidente da Casa Legislativa fosse oficialmente anulada para o biênio 2025/2026. Segundo a PGR, à época, a antecipação da dita eleição feriu “os princípios da alternância do poder político e da temporalidade dos mandatos”.

Na nova votação realizada nesta terça-feira, o único parlamentar ausente por motivos pessoais foi o deputado Wallber Virgolino (PL). Os outros 35 se fizeram presentes e votaram na reeleição de Galdino.

Além de Galdino (presidente), são componentes da nova Mesa Diretora da ALPB os deputados: Felipe Leitão (1º vice-presidente), Cida Ramos (2ª vice-presidente) e Taciano Diniz (3º vice-presidente), Caio Roberto (4º vice-presidente), Tovar Correia Lima (1º secretário), Eduardo Carneiro (2º secretário), Anderson Monteiro (3º secretário), Jane Panta (4ª secretária), Sargento Neto (1º suplente), Galego de Sousa (2º suplente), Eduardo Brito (3º suplente) e Júnior Araújo (4º suplente), Wallber Virgolino (corregedor parlamentar), Branco Mendes (1º corregedor), Jutay Meneses (2º corregedor) e George Morais (4º corregedor).

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Justiça da PB dá prazo e Prefeituras terão que demitir servidores irregulares até o próximo sábado

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O Juízo da 2ª Vara Mista da Comarca de Itaporanga deferiu em parte as tutelas de urgência pedidas pelo Ministério Público da Paraíba e determinou que os Municípios de Boa Ventura e Serra Grande adotem medidas para corrigir irregularidades constatadas na contratação de servidores. Uma das providências que deverá ser adotada, até o próximo sábado (30/11), é a rescisão dos contratos temporários.

A decisão judicial também determina que os gestores deixem de prorrogar e/ou firmar novos contratos em relação a todos os contratados admitidos há mais de 24 meses, no caso de Boa Ventura, e há mais de um ano, no caso de Serra Grande. Além disso, os Municípios deverão se abster de firmar novos contratos temporários por excepcional interesse público com prazos que ultrapassem um ano, incluída a prorrogação.

Também deverão reduzir a quantidade de servidores contratados temporariamente de forma gradual, preservando a continuidade do serviço público. Até o próximo dia 30, o número de contratados por excepcional interesse público deverá ser reduzido em 50% e, até 31 de dezembro, em 75%. Em caso de descumprimento de cada uma dessas medidas, será aplicada multa diária de R$ 1 mil até o montante de R$ 100 mil.

Os pedidos liminares foram feitos pelo promotor de Justiça de Itaporanga, Charles Duanne Casimiro de Oliveira, nas ações civis públicas 0803957-91.2024.8.15.0211 e 0804010-72.2024.8.15.0211, propostas em face dos Municípios de Boa Ventura e Serra Grande, respectivamente.

Além dessas providências, o MPPB também requereu que os Municípios sejam obrigados a realizarem concurso público para provimento de cargos efetivos de necessidade permanente. Esse pedido não foi deferido pelo juiz João Lucas Souto Gil Messias, que entendeu ser necessária dilação probatória para saber sobre questões orçamentária e de respeito à Lei de Responsabilidade Fiscal para que não haja quebra da independência entre os poderes.

Investigação

As ações são desdobramentos dos inquéritos civis públicos 047.2023.000573  e 001.2022.061814, instaurados na Promotoria de Justiça de Itaporanga para investigar irregularidades nas contratações por excepcional interesse público em Boa Ventura e Serra Grande.

Conforme explicou o promotor de Justiça, foram identificados diversos vínculos contratuais temporários nos dois municípios, por período significativo de tempo  (alguns há mais de cinco anos), em desacordo com o ordenamento jurídico. “O acervo documental revela a prática contumaz e intencional de efetuar contratações precárias de pessoal, em desacordo com as Constituições Federal e Estadual”, disse.

Segundo ele, os dois Municípios violam a regra da obrigatoriedade de aprovação em concurso público para ingresso no serviço público, pois admitiram pessoal para o exercício de serviços não temporários, mas permanentes, afetos às finalidades próprias e à rotina da administração pública municipal.

Contratados x efetivos 

De acordo com o Tribunal de Contas do Estado (TCE), o número de contratados supera e muito o número de servidores efetivos, o que levou o TCE a emitir alertas para que os Municípios corrigissem a ilegalidade.

Até abril deste ano, Boa Ventura possuía 152 servidores municipais contratados por excepcional interesse público e o Município de Serra Grande aumentou em 62,5% o número de contratados por excepcional interesse público, possuindo, até o final de 2023, 39 contratados. Conforme destacou o promotor de Justiça, essa situação afronta a ordem constitucional e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.

Foi constatado ainda que leis municipais que versam sobre as contratações temporárias de excepcional interesse público também estão eivadas de inconstitucionalidade, pois não atendem ao prazo de um ano estabelecido pelo STF (ADI 3.649-DF).

O promotor de Justiça destacou ainda que os Municípios não atenderam à recomendação ministerial expedida sobre a matéria, nem demonstraram interesse em celebrar Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para resolver o problema, não restando outra alternativa ao MPPB a não ser a propositura das ações civis públicas, cujo mérito ainda será julgado.

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