O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), confirmou na noite desta terça (7) o cancelamento de todas as sessões que seriam realizadas, nestas quarta (8) e quinta (9), por conta das ameaças golpistas feitas publicamente pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao Supremo Tribunal Federal (STF).
As ameaças foram feitas por Bolsonaro durante discurso feito para seus apoiadores, na Avenida Paulista, para quem ainda afirmou que desobedecerá decisões judiciais e que nunca será preso.
“[Quero] dizer aos canalhas que eu nunca serei preso”, disse o presidente.
“Ou o chefe desse Poder enquadra o seu [ministro] ou esse Poder pode sofrer aquilo que nós não queremos”, disse Bolsonaro ao enviar recado direto ao presidente do Supremo, ministro Luiz Fux, em referência às recentes decisões do ministro Alexandre de Moraes contra bolsonaristas.
Complicações
A decisão de Pacheco complica ainda mais a situação da atual gestão presidencial que vem, gradativamente, evidenciando sinais de aumento constante da perda do seu poder de governabilidade e do nível de rejeição popular apontada sucessivamente por pesquisas que tem sido realizadas nos últimos tempos.
Apesar da suspensão dos trabalhos, sabe-se que o Senado realizará reuniões ao longo desta quarta-feira para avaliar as consequências das falas proferidas publicamente por Bolsonaro em tom de ameaça direta ao STF.
Através das redes sociais o presidente do Senado reforçou a necessidade da absoluta defesa do Estado Democrático de Direito.
“Ao tempo em que se celebra o Dia da Independência, expressão forte da liberdade nacional, não deixemos de compreender a nossa mais evidente dependência de algo que deve unir o Brasil: a absoluta defesa do Estado Democrático de Direito”, afirmou Pacheco.