A história de Flávia Luzia da Silva ainda é um mistério para a maioria das pessoas, e sua família ainda possui mais perguntas do que respostas até então. Nascida em Itabaiana, na Paraíba, a cabeleireira tinha o sonho de conhecer a Itália, e foi em busca disso, revela reportagem de Vitor Feitosa, do Portal T5.
Morando em João Pessoa, ela então viajou para Recife e de lá até São Paulo no dia 2 de dezembro. Da capital paulista foi até a cidade de Paris, onde pegaria mais um vôo com destino à Itália. Durante o trecho entre São Paulo e Paris, já no dia 3, a paraibana passou mal e acabou falecendo no próprio avião.
Uma amiga esperava por ela no aeroporto em que pousaria na Itália, e não ficou sabendo do que aconteceu. Após quatro horas de espera, decidiu procurar Geane, irmã de Flávia, para saber se ela tinha alguma informação da cabeleireira, mas sem sucesso.
Este caso aconteceu em um domingo (3), e Geane passou toda a semana seguinte entrando em contato com amigas de Flávia, tentando achar respostas sobre o que teria ocorrido. Na segunda-feira (11) foi quando ela procurou a Polícia Federal, que a encaminhou para a Polícia Militar e posteriormente para a Polícia Civil. Por último, ela chegou até o Instituto de Polícia Científica da Paraíba, onde fez um Boletim de Ocorrência.
Geane afirma que apenas no dia 18 conseguiu informações pela Embaixada do Brasil sobre o caso, e falou com o responsável pelo Instituto Médico Legal (IML) em Paris. Eles então disseram que o corpo estava no local e só poderia ficar lá até o dia 8 de janeiro, senão seria cremado e enterrado na própria capital francesa, sem sequer a atuorização da família.
A partir disso, a família de Flávia busca tentar trazer o corpo para a Paraíba e dar o enterro digno que ela merece. Eles chegaram a contratar uma advogada para viabilizar isso através da Polícia Federal, porém até o momento não há nada de concreto.
“É uma penitência muito grande que eu tô passando e eu não sei nem pra onde mais olhar, pra onde mais correr”, conta Geane, que mora em Cabedelo, região metropolitana de João Pessoa.
Ela explica ainda que chegou a pensar que sua irmã estava presa no aeroporto, correndo o risco de ser deportada. No entanto, ao receber a notícia da morte, Geane descobriu também que Flávia não teve nenhum tipo de atendimento médico no avião. O voo continuou seguindo sua rota natural, mesmo com a passageira passando mal.
Geane e sua família agora tentam arrecadar dinheiro para fazer a viagem à Paris e poder trazer o corpo até o Brasil. Segundo ela, além de todos os custos da viagem, apenas para retirar o corpo de Flávia do IML da cidade são necessários cerca de R$ 15 mil, e a família não tem condições de bancar tudo isso.
“A gente está sem chão e sem querer acreditar que isso aconteceu. Eu sei que era um sonho dela de muito tempo. Ter guardado um dinheirinho e trabalhado duro, fazendo o maior sacrifício que fez pra conseguir realizar o sonho”, revela Geane.