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Repasse de Fundo Penitenciário Nacional para Estados cai pela metade em 2018

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Portaria do Ministério da Justiça publicada nesta sexta-feira, 22, estabelece a liberação de R$ 590,6 milhões do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) para Estados no ano de 2018. O valor é cerca da metade do montante de R$ 1,2 bilhão que foi repassado aos Estados no fim de 2016 e que, conforme revelou reportagem do Estadão, teve percentual baixíssimo de utilização após um ano, em meio à crise carcerária nacional. Os municípios também receberão recursos do Funpen, o que é uma novidade, da ordem de R$ 65,6 milhões — correspondente a 10% do valor total a ser liberado, revela reportagem de Breno Pires, do Estadão.

Em coletiva de imprensa na qual explicou mudanças na forma de repasse de recursos, o diretor do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), Jefferson de Almeida afirmou nesta sexta que não houve redução, mas, sim, que o saldo do Funpen se encontrava menor do que no ano de referência anterior, porque havia recursos contingenciados. Os Estados terão 2 anos para investir os recursos em obras e 1 para utilizar em modernização, aparelhamento e custeio.

O Depen também apresentou um balanço da execução de recursos do Funpen de 2016, com números de cada um dos Estados e do Distrito Federal, que receberam R$ 44 milhões, sem apresentar qualquer cálculo de percentual de utilização dos recursos. Mas levantamento próprio feito pelo Estadão com base em relatório do Depen do dia 8 de dezembro apontou que só 3,7% (R$ 45 milhões) do saldo de R$ 1,2 bilhão repassado aos Estados haviam sido utilizados até novembro. Com os dados dos Estados atualizados nesta quinta-feira (21) no relatório, os gastos subiram R$ 4 milhões, e o percentual do total de recursos utilizados até o momento é de 4%.

O diretor do Depen foi questionado pelo Estadão se a execução dos recursos pelos Estados se deu de forma lenta, e afirmou que sim, mas fez uma ressalva.

“O Depen entende que a aplicação e execução desses recursos poderiam ser realizadas de forma mais rápida; entretanto, há todo um processo licitatório que precisa ser observado. Esses números são as movimentações financeiras, não significam que alguns estados não fizeram nada, mas que os pagamentos não foram concluídos”, disse Jefferson de Almeida.

Ele evitou emitir opinião em nome do Depen sobre uma resolução do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP) que, ao flexibilizar as regras para aprovação de projetos de obras em presídios, agradou aos Estados, mas gerou críticas de especialistas.

“Uma das informações que os Estados apontavam era a dificuldade de normas. É competência do CNPCP ditar as regras para construção. O conselho entendeu adequado. Ao Depen, não cabe questionar nem fazer efeito de juízo quanto a isso, mas apenas verificar a conformidade das obras de acordo com as normas definidas”, disse Jefferson de Almeida.

NOVA DIVISÃO. O cálculo para repasse de recursos para os Estados, que em 2016 foi feito de maneira igualitária, foi modificado, e agora considerará três fatores, de acordo. Serão distribuídos 1/3 de acordo com a população prisional do Estado, 1/3 de calculado em relação ao fundo de participação dos Estados e 1/3 serão divididos igualmente. Mesmo com a diminuição do bolo de recursos pela metade, São Paulo sairá beneficiado, com a fatia engordada: saltará de R$ 44,7 milhões recebidos no ano de 2017 para 74,4 milhões em 2018. Enquanto isso, a redução mais sensível é a do Estado de Roraima, palco de massacre em janeiro, que receberá R$ 12,4 milhões.

O diretor do Depen disse que os novos cálculos foram feitos como determinado pela lei recém-aprovada no Congresso que trata do tema. “Essa é a razão da diferença entre alguns Estados”, disse Jefferson de Almeida.

Do total de recursos que cada Estado receberá, há obrigação de uso de apenas 30% em obras de construção, ampliação, reforma ou conclusão de unidades prisionais — a principal finalidade é ampliar o número de vagas. Os Estados ficarão livres para escolher como aplicar o restante, em modernização e aparelhamento das prisões, ou se preferem utilizar uma fatia maior mesmo nas obras.

Jefferson de Almeida reiterou que, para além das obras, o Depen vem buscando criar maneiras de aprimorar o sistema penitenciário tendo como focos a qualificação das portas de entrada, qualificação das vagas ofertadas no sistema prisional e uma qualificação da porta de saída desse sistema.

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Efraim é relator de projeto para tornar punição mais severa em crimes de roubo de fios de cobre

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Redação do Portal da Capital

Em conversa com jornalistas nesta sexta-feira (22), o senador Efraim Filho (União-PB) se manifestou sobre sua relatoria ao Projeto de Lei nº 3780, de 2023, que aumenta o rigor da legislação penal para coibir novos crimes de furto, roubo, estelionato, receptação e interrupção de serviço telefônico, e outros de utilidade pública.

O parlamentar disse que é preciso aumentar as penas e incluir na legislação a proteção de bens jurídicos caros à sociedade como, por exemplo, roubos e furtos de cabos e equipamentos de telecomunicações.

“A população não pode ficar à mercê desses bandidos que prejudicam a coletividade, colocando em risco a segurança de todos e gerando estragos irrecuperáveis. O código penal precisa ser atualizado para evitar uma legislação branda para esses delitos. Não dá para ficarmos lenientes com crimes dessa natureza”, desabafou.

Efraim relembrou, ainda em tom de indignação, a recente invasão e o roubo de fios de cobre na Paraíba que afetou a distribuição de água na Região Metropolitana de João Pessoa afetando cerca de 760 mil pessoas.

“Hoje, existem quadrilhas criminosas especializadas que operam de forma criteriosa na subtração de equipamentos de alto valor, como cabos de cobre e baterias. Essas ações infratoras comprometem, muitas vezes com danos irreparáveis, serviços de utilidade pública como emergências médicas”, disse.

Em 2023, mais de 5,4 milhões de metros de cabos de telecomunicações foram subtraídos, um aumento de 15% em relação a 2022, e mais de 7,6 milhões de clientes tiveram seus serviços interrompidos.

“Nosso trabalho legislativo vai ser firme no sentido de punir severamente esses criminosos. O PL 3780 definirá como crime qualificado, com penas mais rigorosas, e não mais como crime comum, o furto e roubo de celulares e de cabos de energia elétrica e telecomunicações ou outros que afetem serviço essencial,” concluiu.

O relatório já está em fase de conclusão e será apresentado em breve pelo parlamentar na Comissão de Constituição e Justiça do Senado.

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Relatório final da PF aponta Bolsonaro como “líder da organização criminosa” em tentativa de golpe

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O relatório final de 884 páginas da Polícia Federal (PF) sobre o plano de golpe de Estado no Brasil aponta o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como “líder” do grupo de 37 pessoas que, de acordo com a PF, organizou um plano para mantê-lo na Presidência após a derrota nas urnas para o presidente Lula (PT).

O documento, enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (21), relata que Bolsonaro “permeou por todos os núcleos” a organização criminosa apontada pela investigação. A Polícia aponta, ainda, que, apesar de transitar em todos os núcleos, “atuou diretamente na desinformação e ataque ao sistema eleitoral”.

Indiciados

Após um ano e dez meses de investigação, a PF indiciou nesta quinta-feira (21/11) o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas nesse inquérito que investiga tentativa de golpe de Estado no Brasil e plano de assassinar o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do STF, Alexandre de Morais.

Também estão entre os indiciados alguns ex-ministros do governo, como Anderson Torres (Justiça), general Augusto Heleno (GSI) e Braga Netto (Defesa e Casa Civil).

Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid também está na lista, além do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).

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Comissão analisa emendas a reforma dos processos administrativo e tributário

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A comissão temporária encarregada de modernizar os processos administrativo e tributário (CTIADMTR) voltará a analisar três projetos que aprovou em junho e que, depois, receberam emendas no Plenário do Senado. A reunião da comissão está marcada para quarta-feira (27/11), a partir das 14 horas. O relator das três projetos é o senador paraibano Efraim Filho (União Brasil).

As propostas vieram de anteprojetos apresentados por juristas ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e depois formalizados como projetos de lei. Elas haviam sido aprovadas em decisão terminativa e iriam direto para a Câmara dos Deputados, mas receberam recurso de senadores para que fossem analisadas também em Plenário. Ao todo, os três projetos receberam 79 emendas dos parlamentares, que devem ser analisadas pela CTIADMTR.

Um dos projetos que retornou para análise é o da reforma da Lei de Processo Administrativo (LPA — Lei 9.784, de 1999). O PL 2.481/2022 foi aprovado na forma de um substitutivo para instituir o Estatuto Nacional de Uniformização do Processo Administrativo. Serão analisadas 29 emendas apresentadas em Plenário.

Outro projeto é o de novas regras para o processo administrativo fiscal federal (PL 2.483/2022), que também foi aprovado como substitutivo. O texto incorporou os conteúdos de dois outros projeto que estavam em análise na comissão: o PL 2.484/2022, que tratava do processo de consulta quanto à aplicação da legislação tributária e aduaneira federal, e o PL 2.485/2022, que dispunha sobre mediação tributária na cobrança de dívidas fiscais. A comissão votará 36 emendas ao projeto.

O terceiro é o PL 2.488/2022 que cria a nova Lei de Execução Fiscal. O objetivo do texto é substituir a lei atual (Lei 6.830, de 1980) por uma nova legislação que incorpore as inovações processuais mais recentes e ajude a tornar a cobrança de dívidas fiscais menos burocrática. Foram apresentadas 14 emendas.

Comissão

As minutas dos projetos foram elaboradas pela comissão de juristas criada em 2022 pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e pelo então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux. A comissão foi presidida pela ministra Regina Helena Costa, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Depois, os textos foram apresentados como projetos de lei por Pacheco e remetidos para uma nova comissão, constituída por senadores. O senador Izalci Lucas (PL-DF) presidiu o colegiado.

Fonte: Agência Senado

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