Na Paraíba, por dia, pelo menos seis trabalhadores são vítimas de acidentes no trabalho. Foram 2,3 mil notificações de acidentes de trabalho em 2020. Entre os registros de acidentes, estão os mais graves e que afastam uma média de três paraibanos, diariamente, das suas atividades: 679 benefícios de auxílio-doença por acidente do trabalho foram concedidos no Estado em 2020. Esta terça-feira, 27 de julho, é o Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho e o MPT alerta que, no Brasil, um trabalhador morre a cada três horas, vítima de acidente de trabalho. No País, foram 446 mil acidentes laborais, somente no ano passado.
Os dados são do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho – ferramenta do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da OIT (https://smartlabbr.org/sst). Os dados, no entanto, podem ser maiores porque incluem os registrados de empregos formais.
As ‘atividades de atendimento hospitalar’ lideram o ranking dos setores econômicos com mais notificações de acidentes de trabalho em 2020. Na Paraíba, foram 258 casos notificados, o que corresponde a 13% do total. Em seguida, aparece fabricação de calçados (94 notificações ou 5%), depois comércio varejista em geral com destaque para os supermercados (76 casos ou 4%), fabricação de álcool (66 casos ou 3%), construção de edifícios (3%), atividades de apoio à gestão de saúde (2%), atividades de Correios (2%), restaurantes e outros estabelecimentos (2%), administração pública em geral (2%), bancos (2%), atividades de teleatendimento (2%).
Entre as lesões mais frequentes, estão: fraturas (22%), corte, laceração e ferida contusa (16%), contusão, esmagamento (13%), escoriações, ferimentos (8%), entre outras.
A ocupação mais frequente citada em notificações de acidentes de trabalho, em 2020 (ano que começou a pandemia da Covid-19) – considerando universo de trabalhadores com vínculo de emprego – foi técnico de enfermagem (com 151 notificações ou 8% dos casos), depois aparece trabalhador da cana-de-açúcar (88), alimentador de linha de produção (84), faxineiro (81), servente de obras (70), motorista de caminhão (51), repositor de mercadorias (46), enfermeiro (40), vendedor de comércio varejista (40), pedreiro (37), vigilante (32), entre outras ocupações.
Ação em cooperativas
Começou nesta segunda-feira (26) e se estende até a próxima sexta-feira (30), em Campina Grande, a Semana de Prevenção de Acidentes de Trabalho. As atividades vão beneficiar cerca de 80 trabalhadores que atuam em cinco cooperativas de materiais recicláveis no município. A iniciativa é do Centro de Referência Regional em Saúde do Trabalhador de Campina Grande (Cerest-CG), em parceria com o Ministério Público do Trabalho na Paraíba (MPT-PB).
Na manhã de hoje, a ação aconteceu na Catamais – Cooperativa de Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis de Campina Grande, com roda de conversa com os trabalhadores, distribuição de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) e revistas do projeto ‘MPT em Quadrinhos’. Técnicos do Cerest-CG e a professora Valéria Morais, do Departamento de Psicologia da Universidade Estadual da Paraíba, falaram sobre saúde mental e a importância de a categoria redobrar os cuidados com a prevenção, principalmente neste momento de pandemia da Covid-19.
Até sexta-feira, as equipes do Cerest-CG visitarão mais quatro cooperativas. Esta ação faz parte da programação em alusão ao 27 de julho, Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho.
O procurador do Trabalho Marcos Antonio Ferreira Almeida ressalta que “iniciativas como esta são importantes porque trazem um alerta acerca da necessidade de prevenção dos acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Afinal, prevenir é cuidar do bem mais precioso que o trabalhador dispõe, que é a sua integridade física e a sua própria vida”.
Programação
Nesta terça-feira (27), Dia Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho, a ação acontecerá na Cooperativa Cata Campina; dia 28, na Cotramare, 29 na Arensa, encerrando a programação no dia 30, na CAVI. Segundo a coordenadora do Cerest-CG, Anna Karla Souto Maior, os trabalhadores de materiais recicláveis foram escolhidos para esta ação por ser uma categoria que está exposta, diariamente, aos riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes em todas as etapas de seu trabalho.