O Conselho Regional de Medicina do Estado da Paraíba (CRM-PB) fiscalizou o Instituto de saúde Elpídio de Almeida (Isea), em Campina Grande, na última sexta-feira (04), e constatou que há superlotação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal. No momento da fiscalização, havia 15 recém-nascidos internados na unidade que possui apenas 10 leitos (8 na ala e 2 no isolamento). Além dos bebês que nascem no hospital, quase todos que necessitam de procedimentos cirúrgicos são encaminhados para o Isea, contribuindo para a sobrecarga.
A escassez de leitos de UTI Neonatal em outros hospitais dificulta a regulação dos pacientes. Há apenas cinco leitos no Hospital da FAP, três no Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC) e seis na Clipsi. Além disso, conforme relatado pelos médicos do Isea, estes hospitais só recebem os recém-nascidos que apresentarem teste negativo para covid-19, no entanto, o resultado do exame pode demorar até cinco dias para estar disponível, retardando as transferências.
Conforme os médicos do Isea, outro problema é que o Serviço de Atendimento de Urgência (Samu) muitas vezes não consegue dar suporte a estas remoções, por ter apenas uma ambulância disponível no hospital e falta de equipe, que já está sobrecarregada no plantão. A direção administrativa do hospital ainda informou ao CRM-PB que o hospital recebe, frequentemente, pacientes de outros municípios que não são pactuados com Campina Grande.
De acordo com a equipe médica de plantão na UTI, nenhum dos 15 recém-nascidos internados no momento da vistoria possuía diagnóstico confirmado por covid-19. Porém, dois gemelares, nascidos de mãe que faleceu por covid-19 logo após o parto, aguardavam o resultado do exame.
“O Isea vem enfrentando uma sobrecarga há muitos anos. Há uma necessidade urgente de planejamento dos gestores para a abertura de outra maternidade com UTI neonatal em Campina Grande para que a população tenha um atendimento adequado. Esta superlotação, além de comprometer a assistência aos pacientes, sobrecarrega os profissionais e pode resultar na escassez de insumos básicos”, afirmou o diretor de fiscalização do CRM-PB, Bruno Leandro de Souza.
A equipe de fiscalização do CRM-PB observou também que há disponibilidade de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), medicações e equipamentos. No entanto, referiram limitações relativas ao material estéril, que é terceirizado com uma empresa. O hospital conta ainda com laboratório de análises clínicas 24 horas, raio-x e ultrassonografia, além de gasometria. Quando há necessidade de tomografia, é realizada em clínica terceirizada.
O relatório do Departamento de Fiscalização do CRM-PB será encaminhado ao Ministério Público Estadual, à Secretaria Municipal de Saúde de Campina Grande e à direção técnica do Isea.
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