O ministro da Saúde, Marcelo, Queiroga, criticou nesta segunda-feira a judicialização para entrega de doses da vacina Coronavac e avisou que se todos procurarem a Justiça não haverá “doses pra todo mundo”. Ele citou como exemplo a capital da Paraíba, João Pessoa, que conseguiu uma liminar e recebeu o imunizante.
— Se todos judicializarem não têm doses para todo mundo — afirmou Queiroga, em audiência pública no Senado.
De acordo com a matéria originalmente publicada em O Globo, o ministro informou que doses da Coronavac não serão entregues nesta semana, a previsão é que sejam distribuídas aos estados daqui a dez dias devido ao atraso da entrega o IFA ( Ingrediente Farmacêutico Ativo) ao Butantan pela China. Sem dar detalhes, Queiroga informou que o ministério vai emitir uma nota técnica sobre o assunto. Ele lembrou que há cerca de um mês a pasta liberou a aplicação da segunda dose, e, agora,“há uma certa preocupação”.
Queiroga também citou a divulgação, no sábado, da atualização do cronograma de vacinação no país. O número de doses esperadas para o mês de maio caiu de 46,9 milhões para 32,4 milhões. Ele justificou que estavam previstos 20 milhões de doses da vacina indiana Covaxin , que ainda não tem aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária(Anvisa), e também a demora para entrega do IFA para produção de vacinas.
— O fato é que temos trabalhado fortemente pra conseguir mais dose – garantiu, informando também está em andamento uma negociação para compra de vacina de um outro fabricante chinês: — Quando tiver informações iremos divulgar.
A chegada de 1 milhão de doses da Pfizer está prevista para quinta-feira, dia 29.
O ministro também fez um “apelo” aos Estados para que respeitem o Programa Nacional de Imunizações (PNI), conforme pactuado entre os três entes da federação.
— Os senhores sabem que, na bipartite, às vezes se muda a orientação para incluir um grupo ou outro e isso termina por alterar a harmonia do programa e atrapalha o PNI — afirmou.
Na audiência, Queiroga ainda reforçou que a pasta prepara um protocolo com orientações sobre as substâncias que estão sendo usadas pelos médicos no país.