Nos acompanhe

Artigos

2020: o ano em que a ciência foi ofuscada pela política, achismo e ambição

Publicado

em

Se você estiver lendo esse texto no seu smartphone, tablet ou computador, agradeça à ciência. Tudo a sua volta é fruto de estudo, metodologia aplicada no desenvolvimento e reprodutibilidade, portanto, há ciência ao seu redor. As coisas que você está utilizando não foram criadas aleatoriamente, por acaso e na primeira tentativa. Houve desenvolvimento e as melhorias vieram justamente após a pesquisa para implementar a otimização.

Este ano, como profissional de saúde e com formação científica, fiquei preocupado com a quantidade de agressões que a ciência sofreu. Ela foi distorcida, deturpada, transformada em algo duvidoso, chegando ao ridículo em perder credibilidade. A ciência não é o problema, a politização, a ignorância mãe do achismo e a ambição alimentaram a deterioração da sua imagem. Temo que isso provoque um impacto negativo nas próximas gerações. Vejo como principal alerta desse possível prejuízo, o surgimento da antítese do que deveria ser o ensino e divulgação da ciência, que é o surgimento de movimentos anti-vacina e dos terraplanistas. A existência desses dois grupos é reflexo de uma ignorância crescente, fruto de ano ap&oa cute;s ano de má educação. Já parou para pensar como serão os debates e as ações de gerações futuras frente a outras pandemias?

Em um ambiente que está divido entre lados políticos opostos, as frases “pseudocientíficas” são utilizadas convenientemente de forma errada, falsa e sem nenhum efeito prático. Estamos esperando uma solução que nos tire dessa situação, vamos agir rápido. Porém, agir rápido por gerar ações que beneficiem de alguma forma seu adversário político, logo, não vamos agir assim. Não interessa a saúde do povo, interessa se eu vou beneficiar meu grupo e interesse de poder político. Política não se mistura com ciência, obrigado 2020, aprendemos. Será?

Em uma época de acesso a informação e comunicação nunca antes experimentada pela humanidade, lemos e temos contato com todo tipo de pseudoespecialista. Do milagroso e definitivo ao técnico que domina e já sabe a cura não só da covid-19 como de outras doenças. Isso existia em anos anteriores, mas de forma inofensiva, hoje já alcançou patamares graves. Teorias conspiratórias que deixariam os roteiristas do próximo filme do James Bond desempregados. Fora isso, os profissionais que ignoram o que aprenderam em ambiente acadêmico e agem como pseudoespecialistas, mas não são, apenas agem movidos pela paixão e cometem erros, levando muitos a errarem também.

Nunca prestei muita atenção nos noticiários sobre bolsas de valores e ações, sempre fui muito do meu mundinho da ciência. Mas em 2020 aprendi sobre especulação no mercado de ações. Foi uma aula simples, percebi que de forma muito esperta, uma coisa simples que é o respeito as fases de desenvolvimento (fase I finalizada, dados analisados, inicia-se então a fase II do desenvolvimento e assim vai até a fase final de desenvolvimento de medicamentos ou vacina) pode ser utilizada para valorizar, devido a demanda e necessidade da situação, o valor das ações de uma empresa. Anunciar os avanços de desenvolvimento com tanta demanda, sem apresentar oficialmente os dados para comunidade científica, é suficiente para que invistam comprando mais ações de uma empresa. A popula&cced il;ão ansiosa por uma vacina consome a notícia, acredita no que ainda não foi finalizado e muitos lucram com isso. Preste bem atenção, lucram sem o produto estar finalizado, pura especulação, isso é impressionante.

Fica aqui meu desabafo, isso não é ciência, não é culpa da ciência, os cientistas não são incompetentes. Somos vítimas da política, do achismo e da ambição. Somos vítimas, mas quem paga o preço amargo é a população. No final quem vai salvar o povo dessa situação é a ciência, não os políticos, os falsos sábios e os empresários, a ciência e sua paciência e metodologia vai salvar o povo.

Será que dessa vez a ciência irá receber os louros ou ajudará políticos, web celebridades e poucos empresários?

Autor: Dr. Benisio Ferreira da Silva Filho é biomédico, mestre em Ciências da Saúde, doutor em Biotecnologia e coordenador do curso de Biomedicina do Centro Universitário Internacional Uninter.

Continue Lendo

Artigos

Medicinando: os avanços da tecnologia na melhoria dos procedimentos de saúde

Publicado

em

Por

Redação do Portal da Capital

O médico e presidente da Cooperativa Unimed João Pessoa, Doutor Gualter Ramalho, publicou nesta segunda-feira (16/09), mais um episódio do projeto ‘Medicinando’. Com um formato de vídeos curtos compartilhados no seu perfil das redes sociais, o anestesiologista aborda temas como gestão, inovação e liderança.

Desta vez, Gualter falou sobre os avanços da tecnologia e o impacto na melhoria dos procedimentos de saúde. Ferramentas como Inteligência Artificial, telemedicina, Wearables e dispositivos vestíveis, impressoras 3D, equipamentos de realidade virtual e o BigData, são alguns dos exemplos de novas tecnologias citadas pelo gestor que otimizam as técnicas aplicadas na medicina moderna.

Veja mais:

Continue Lendo

Artigos

Setembro Amarelo: a importância de quebrar tabus e falar sobre a saúde mental

Publicado

em

Por

Redação do Portal da Capital

Realizada anualmente desde 2015, o Setembro Amarelo é uma campanha de conscientização e prevenção ao suicídio no Brasil, um problema de saúde pública que ainda enfrenta muitos estigmas. De acordo com o psiquiatra e professor da Afya Educação Médica, Caio Uehara, o suicídio é a quarta principal causa de morte entre indivíduos de 15 e 29 anos. “Esse dado alarmante reforça a necessidade de abordarmos o tema de forma adequada e sem preconceitos”, destaca.

A campanha criada com o apoio da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM) e busca oferecer informações e recursos para que a população saiba como agir diante de situações de crise. Para Caio Uehara, a maior barreira ainda é o desconhecimento. “Existe aquele medo que congela e faz com que a pessoa pare diante de um indivíduo que está pedindo ajuda, e assim, por falta de informação, acaba não agindo”, afirma.

Fatores de risco e sinais de alerta — Entre os fatores que podem aumentar o risco de suicídio estão doenças físicas, como dores crônicas, transtornos mentais e situações de sofrimento intenso. Entretanto, Caio alerta que, embora relevantes, esses fatores não são determinantes isolados. “Não é porque eu sou homem, por exemplo, que vou cometer suícidio, mas o sexo masculino é um fator de risco”, explica o psiquiatra. Segundo ele, o sofrimento pode ser manifestado por meio de sentimentos de desesperança e desespero, muitas vezes disfarçados em comportamentos sutis.

Sinais como isolamento, falas sobre ser um peso para os outros e perda de interesse pela vida são alguns dos principais alertas. “Essas são frases que no dia a dia acabamos não valorizando, mas são pequenos pedidos de ajuda que as pessoas fazem”, destaca Uehara. Mais de 90% dos suicídios têm alguma correlação com transtornos mentais. “É importante que a gente reconheça quando um indivíduo faz uma fala de desesperança e comecemos a olhar para ele como alguém que precisa de uma conversa, que pode ser bem efetiva”, ressalta.

Sociedade e amigos — A forma como o suicídio é tratado na mídia também é fundamental para evitar o efeito de propagação. O psiquiatra destaca que a abordagem deve ser cuidadosa e focada em informações que ajudem a prevenir o problema. “A mídia tem um grande papel em trazer os fatores que podem ajudar a gente a proteger as pessoas”, afirma o médico.

Além disso, Uehara enfatiza a importância do apoio de amigos e familiares: “A maioria das pessoas que pensam ou chegam ao ato em si busca ajuda de alguma forma. E o que pode chamar a nossa atenção é a mudança de comportamento. Muitas vezes, na boa intenção, incentivamos a pessoa a sair de casa, fazer alguma atividade física, porém, ela já queria estar fazendo isso e não faz devido ao processo de adoecimento. É preciso ter cuidado nas falas. Reconhecer, ouvir sem julgar, acolher e, em seguida, buscar auxílio especializado são os passos fundamentais”. Ele também recomenda que em casos de emergência, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) deve ser acionado para intervenção imediata.

Desafios e avanços — Nos últimos anos, o aumento de fatores estressores, como a pressão das redes sociais e o impacto da crise financeira, tem afetado a saúde mental de jovens e adultos. “O Brasil está entre os primeiros colocados em transtornos ansiosos e depressivos, atrás apenas de países em situação de guerra e regimes repressivos”, aponta o psiquiatra. Contudo, ele reforça que, com tratamento adequado e apoio especializado, é possível reverter esse cenário e salvar vidas.

O passo mais importante, segundo o especialista, é buscar auxílio especializado de psicólogos e psiquiatras. “Esses profissionais vão trabalhar uma forma de solucionar esse trauma e com isso reduzir o sofrimento. Se o suicídio é uma forma desesperada de acabar com o sofrimento, quando tratamos, a vontade do indivíduo tirar sua vida também desaparece”, aponta.

Para quem precisa de apoio emocional, o Centro de Valorização da Vida (CVV) oferece atendimento gratuito e sigiloso 24 horas por dia, todos os dias da semana, pelo telefone 188, chat ou e-mail. A iniciativa é um recurso importante para aqueles que buscam ajuda em momentos difíceis, reforçando a importância do diálogo e da escuta ativa na prevenção ao suicídio. Além disso, o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) também oferece suporte fundamental para quem enfrenta crises emocionais ou transtornos mentais. Os CAPS oferecem acompanhamento especializado, tratamento contínuo e apoio psicológico gratuito para quem necessita.

Caio Uehara acrescenta que o tabu é uma das maiores barreiras. “É a chamada psicofobia, por isso o Setembro Amarelo é importante. É importante. É preciso não ter vergonha e encorajar as pessoas a conversar abertamente, buscando auxílio especializado o mais rápido possível”, conclui.

Sobre a Afya Educação Médica –  A Afya, líder em educação e soluções para a prática médica no Brasil, reúne 32 Instituições de Ensino Superior em todas as regiões do país, 30 delas com cursos de medicina e 20 unidades promovendo pós-graduação e educação continuada com mais de 70 cursos em diversas áreas. Com mais de 20 mil alunos formados nos últimos 25 anos, a instituição é pioneira em práticas digitais para aprendizagem contínua e suporte ao exercício da medicina. Mantemos parcerias com as mais importantes sociedades médicas e centenas de hospitais em mais de 40 municípios compreendidos por nossas 20 unidades, entre clínicas, laboratórios e demais espaços especializados para práticas de formação médica, e aulas com turmas reduzidas, concentradas em menos dias da semana para facilitar a rotina do médico. A Afya recebeu prêmios do jornal Valor Econômico, incluindo “Valor Inovação” (2023) como a mais inovadora do Brasil, e “Valor 1000” (2023) como a melhor empresa de educação. Na Paraíba, a Afya está localizada na BR-230 Km 9 – Amazônia Park, Cabedelo – PB. Para mais informações, acesse www.afya.com.br  e https://ir.afya.com.br/ .

Continue Lendo

Artigos

Especialistas dão dicas para diagnóstico e prevenção da anemia, doença comum no mundo todo

Publicado

em

Por

Redação do Portal da Capital

Palidez, cansaço, dificuldade para realizar atividades habituais, coração acelerado, queda de cabelo e unhas quebradiças. Estes são alguns sintomas da anemia, um problema de saúde comum em todo o mundo. Apesar de acometer também adolescentes, homens e idosos, a anemia afeta principalmente crianças até 2 anos de idade e mulheres adultas. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, mais de 20% das crianças abaixo de 5 anos e cerca de 29% das mulheres adultas apresentam a doença.

anemia e doenças da medula óssea é o tema do videocast “Sem Contraindicação” desta semana. A apresentadora Linda Carvalho recebeu os hematologistas Roberto Matias e Thaís Benevides, que trazem várias informações sobre as causas e como evitar ou tratar a anemia.

Classificada em diferentes tipos, essa doença ocorre quando a quantidade de hemoglobina no sangue está abaixo do normal em consequência da carência de um ou mais nutrientes essenciais. As crianças estão entre os grupos mais afetados por causa de questões específicas dessa faixa etária, como baixa ingesta de carne e folhas verdes escuras, além das parasitoses e verminoses comuns na infância. No caso da mulher, a perda de sangue com a menstruação e também alguns distúrbios gastrintestinais estão entre as principais causas.

Sobre as doenças que afetam a medula óssea, a mais comum é a leucemia. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que, até o final do ano, 11 mil novos casos de leucemia devem surgir no Brasil.

ASSISTA E COMPARTILHE

O episódio completo do “Sem Contraindicação” sobre anemia e doenças da medula óssea está disponível no canal da Unimed João Pessoa no YouTube, no Spotify e no Portal Unimed João Pessoa, que tem uma seção exclusiva sobre o programa.

Produzido pela Unimed João Pessoa, o “Sem Contraindicação” tem como foco divulgar informações sobre saúde, qualidade de vida e bem-estar, além de novidades na medicina e no plano de saúde. Toda quinta-feira, um novo episódio é publicado. Esta semana, o videocast chegou à 47ª edição.

Continue Lendo