Nos acompanhe

Brasil

‘Na nossa opinião, ladrão tem que ir para a cadeia’, diz Lula

Publicado

em

Um dia depois de o relator do processo que pode torná-lo inelegível terminar seu voto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou nesta terça-feira, 5, a desafiar a Justiça, o Ministério Público e a Polícia Federal a apresentarem provas de que ele seja corrupto. Lula disse ser alvo de mentiras disseminadas pela internet e lembrou as medidas de combate à corrupção adotadas nos governos do PT para dizer que o lugar de corruptos é na cadeia, segundo reportagem de Ricardo Galhardo, do Estadão.

“Vocês sabem que eu tenho nove processos. Nove. E posso dizer para vocês de cátedra que o processo contra o Lula é o processo contra as coisas que nós fizemos no governo. Eu não vou entrar em detalhe, mas estou desafiando o (juiz Sérgio) Moro, o Ministério Público e a Polícia Federal a apresentarem um centavo que eu cometi algum deslize nesse País”, disse o ex-presidente.

O ex-presidente voltou a exaltar a importância da criação de órgãos de controle criados nas gestões petistas. “Ninguém prendeu mais servidor público do que nós. Ninguém deu mais independência para o Ministério Público e fez mais investimento na inteligência da Polícia Federal do que nós. Quem aperfeiçoou o Coaf (Conselho de Controle de Aplicações Financeiras) e criou a Controladoria-Geral da República fomos nós. Porque na nossa opinião ladrão tem que ir para a cadeia”, afirmou.

Lula fez as declarações em visita ao campus de Cariacica do Instituto Federal do Espírito Santo (IFES), construído durante seu governo. A visita faz parte da segunda etapa da caravana de cinco dias pelos Estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro.

Na segunda-feira, 4, o desembargador João Pedro Gebran Neto, relator do recurso de Lula no Tribunal Reguonal Federal da 4.a Região (TRF-4), terminou seu voto. O ex-presidente foi condenado por Moro a nove anos e meio de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá. Se o TRF-4 confirmar a decisão de Moro, Lula pode ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa e ficar inelegível.

O petista, que é pré-candidato ao um terceiro mandato nas eleições do ano que vem, disse desconfiar que o objetivo dos processos é impedi-lo de participar da campanha do ano que vem. Lula lidera todos os cenários testados nas pesquisas eleitorais.

“Acho que eles estão tentando encontrar um jeito de evitar que eu seja candidato quando seria muito mais honesto, muito mais decente, eles me derrotarem. Já perdi em 89, 94 e 98. Se eles estão preocupados comigo, se juntem e me derrotem. Mas com mentiras eles não me tirarão do páreo”, afirmou o ex-presidente.

A estratégia de Lula e do PT para 2018 é seguir em frente com a candidatura do ex-presidente mesmo em caso de condenação no TRF-4 e tentar garantir o direito de disputar a eleição nos tribunais superiores.

Mantendo o tom de desafio, Lula voltou a cobrar da Lava Jato pedidos de desculpas aos investigados contra quem a força-tarefa não encontrou provas. “Entraram na minha casa, cada um deles entrou com uma máquina pendurada no pescoço, e não encontraram nada. Ao não constatar nada deveriam ter a decência de pedir desculpas. Quando eles encontram fazem um carnaval, quando não encontram fazem silêncio”, disse o ex-presidente. “Não sei se eles estão acostumados a lidar com político que tem medo, que fica com o rabo entre as pernas. Pois bem, eles resolveram brigar comigo e eu resolvi enfrentá-los em nome da minha honra e da minha decência”, completou.

Animado com a liderança nas pesquisas, Lula disse que sempre foi alvo de ataques durante toda sua trajetória e sugeriu que vai derrotar a Lava Jato nas urnas. “Não construí minha história sob aplausos, não. A minha história foi construída a sangue, ferro e fogo por causa de vocês”, afirmou. “É por isso que tenho orgulho de dizer que quem vai derrotar eles não sou eu, quem vai dar uma lição nessa gente é o povo brasileiro que está com o saco cheio de ser enganado”.

‘CLIMA DE ÓDIO’

O petista foi aplaudido de pé pela plateia que lotou o auditório do IFES em Cariacica. Do lado de fora do auditório, um grupo de aproximadamente 50 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) que faziam a escolta do ex-presidente gritavam palavras de ordem. Quando uma estudante pediu silêncio foi chamada de “otária” e “coxinha”.

O comportamento dos apoiadores contrastou com o discurso de Lula condenando o clima de “ódio” que, segundo ele, se instalou no País. “A gente está vendo que o Brasil está contaminado pelo ódio. Nunca vi o País tão nervoso quanto está agora. Nunca vi as pessoas tão raivosas como estão agora. Eu não sei por quê. Não sei se é só política, se é internet, o noticiário, mas as pessoas já chegam no elevador mal-humoradas, não falam mais bom dia, não conversam mais”, disse o ex-presidente.

RIO

Antes de deixar o Espírito Santo, Lula apontou a prisão de ex-governadores e do deputado Jorge Piciani (PMDB-RJ), presidente da Assembleia Legislativa do Rio, seu próximo destino, como uma das causas do aumento da violência no Estado.

“A violência do Rio de Janeiro sempre existiu e está muito mais violenta agora porque primeiro, que todos os governantes estão presos, o presidente da Assembleia; segundo porque a Petrobrás está pagando a metade do que pagava, os servidores públicos estão três ou quatro vezes sem receber, mais de 1,4 milhão de pessoas desempregadas”, justificou.

No IFES, Lula usou a maior parte de seu discurso para falar de educação, um de seus temas favoritos nos últimos meses. Ao relembrar a primeira reunião ministerial de seu governo, Lula evitou citar nominalmente o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci preso pela Lava Jato que em sua carta de desfiliação do PT fez fortes acusações contra o ex-presidente.

“O meu ministro da Fazenda disse que não dava para gastar mais com educação e eu disse: ‘pare de usar a palavra gasto e comece a usar a palavra investimento’”, lembrou Lula.

Continue Lendo

Brasil

Lixo: Paraíba lidera ranking de maior concentração de macrorresíduos plásticos em praias do país

Publicado

em

Por

Redação do Portal da Capital

O Estado da Paraíba lidera ranking de maior concentração de lixos classificados como macrorresíduos plásticos depositados nas areias das praias do país.

No recorte por estado, Paraná, Piauí e Pernambuco têm a maior quantidade de microplástico nas areias, enquanto Paraíba, Pernambuco e Paraná compõem o pódio dos macrorresíduos plásticos que são resíduos de plástico de maior tamanho, como garrafas, sacos, copos descartáveis, canudos, embalagens e fraldas.

As praias da Paraíba que primeiro aparecem no ranking das mais sujas do Estado e do país são: Formosa (Cabedelo), Fagundes (Lucena), Gramame (Conde), Cardosas (Baía da Traição). As praias de Cabo Branco (João Pessoa), Barra de Camaratuba (Mataraca), Miriri (Rio Tinto), Azul (Pitimbu), dentre outras, aparecem em seguida. (Clique aqui e veja o ranking completo)

No outro extremo, as praias do Rio de Janeiro, Sergipe e Amapá são aquelas com menor concentração de microplásticos, enquanto as do Maranhão, Piauí e Sergipe apresentam menor quantidade de macrorresíduos plásticos.

O levantamento foi realizado pela Sea Shepherd Brasil, em parceria com o Instituto Oceanográfico da USP e patrocinada pela Odontoprev, apresenta os resultados iniciais da Expedição Ondas Limpas, o maior estudo já realizado sobre o perfil dos resíduos marinhos no Brasil. Após 16 meses de expedição, cobrindo mais de 7.000 km da costa e 306 praias, o estudo evidenciou a onipresença do plástico ao longo de todo o litoral do país.

A expedição percorreu 201 municípios brasileiros, do Chuí ao Oiapoque, e analisou uma área equivalente a 22 campos de futebol para mapear os resíduos marinhos. Os resultados mostraram que 100% das praias do Brasil contêm resíduos plásticos, e microplásticos foram encontrados em 97% delas. Do total de resíduos, 91% são plásticos, sendo 61% itens descartáveis, como tampas de garrafa. Entre os macrorresíduos, o maior volume foi de bitucas de cigarro.

Além de trazer à tona o estado crítico da poluição marinha no país, o estudo também revelou que as praias mais isoladas e protegidas, como áreas de proteção integral, estão entre as mais afetadas por resíduos plásticos de uso único, expondo um paradoxo entre as zonas de conservação e a presença massiva de poluição.

Os dados coletados vão além dos números chocantes: oferecem um panorama profundo sobre os tipos de plásticos e resíduos, destacando a importância de políticas públicas mais robustas e ações governamentais urgentes para enfrentar a crise da poluição.

“Pretendemos que os resultados do projeto não somente choquem, mas provoquem a ação, trazendo à tona a necessidade de políticas públicas e de uma mudança na cultura de consumo de plástico no Brasil.”, afirma Nathalie Gil, presidente da Sea Shepherd Brasil.

A expedição seguiu uma metodologia científica rigorosa, seguindo o protocolo da UNEP para a coleta de dados, com amostras analisadas em laboratório para identificar a origem dos microplásticos. Um relatório resumido, com diagnósticos e propostas de soluções, já está disponível, e o lançamento de um artigo científico mais detalhado está previsto.

Confira infográfico:

Continue Lendo

Brasil

Paraíba é o 8º Estado do país com menor desigualdade salarial entre mulheres e homens

Publicado

em

Por

Redação do Portal da Capital

A Paraíba é o 8º Estado do país com menor desigualdade salarial entre mulheres e homens. A informação foi divulgada no 2° Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios, publicado no dia 18 de setembro pelos Ministérios do Trabalho e Emprego e das Mulheres.

Segundo as informações, a Paraíba alcança um índice de 15,4% quando a questão trata sobre desigualdade salarial entre mulheres e homens. Acre, Ceará e Pernambuco são os com menores desigualdades salariais entre mulheres e homens, com as mulheres ganhando cerca de 10% a menos do que os homens em empresas com 100 ou mais funcionários. Por outro lado, Espírito Santo e Paraná apresentam as maiores disparidades, com mulheres recebendo 29% a menos que os homens.

A pesquisa revelou que, em todo o país, as mulheres ganham, em média, 20,7% a menos que os homens nas 50.692 empresas analisadas. A média salarial nacional é de R$ 4.125,77, com um salário contratual médio de R$ 2.025,27. O estudo abrangeu mais de 18 milhões de vínculos formais em 2023, com uma massa salarial total de R$ 782,99 bilhões.

No Acre e no Ceará as mulheres ganham 9,7% menos do que os homens. Em Pernambuco, a discrepância é de 9,9%. Entretanto, a desigualdade é mais pronunciada para mulheres negras, que enfrentam diferenças salariais ainda maiores em comparação aos homens não negros. No Acre, a diferença é de apenas R$ 14,17 entre mulheres negras e homens não negros, enquanto em Pernambuco, as mulheres negras ganham R$ 1.205,54 a menos do que os homens não negros.

Essa falta de equidade salarial entre mulheres negras e homens não negros é bem acentuada nos dados gerais do país. Elas ganham, em média, R$ 2.745,26 — apenas 50,2% do salário de homens não negros, que chega a R$ 5.464,29.  “As mulheres negras estão concentradas na base da pirâmide, principalmente serviços domésticos, serviços de limpeza, serviços de alimentação, de saúde básica, nos serviços públicos e nas atividades de gerenciamento e direção”, ressalta Paula Montagner, subsecretária de Estatísticas e Estudos do MTE.

A desigualdade é ainda mais acentuada em estados como Espírito Santo e Paraná, onde a média salarial das mulheres é 29% inferior à dos homens. Em Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro, as mulheres ganham entre 27% e 28% a menos que os homens.

No Distrito Federal a média salarial é de R$ 5.735,13, superior à média nacional de R$ 4.125,77, e de estados como São Paulo (R$ 4.992,15), Rio de Janeiro (4.992,15), Minas Gerais (3.616,86) ou Rio Grande do Sul (4.145,98). Portanto, o DF permanece com a mesma diferença salarial entre mulheres negras que ganham R$ 4.205,60 e homens não negros que recebem R$ 7.546,13 em média por mês. A diferença salarial entre mulheres e homens no DF é de 11,1%.

Para acessar todas as informações por estado acesse aqui e selecione a UF a ser pesquisada.

Confira o ranking de índices:

Espírito Santo – 29,2%

Paraná – 29,1%

Santa Catarina – 28,3%

Mato Grosso – 27,7%

Rio de Janeiro – 27,3%

Mato Grosso do Sul – 27,1%

Minas Gerais – 24,9%

Goiás – 22,7%

São Paulo – 21,6%

Rondônia – 21,5%

Rio Grande do Sul – 20,8%

Amazonas – 20,5%

Bahia – 19,7%

Rio Grande do Norte – 19,5%

Tocantins – 18,7%

Roraima – 18,7%

Sergipe – 16%

Maranhão – 15,7%

Pará – 15,6%

Paraíba – 15,4%

Piauí – 12,6%

Amapá – 12,3%

Distrito Federal – 11,1%

Alagoas – 10,7%

Pernambuco – 9,9%

Acre – 9,7%

Ceará – 9,7%

Continue Lendo

Brasil

Ministério descarta crise energética em 2024 e implantação do horário de verão segue em estudo

Publicado

em

Por

Redação do Portal da Capital

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, descartou a possibilidade de crise energética este ano. Com isso, implementação de horário de verão deverá ser avaliado novamente pelo governo.

A afirmação ocorreu durante o 296º Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), realizado nesta quinta-feira (19/9), no Rio de Janeiro, em reunião extraordinária. O evento reúne os principais órgãos do setor elétrico nacional.

“Não temos chance de crise energética este ano, mas devemos cuidar para que não tenhamos nenhum evento pontual em especial nos horários de ponta. A nossa missão é equilibrar segurança energética com modicidade tarifária, ou seja, menores tarifas para o consumidor. Se energia é vida, energia mais barata é sinônimo de renda, emprego e desenvolvimento nacional”, disse Silveira.

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentou estudos que apontam para os impactos positivos para o setor elétrico com a adoção do horário de verão. De acordo com os representantes da entidade, a implementação geraria economia de até 2,5 GW de despacho termlétrico no horário de ponta, o que reduziria custos e contribuiria para a eficiência do Sistema Interligado Nacional (SIN), ampliando a capacidade de atendimento das 18h às 21h.

O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) avalia que o ano de 2024 retomará, nos próximos dias, o volume normal de chuvas.

Continue Lendo