A senadora Kátia Abreu (sem partido-TO) chamou nesta quarta-feira o presidente nacional do PMDB, senador Romero Jucá (RR), de “canalha”, crápula” e “ladrão de vidas e almas brasileiras”. A parlamentar fez os ataques durante seu primeiro pronunciamento no Senado depois de ter sido expulsa do partido, é o que informa reportagem da Veja.
“Por que me expulsaram? Porque tenho princípios? Porque tenho coerência? Porque não sou oportunista? Porque não faço parte de quadrilha? Porque não faço parte de conluio? Porque não estou presa? Porque não uso tornozeleira? Porque não tenho apartamento cheio de dinheiro? Ou porque não apareceu nenhuma mala cheia de dinheiro da senadora Kátia Abreu?”, questionou.
“A minha expulsão foi determinada por uma figura conhecida do Brasil e dos brasileiros, conhecida desde os letrados aos iletrados, conhecida desde os mais simples aos mais abastados, conhecida essa figura por ser uma pessoa nociva à vida pública brasileira e ave de rapina da coisa pública”, completou.
Quando Kátia terminou o pronunciamento, o senador Paulo Paim (PT-RS) foi impedido pelo presidente da sessão, senador João Alberto Souza (PMDB-MA), de fazer um manifesto em solidariedade à senadora. Kátia então reagiu e citou quando a Casa deu espaço para o senador Aécio Neves (PSDB-MG) se defender das acusações que sofreu após o vazamento dos áudios com o dono da JBS, Joesley Batista, preso na Operação Lava Jato.
“Se fosse outra figura, teria havido muito mais condescendência nesta hora. Quantas horas ganhou aqui Aécio Neves para fazer uma defesa pífia a troco de nada? Quantos outros ganharam aqui um tempo exorbitante para fazer a sua defesa e receber a defesa dos colegas? E hoje eu estou impedida. Logo o senhor que é o presidente da Comissão de Ética do Senado?”, reclamou.
Quando Souza recusou o pedido de Kátia para que outros senadores falassem, a senadora voltou a atacar Jucá. “Eu tenho certeza, senador, de que se fosse aqui Romero Jucá, esse canalha, esse crápula do Brasil, esse ladrão de vidas e almas alheias, o senhor teria sido mais condescendente com ele.”
Kátia Abreu foi expulsa na semana passada pelo Conselho de Ética do PMDB, por criticar o governo de Michel Temer e por ter atuado de forma contrária às orientações do Palácio do Planalto sobre propostas como a reforma trabalhista. Por meio de nota, na ocasião, Jucá comunicou que seguiria a recomendação e que a decisão representava uma “nova fase de posicionamento do partido”.