A Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), através da Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as Mulheres (SEPPM), inaugura a Praça das Mulheres, às 10h, desta sexta-feira (30) no Parque da Lagoa. A Praça, localizada no canteiro dos Ipês, recebeu seis placas simbólicas com nomes de mulheres, cinco assassinadas e uma que sobreviveu, vítimas do feminicídio na cidade.
A iniciativa da secretaria, conforme a secretária Lidia Moura, faz parte das ações implementadas pela gestão municipal, na luta pelo enfrentamento à violência contra a mulher em João Pessoa. “A reverência a essas mulheres é importante porque, além de ser o respeito à memória destas mulheres vítimas de uma prática machista e violenta, vai simbolizar a resistência de quem conseguiu sobreviver a ela”, considera a secretária.
Ela cita a placa em homenagem a sobrevivente Laisa Batista do Nascimento, 23 anos. “Essa placa simboliza o renascer. Ela chama a atenção para a violência que sofrem e para as que resistem a essa violência”, destaca. Para acolher as placas, o canteiro dos Ipês foi ampliado e a oficialização do espaço ocorre em solenidade pública.
Lídia Moura destaca o local escolhido para reverenciar as vítimas do feminicídio. “É uma área nobre que dá visibilidade para o problema que é concreto, algo muito triste. É uma ação que clama para que a população também se engaje na luta pelo fim desta violência”, assinala.
Prefeitura engajada – Liliane Oliveira, da Coordenação de Enfrentamento da Violência Contra as Mulheres, da SEPPM, lembra que a luta da mulher é todo dia e a Prefeitura está engajada nesta luta. “Estamos reverenciando todas as mulheres que foram assassinadas na Paraíba, vítimas do feminicídio e outras que estão na resistência, especialmente em João Pessoa”, destaca.
Liliane diz que, de janeiro a 27 de novembro deste ano, 97 mulheres foram assassinadas, enquanto que o índice de estupros aumentou 29%. “Temos que priorizar a luta, se não resistir é pior”, destaca.
Prioridade – A escolha dos seis nomes das placas expostas no canteiro atendeu o critério de maior brutalidade, os casos mais emblemáticos. Segundo ela, o desenvolvimento de toda a ação contou com a participação de entidades que lutam no cotidiano pela causa, a exemplo do movimento ‘Mães na Dor’.
Destacando o slogan “Nascer e Renascer: pelo empoderamento das mulheres”, cada placa recebeu o nome da mulher e o ano do seu assassinato. Entre elas:
– Rebecca Alves Simões, 15 anos, ano 2013, bairro de Mangabeira, suspeito é o padrasto, que está preso;
– Germana Clara Sá Marinho, 28 anos, assassinada em frente dos filhos, 2016, no bairro de Tambiá;
– Fernanda Ellen Miranda Cabral, 11 anos. Morta em 2013 e enterrada no quintal, no bairro Alto do Mateus;
– Ariane Thaís Carneiro de Azevedo, grávida, 21 anos, assassinada 15 de abril de 2010;
– Vivianny Crisley Viana, 29 anos, de Mangabeira, morta ao sair de um bar no bairro dos Bancários, em 2016;
– Laisa Batista do Nascimento, 23 anos, do Bessa. Ela sobreviveu, mas sofreu vários tipos de abuso. Está sendo homenageada pela sua história de resistência. Laisa, além de ser violentada, foi presa e o juiz deu a medida protetiva para o agressor.