As mulheres vítimas de violência doméstica do município de Bayeux, na Grande João Pessoa, já podem contar com uma rede de proteção chamada “Carolinas de Bayeux”, que foi articulada e criada por entidades não governamentais que atuam na defesa dos direitos da mulher, com o apoio do Ministério Público da Paraíba (MPPB). A rede já dispõe de número de WhatsApp para orientar as vítimas.
A rede é coordenada pela Pastoral dos Migrantes do Nordeste e pelo Centro de Mulheres Jardim Nova Esperaça, com o apoio da Promotoria de Justiça de Defesa da Mulher de Bayeux, da Comissão de Direitos Humanos da OAB-PB e da Unidade de Policiamento Solidário do bairro Mário Andreazza.
A primeira reunião que tratou da criação da rede aconteceu na última segunda-feira (27) e contou com a participação da promotora de Justiça de Bayeux, Fabiana Lobo. Segundo ela, foi o aumento do número de casos de violência doméstica durante a pandemia da covid-19 – alerta feito inclusive em âmbito mundial pela Organização das Nações Unidas (ONU) – que motivou a criação da rede “Carolinas de Bayeux”.
Canal de orientação
Dentre as ações já realizadas pela rede está a criação do canal de WhatsApp das Carolinas de Bayeux, como instrumento de contato inicial disponibilizado às mulheres vítimas de violência da cidade, que desejam receber orientações iniciais, antes de buscar os meios oficiais de denúncia, como o serviço Ligue 180. A rede já pode ser acionada pelo número de WhatsApp (083) 98830-3231.
As denúncias de violência doméstica contra a mulher também podem ser feitas à Promotoria de Justiça de Bayeux, através dos telefones 3253-7453 e 99156-8659 e pelo e-mail [email protected]. Outro serviço disponibilizado pelo MPPB para receber essa demanda é a Ouvidoria.
Conforme explicou a promotora de Justiça Fabiana Lobo, outra ação da rede será a implantação no município do projeto “Refletir”, desenvolvido pelo Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça do Cidadão do MPPB e que tem como objetivo criar grupos reflexivos para homens envolvidos no contexto da violência doméstica e que estão sendo processados com base na Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006). “A capacitação dos facilitadores do projeto está programada para o dia 11 de agosto, através de videoconferência a ser ministrada pela promotora de Justiça Dulcerita Alves, e pela psicóloga, Leda Maia”, acrescentou.
Carolinas
Segundo a promotora Fabiana Lobo, o nome “Carolinas” deriva de uma flor que existe na Unidade de Conservação da Mata do Xém-Xém, em Bayeux. “Essa flor é delicada, mas resistente, motivo pelo qual virou o símbolo da nossa luta pelo fim da violência contra as mulheres da cidade”, disse.