Em pouco mais de 15 dias, o Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), da Universidade Federal da Paraíba e vinculado à Rede Ebserh, recebeu mais de mil ligações na recém-criada Central de Teleatendimento. O serviço começou a funcionar no dia 18 de maio passado, depois que o hospital suspendeu as consultas presenciais devido à pandemia de Covid-19. A assistência a distância é feita pelo WhatsApp ou pela plataforma Teams.
Do total de ligações feitas para a Central, 300 se transformaram, de fato, em teleatendimento. Isso ocorre porque, a cada ligação recebida pelo hospital, é feita uma triagem para verificar se o paciente está dentro dos padrões necessários para ser beneficiado com o novo serviço.
“Se é primeira consulta, por exemplo, a primeira vez que a pessoa está entrando em contato com o hospital, não tem como ser feito o teleatendimento. Tal modalidade é destinada apenas para pacientes que já estão em tratamento no hospital”, explica Ângelo Melo, que é gerente de Ensino e Pesquisa do HULW e coordena o projeto.
Durante a triagem, é verificado se o usuário do Hospital Universitário tem acesso à internet ou ao aplicativo WhatSApp, para que a assistência remota possa ocorrer. Após o paciente ser considerado apto, é definida como se dará o atendimento: pelo aplicativo de mensagens ou pela plataforma Teams, da Microsoft.
Quem passou pela triagem e teve a oportunidade de ser atendido à distância foi o professor de Educação Física Sérgio Cabral. Aos 57 anos e aposentado, ele se viu preocupado com a possibilidade de não ter como receber seus medicamentos devido à pandemia de covid-19. “Por causa dessa pandemia nós ficamos sem atendimento e já fazia dois meses que eu estava sem remédios, então me vi em uma situação muito difícil”, disse.
Com a implementação da Central de Teleatendimento do HULW, Sérgio Cabral resolveu sua demanda apenas com um telefonema para o hospital. “Graças a essa nova forma de atendimento, meu problema foi solucionado. E isso foi conseguido através de um telefonema no qual eu fui muito bem atendido. Por isso, gostaria de parabenizar essa nova forma de atendimento do HULW”, acrescentou.
Moradora de João Pessoa, Soila Cecília também aprovou a nova modalidade. Ela marcou um atendimento remoto com um geriatra do HULW para sua tia, Adélia Nascimento Ribeiro. Depois fez questão de enviar uma mensagem ao hospital, pelo Instagram, agradecendo pela assistência. “Foi muito bom e toda a equipe está de parabéns”, comentou. Ela ressaltou que o serviço de telemedicina é muito importante, principalmente, para pacientes idosos.
LINHAS TELEFÔNICAS
Pelo menos 40 profissionais realizam assistência remota aos pacientes do HULW, e o acesso dos pacientes ao serviço ocorre por meio de uma central telefônica com quatro linhas. Ao todo, são contempladas 13 especialidades (antes eram 12, mas Gastroenterologia foi incluída esta semana) divididas em quatro grupos.
GRUPO 1 – Reumatologia, Dermatologia, Nefrologia. Telefone: (83) 3206-0691
GRUPO 2 – Hematologia, Oncologia, Endocrinologia. Telefone: (83) 3206-0692
GRUPO 3 – Cardiologia, Pneumologia, Pediatria, Gastroenterologia. Telefone: (83) 3206-0693
GRUPO 4 – Neurologia, Geriatria, Psiquiatria. Telefone: (83) 3206-0694
O projeto da Central de Teleatendimento está dando tão certo que o HULW já pensa em estender o serviço após o fim da pandemia. “A previsão do hospital é de dar continuidade ao serviço de teleatendimento, todavia não nesses moldes e nesse quantitativo de profissionais. Será um número menor e com indicações mais precisas. Gradativamente, à medida que o ambulatório retomar as atividades presenciais, teremos um atendimento híbrido, ou seja, telatendimento e atendimento presencial”, explicou Ângelo Melo.
Atuação da rede Ebserh – Desde os primeiros anúncios sobre a covid-19, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) tem trabalhado em parceria direta com o Ministério da Saúde e com participação do Centro de Operações de Emergência (COE) do órgão, tendo como diretrizes monitorar a situação no país e em suas unidades, realizar treinamento de funcionários da Rede, promover webaulas, definir fluxos, montar câmaras técnicas de discussões com especialistas e atuar como hospitais referência em algumas regiões.