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Em busca de agenda positiva, Temer libera R$ 3 bilhões para famílias de baixa renda

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Opresidente Michel Temer lançou na manhã desta terça-feira (26), em uma cerimônia no Palácio do Planalto um pacote de ações federais que disponibiliza R$ 3 bilhões anuais em microcrédito para a população de baixa renda. O objetivo do programa, batizado de Plano Progredir, é criar uma porta de saída para beneficiários do Bolsa Família.

Com o Progredir, o governo tenta impor uma agenda positiva diante da segunda denúncia contra Temer.

O lançamento do programa foi antecipado pelo G1 na última sexta-feira (22). Além dos R$ 3 bilhões em microcrédito para fortalecer pequenos negócios, o Progredir vai oferecer 1 milhão de vagas em cursos de capacitação, aulas de educação financeira e assessoria técnica a autônomos.

Responsável pela coordenação das ações do pacote federal, o ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra, informou que o Progredir é voltado para os benefíciários do Bolsa Família. Atualmente, o programa de transferência de renda reúne mais de 13 milhões de famílias.

No entanto, a pasta ressaltou que a iniciativa federal também vai atender aos demais inscritos no Cadastro Único dos programas sociais do governo federal.

O lançamento do Plano Progredir foi a primeira solenidade realizada no Planalto desde que a Procuradoria Geral da República (PGR) acusou o presidente da República e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral) de obstrução de Justiça e organização criminosa.

Temer deve ser notificado nesta terça da denúncia, cuja leitura é feita na Câmara dos Deputados. Após a notificação, começa a contar o prazo de 10 sessões de plenário para que o presidente apresenta sua defesa.

A denúncia será debatida na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara e, independentemente do resultado da votação no colegiado, a palavra final será do plenário. O Supremo Tribunal Federal (STF) só pode analisar a acusação com a autorização dos deputados federais. Trata-se do mesmo rito da primeira denúncia contra Temer por corrupção passiva.

Ao discursar no evento, Temer enalteceu a iniciativa de criar meios de os beneficiários do Bolsa Família conseguirem alcançar a independência financeira e o fato de o governo ter zerado a fila de espera do programa.

“Diminuiu o número daqueles ocupantes de Bolsa Família que não mais necessitavam e depois entraram aqueles que estavam na fila, ansiosos, necessitados. Hoje, o Osmar Terra conseguiu zerar a fila do Bolsa Família”, celebrou Temer, diante de uma plateia de aliados políticos e empresários.

No discurso, Temer falou que pretende adotar o Progredir como “lema do governo”. O presidente afirmou que tem o “sonho” de que os brasileiros não dependem mais de benefícios individuais.

“Qual é o meu sonho? É que daqui, sei lá, a 10, 15 anos, não vou fixar prazo, mas que em um dado momento, nós venhamos aqui comemorar a desnecessidade de qualquer benefício de natureza individual porque todos estarão empregados no nosso país”, declarou.

Agenda positiva

Líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) afirmou a repórteres, ao final da cerimônia, que o Executivo federal “não está preocupado” com a denúncia contra Michel Temer. Investigado pela Lava Jato, o peemedebista disse que, na avaliação dele, o governo precisa manter eventos como o desta terça, em um esforço para ter uma agenda positiva, apesar do noticiário negativo gerado pela acusação da PGR.

“O governo não está preocupado. O governo está preocupado em fazer isso hoje aqui: todo o dia tem fato novo, todo o dia tem fato na economia, está aí a bolsa, a inflação, os juros caindo. Tudo isso é resultado de seriedade. Se há especulação, se há flechada, se há baixaria, o Congresso tratará disso tudo”, afirmou Jucá aos jornalistas.

Questionado pela imprensa se o lançamento do Progredir pode ajudar a reverter a baixa popularidade de Temer, o senador destacou que o governo será reconhecido no futuro. Segundo Jucá, Temer não será candidato à reeleição em 2018.

“O presidente Temer não é candidato a reeleição, então, ele não precisa ter popularidade agora, ele não vai disputar eleição, ele precisa ter o reconhecimento ao final do governo e nós o teremos.”

Osmar Terra também foi questionado sobre a tentativa do Planalto de imprimir uma agenda positiva em meio à tramitação na denúncia. Conforme o ministro, foi “uma coincidência” o lançamento do Progredir ter ocorrido neste momento em que a denúncia começou a tramitar na Câmara.

“É uma coincidência a data, mas isso é um programa, está construído, e não tem cabimento a gente deixar as pessoas sem oferta de emprego e microcrédito só porque tem uma discussão no Congresso. O programa estava maduro para acontecer agora”, minimizou Terra.

Plano de saída do Bolsa Família

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social, há 28,2 milhões de famílias registradas no Cadastro Único. Na avaliação do governo, 1 milhão de famílias têm “potencial” para se “emancipar” do Bolsa Família em 2 anos.

Ao discursar no evento de lançamento do Plano Progredir, Osmar Terra afirmou que, desde que Michel Temer assumiu o Palácio do Planalto com o impeachment de Dilma Rousseff, 5 milhões de famílias foram desligadas do Bolsa Família, inclusive, por meio do pente-finos realizados pelo governo.

Ele disse ainda que, no mesmo período, outras 3 milhões de famílias passaram a receber auxílio financeiro da União por meio do programa de transferência de renda. Segundo Terra, em 2017, a fila de espera para o Bolsa Família foi zerada pela primeira vez.

O ministro, entretanto, ponderou em seu discurso que há um interesse por parte dos próprios beneficiários do Bolsa Família em encontrar alternativas para deixar o programa.

“Não é perspectiva de vida para uma família ficar olhando para os seus filhos e achar que vão ficar vivendo do Bolsa Família para sempre”, enfatizou Terra.

O titular do Desenvolvimento Social ressaltou que os cidadãos atendidos pelo Plano Progredir ficarão, pelo menos, mais 2 anos sendo atendidos pelo Bolsa Família. Ele também disse que o acesso a crédito, emprego ou curso de qualificação não vai retirar os beneficiários automaticamente do programa social de transferência de renda.

Busca de empregos

Além de liberar crédito para cidadãos inscritos no Cadastro Único, o governo federal ainda pretende auxiliar na busca por oportunidades de trabalho para população de baixa renda.

Os beneficiários poderão fazer o próprio currículo no site do Plano Progredir.

Refis

Em busca de votos para garantir a rejeição da nova denúncia da PGR, Michel Temer também negocia um afrouxamento das regras do Refis – programa de refinanciamento de dívidas com o governo que tramita na Câmara.

O refinanciamento de dívidas é uma importante moeda de troca neste momento em que cargos e verbas andam mais escassos.

A equipe econômica tentou preservar a arrecadação de R$ 13 bilhões, previstos na proposta original do Refis, mas, diante da pressão de aliados empresários, Temer aceitou flexibilizar o Refis.

A equipe econômica anoiteceu fazendo as contas do impacto dessa bondade porque o governo teria que recuar do que já foi negociado com devedores que se valeram da medida provisória que vence no fim de setembro.

Ao final da solenidade de lançamento do Plano Progredir no Palácio do Planalto, Romero Jucá foi questionado por jornalistas se “valia tudo” na tentativa de barrar a denúncia na Câmara. O senador do PMDB negou que a medida provisória do Refis esteja sobre a mesa de negociação para blindar Temer, mesmo que o resultado desagrade a equipe econômica.

“Nada tem a ver a denúncia com Refis. O Refis está sendo discutido há um ano já, a denúncia foi um dia desses, foi na saída, foi uma ação de despedida do Rodrigo Janot”, ironizou.

Jucá ainda afirmou que a liberação de emendas parlamentares será mantida porque é uma imposição da lei. O pagamento das emendas foi uma das principais estratégias do Planalto, durante a tramitação da primeira denúncia, para tentar obter votos para barrar a acusação de corrupção passiva.

“O governo libera emendas porque é obrigatório liberar emendas de parlamentares. Os parlamentares da oposição que votarão contra o presidente Michel Temer estão recebendo também”, destacou o líder do governo no Senado.

Veja os principais pontos da proposta de flexibilização do Refis:

– para pagamento à vista, descontos de 90% nos juros, 70% nas multas e 25% nos encargos;
– pagamentos em até 145 parcelas com descontos de 80% nos juros, 50% nas multas e 25% encargos;
– pagamentos em até 175 parcelas, descontos de 50% nos juros e 25% nas multas e encargos;
– quem tem dívida de até R$ 15 milhões pode dar entrada menor – em vez de 7,5%, 5%.

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Efraim é relator de projeto para tornar punição mais severa em crimes de roubo de fios de cobre

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Em conversa com jornalistas nesta sexta-feira (22), o senador Efraim Filho (União-PB) se manifestou sobre sua relatoria ao Projeto de Lei nº 3780, de 2023, que aumenta o rigor da legislação penal para coibir novos crimes de furto, roubo, estelionato, receptação e interrupção de serviço telefônico, e outros de utilidade pública.

O parlamentar disse que é preciso aumentar as penas e incluir na legislação a proteção de bens jurídicos caros à sociedade como, por exemplo, roubos e furtos de cabos e equipamentos de telecomunicações.

“A população não pode ficar à mercê desses bandidos que prejudicam a coletividade, colocando em risco a segurança de todos e gerando estragos irrecuperáveis. O código penal precisa ser atualizado para evitar uma legislação branda para esses delitos. Não dá para ficarmos lenientes com crimes dessa natureza”, desabafou.

Efraim relembrou, ainda em tom de indignação, a recente invasão e o roubo de fios de cobre na Paraíba que afetou a distribuição de água na Região Metropolitana de João Pessoa afetando cerca de 760 mil pessoas.

“Hoje, existem quadrilhas criminosas especializadas que operam de forma criteriosa na subtração de equipamentos de alto valor, como cabos de cobre e baterias. Essas ações infratoras comprometem, muitas vezes com danos irreparáveis, serviços de utilidade pública como emergências médicas”, disse.

Em 2023, mais de 5,4 milhões de metros de cabos de telecomunicações foram subtraídos, um aumento de 15% em relação a 2022, e mais de 7,6 milhões de clientes tiveram seus serviços interrompidos.

“Nosso trabalho legislativo vai ser firme no sentido de punir severamente esses criminosos. O PL 3780 definirá como crime qualificado, com penas mais rigorosas, e não mais como crime comum, o furto e roubo de celulares e de cabos de energia elétrica e telecomunicações ou outros que afetem serviço essencial,” concluiu.

O relatório já está em fase de conclusão e será apresentado em breve pelo parlamentar na Comissão de Constituição e Justiça do Senado.

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Relatório final da PF aponta Bolsonaro como “líder da organização criminosa” em tentativa de golpe

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O relatório final de 884 páginas da Polícia Federal (PF) sobre o plano de golpe de Estado no Brasil aponta o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como “líder” do grupo de 37 pessoas que, de acordo com a PF, organizou um plano para mantê-lo na Presidência após a derrota nas urnas para o presidente Lula (PT).

O documento, enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (21), relata que Bolsonaro “permeou por todos os núcleos” a organização criminosa apontada pela investigação. A Polícia aponta, ainda, que, apesar de transitar em todos os núcleos, “atuou diretamente na desinformação e ataque ao sistema eleitoral”.

Indiciados

Após um ano e dez meses de investigação, a PF indiciou nesta quinta-feira (21/11) o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas nesse inquérito que investiga tentativa de golpe de Estado no Brasil e plano de assassinar o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do STF, Alexandre de Morais.

Também estão entre os indiciados alguns ex-ministros do governo, como Anderson Torres (Justiça), general Augusto Heleno (GSI) e Braga Netto (Defesa e Casa Civil).

Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid também está na lista, além do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).

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Comissão analisa emendas a reforma dos processos administrativo e tributário

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A comissão temporária encarregada de modernizar os processos administrativo e tributário (CTIADMTR) voltará a analisar três projetos que aprovou em junho e que, depois, receberam emendas no Plenário do Senado. A reunião da comissão está marcada para quarta-feira (27/11), a partir das 14 horas. O relator das três projetos é o senador paraibano Efraim Filho (União Brasil).

As propostas vieram de anteprojetos apresentados por juristas ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e depois formalizados como projetos de lei. Elas haviam sido aprovadas em decisão terminativa e iriam direto para a Câmara dos Deputados, mas receberam recurso de senadores para que fossem analisadas também em Plenário. Ao todo, os três projetos receberam 79 emendas dos parlamentares, que devem ser analisadas pela CTIADMTR.

Um dos projetos que retornou para análise é o da reforma da Lei de Processo Administrativo (LPA — Lei 9.784, de 1999). O PL 2.481/2022 foi aprovado na forma de um substitutivo para instituir o Estatuto Nacional de Uniformização do Processo Administrativo. Serão analisadas 29 emendas apresentadas em Plenário.

Outro projeto é o de novas regras para o processo administrativo fiscal federal (PL 2.483/2022), que também foi aprovado como substitutivo. O texto incorporou os conteúdos de dois outros projeto que estavam em análise na comissão: o PL 2.484/2022, que tratava do processo de consulta quanto à aplicação da legislação tributária e aduaneira federal, e o PL 2.485/2022, que dispunha sobre mediação tributária na cobrança de dívidas fiscais. A comissão votará 36 emendas ao projeto.

O terceiro é o PL 2.488/2022 que cria a nova Lei de Execução Fiscal. O objetivo do texto é substituir a lei atual (Lei 6.830, de 1980) por uma nova legislação que incorpore as inovações processuais mais recentes e ajude a tornar a cobrança de dívidas fiscais menos burocrática. Foram apresentadas 14 emendas.

Comissão

As minutas dos projetos foram elaboradas pela comissão de juristas criada em 2022 pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e pelo então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux. A comissão foi presidida pela ministra Regina Helena Costa, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Depois, os textos foram apresentados como projetos de lei por Pacheco e remetidos para uma nova comissão, constituída por senadores. O senador Izalci Lucas (PL-DF) presidiu o colegiado.

Fonte: Agência Senado

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