Atividade da CMJP já tem lista de espera de unidades educacionais da Capital interessadas no projeto, que apresenta o Legislativo e o trabalho dos parlamentares a crianças e adolescentes
“Não sabia que nós cidadãos podemos propor leis de caráter popular. Saber o que cada vereador faz, poder me informar para selecionar melhor nossos políticos, conhecer o que cada político tem como plano de governo, suas limitações e seu poder de alcance é necessário demais”, relatou a jovem de 16 anos Sophia Vasconcelos, uma dentre os 46 alunos do Motiva Ambiental, em Tambaú, que participaram do projeto ‘Escola na Câmara’, na manhã desta quarta-feira (22).
A iniciativa atende a alunos mostrando como o Legislativo funciona, os trâmites para a elaboração das leis da Capital e os trabalhos realizados pelos vereadores da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP). O ‘Escola na Câmara’ é realizado pela Escola do Legislativo Professor Celso Furtado, da CMJP, uma atividade que estreita a relação da Casa com crianças e adolescentes, a partir de visitas orientadas.
O que acontece
Na ocasião, todos participaram de ações, a partir das quais foi possível conhecer melhor os trâmites para a elaboração das leis da Capital, os setores do Legislativo, função e atribuições de um vereador, assistir a uma sessão ordinária e depois refletir sobre tudo o que se aprendeu na Casa Napoleão Laureano, em uma atividade no auditório do Anexo II – Cabral Batista.
Colégio precisou fazer seleção interna para alunos participarem
“Fizemos um período de inscrições no qual, em poucas horas, as vagas para comparecer ao projeto da CMJP foram preenchidas”, contou o vice-diretor da unidade educacional, Felipe Lucena. Segundo ele, a concorrência foi superior a 2,3 alunos por vaga, restando 66 estudantes, que ainda poderão ser contemplados para participar do programa do Legislativo Pessoense.
“Abrimos inscrição no site da escola e, como o limite é de 50 pessoas por atividade, os primeiros foram selecionados. Existe uma vontade de voltar, mas dependeremos das condições da CMJP, no caso de viabilizar a possibilidade de retornarmos com os demais alunos do Motiva”, complementou o educador, acrescentando: “Achamos interessante trazer pro aluno essa visão, que muitas vezes ele não tem, enquanto consciência cidadã. Eles podem vir a contribuir com a formação de leis, populares ou não, ou até se tornarem futuros políticos.
Sophia Vasconcelos ainda comentou que era um desejo seu conhecer mais sobre a política, e que acha ser uma atitude responsável, enquanto cidadã, saber mais a respeito dos Poderes e de como funciona a Câmara da Capital. “Sou jovem ainda, mas vou votar no ano que vem. Creio que, saber o que eu posso fazer pra ajudar a cidade, quem estou elegendo e como posso modificar as realidades que me cercam, é algo especial”, relatou.
A estudante disse achar que há semelhanças entre seu papel de líder de sala com o de um vereador. “Minha sala me elegeu, e sou eu quem faz as comunicações entre alunos e nossos superiores. Posso sugerir novas propostas e projetos a serem desenvolvidos pela escola com determinados temas, além de ajudar na resolução de impasses relativos à sala em que estudo. Acho que essa via de comunicação e ação enquanto representante de sala é bem semelhante ao papel do político”, acrescentou Sophia Vasconcelos, cajazeirense que já se tornou pessoense por morar na Capital desde pequena.
Próximas visitas
Segundo o presidente da Escola do Legislativo, Paulo Eduardo Sá Barreto, a próxima visita acontecerá na quarta-feira (29), possivelmente, a última deste ano. Já o coordenador da Escola do Legislativo, Rômulo Santana, falou que o retorno das escolas está sendo positivo e a procura tem aumentado.
Rômulo Santana confessou esperar que a atividade se torne uma atividade fixa no calendário escolar da Capital, algo que não fique apenas como iniciativa do Legislativo. “Queremos muito que entre no cronograma educacional fixo das escolas da Capital. Devido à proximidade entre os Poderes (Legislativo e Executivo), já conversamos com a secretária da Educação, Edilma Macedo, para que a atividade integre a grade curricular dos estudantes e, pelo menos, uma vez ao ano os estudantes possam ter esse contato com a Câmara”, reforçou.