A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que em 2025 o número de crianças obesas no planeta chegue a 75 milhões. Os registros do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que uma em cada grupo de três crianças, com idade entre cinco e nove anos, está acima do peso no País. Preocupada com essa realidade, a deputada estadual Camila Toscano (PSDB) destacou nesta quarta-feira (3), Dia da Conscientização Contra a Obesidade Mórbida Infantil, o Projeto de Lei Ordinária 436/2019, de sua autoria, que cria o Cadastro de Obesidade Infantojuvenil nas Escolas de Rede Pública de Ensino da Paraíba.
“No Brasil, os gastos relacionados ao sedentarismo e a obesidade já alcançaram a marca dos R$ 1,5 bilhão. Um levantamento realizado pelo Governo do Estado mostra que cerca de 10% da população de crianças nesta faixa está acima do peso. Precisamos mudar essa realidade e para trabalharmos as políticas públicas necessárias é essencial a realização desse levantamento nas escolas públicas paraibanas”, destacou Camila.
A deputada explicou que para a criação do cadastro, o alunos serão submetidos a avaliação para verificação do estado nutricional, triagem de risco para doenças crônicas e avaliação da capacidade física. “O cadastro conterá todos os dados dos alunos e terá início com informações coletadas no início do ano letivo. Com base na avaliação, a escola alimentará o cadastro de obesidade infantojuvenil, identificando os alunos com desvios do estado nutricional”, explica Camila.
O cadastro, segundo o projeto apresentado por Camila Toscano, deverá ser enviado às Gerências Regionais de Educação e de Saúde e integrarão um banco de dados único do Estado. Com base nesses dados, o Governo desenvolverá ações e formula políticas públicas com o intuito de solucionar esse problema.
Obesidade – Para a Fiocruz, a obesidade não é mais apenas um problema estético, que incomoda por causa da “zoação” dos colegas. O excesso de peso pode provocar o surgimento de vários problemas de saúde como diabetes, problemas cardíacos e a má formação do esqueleto. Cerca de 15% das crianças e 8% dos adolescentes sofrem de problemas de obesidade, e oito em cada dez adolescentes continuam obesos na fase adulta.
As crianças em geral ganham peso com facilidade devido a fatores tais como: hábitos alimentares errados, inclinação genética, estilo de vida sedentário, distúrbios psicológicos, problemas na convivência familiar entre outros.
Dados – As notificações do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional, de 2019, revelam que 16,33% das crianças brasileiras entre cinco e dez anos estão com sobrepeso; 9,38% com obesidade; e 5,22% com obesidade grave. Em relação aos adolescentes, 18% apresentam sobrepeso; 9,53% são obesos; e 3,98% têm obesidade grave.