A Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) tem se reinventado neste momento de pandemia para discutir soluções que possam amenizar as privações que os paraibanos passam neste momento e possam trazer crescimento para o Estado. Por isso, a Casa decidiu uniu forças com a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e realizou, no âmbito da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) uma reunião, na manhã desta terça-feira (26), para debater com Núcleo de Tecnologia Estratégica em Saúde (Nutes) ações para potencializar o crescimento deste complexo.
De acordo com o coordenador do Nutes, o professor Misael Morais, o Brasil é um dos países que mais depende da China para conseguir equipamentos médico-hospitalares e farmacêuticos. Segundo ele, o argumento utilizado é de que é mais barato comprar aos chineses do que investir em pesquisa e fabricação local. Como resultado, o país acumula um déficit de R$ 11,6 bilhões. Nesse cenário de pandemia, esse déficit está ainda maior, sem considerar, também, a demora em receber esses equipamentos.
O que muita gente não sabe é que, aqui na Paraíba, já existe este complexo tecnológico que pode, no futuro, tornar o Brasil, especialmente o estado, independente na fabricação desses equipamentos e medicamentos. O Nutes atualmente possui quase 20 projetos, em diversas áreas, em execução no país e no exterior.
Misael Morais acrescenta que, embora conte com uma estrutura propícia para a realização de pesquisa, fabricação e consertos de equipamentos na área de saúde, o grande desafio do NUTES é conseguir o investimento necessário para produzir em grande escala e investir, ainda mais, em pesquisas.
“Desde o ano passado, quando começou a pandemia, começamos a produzir equipamentos de proteção individual para os profissionais de saúde, pacientes e, até bebês. Foram mais de 45 mil, distribuídas gratuitamente para a Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. O molde, inclusive, já foi solicitado por instituições dos Estados Unidos. Também produzimos o videolaringoscópio, que facilita no processo de intubação de pacientes e ainda diminui o tempo, sem machucar o paciente, já que tem uma câmera na ponta do material”, disse o professor.
A presidente da CCJ, Pollyanna Dutra, destaca que a reunião serviu como ponto de partida de uma parceria entre a Casa e a UEPB. De acordo com a deputada, a política e a ciência precisam andar de mãos dadas. “A intenção da iniciativa foi compreender como funciona o trabalho do Nutes e entender como a Assembleia pode servir não só como interlocutora com a Academia, mas também incentivadora, por meio de destinação de verbas ou mesmo de auxílio com projetos para implantação das ideias do NUTES na saúde estadual”, declarou Pollyanna.
“A conversa com o professor doutor foi muito importante para nos dar ideia do nosso potencial de fabricação de equipamentos e estratégias que não só barateiem os custos da saúde, mas que sejam mais práticas para a Paraíba, que necessita de ações urgentes nesse momento”, acrescentou a deputada.
Os deputados se colocaram à disposição para auxiliar no crescimento do complexo tecnológico e na ampliação dos projetos já realizados pelo Nutes. “Eu só lamento que o trabalho de vocês tenha ficado visível, apenas, após uma pandemia. Muitas vezes, recorre-se a longe, quando temos soluções ao nosso lado”, complementou a deputada Camila Toscano.
Outros encontros remotos serão realizados em breve, de acordo com Pollyanna Dutra. “Será o primeiro de muitos. Queremos acompanhar de perto e unir forças. E que essa iniciativa seja uma tendência de nos determos àquilo que temos de relevante perto de nós”, finalizou.