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Temer busca apoio de prefeitos e governadores para aprovar reforma da Previdência

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Com todas as energias voltadas para a aprovação da reforma da Previdência, o presidente Michel Temer fará nesta quarta-feira uma maratona de encontros com prefeitos, governadores e parlamentares para buscar apoio à proposta. E, na terça-feira, ganhou um reforço de peso para seus argumentos: o Banco Mundial (Bird) divulgou um relatório dizendo que o sistema previdenciário brasileiro é injusto e que os privilégios precisam ser atacados. Segundo o documento do Bird, intitulado “Um Ajuste Justo”, no sistema previdenciário brasileira, 35% do desequilíbrio entre as contribuições arrecadadas e os benefícios pagos (chamado pelo banco de subsídio previdenciário) servem para beneficiar os 20% mais ricos da população. Por outro lado, apenas 18% do subsídio financiam os 40% mais pobres, informa reportagem de Martha Beck, Sergio Fadul, Geralda Doca, Bárbara Nascimento, Cristiane Jungblut, de O Globo.

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Por isso, segundo a instituição, é preciso rever as regras de aposentadoria. Segundo estimativas do Bird, a reforma da Previdência, nos moldes do que foi negociado com o Congresso em maio, poderia gerar uma economia de 1,8% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2026. O conjunto de medidas para melhoria da gestão do gasto público sugeridas pelo Bird inclui ainda mudanças na remuneração do funcionalismo, revisões de programas sociais e benefícios fiscais, entre outras ações, que poderiam resultar em uma economia de 8,36% do PIB até 2026.

TRIBUTAÇÃO DA APOSENTADORIA DA ALTA RENDA

O estudo foi divulgado na véspera de um jantar no Palácio da Alvorada, marcado para esta quarta-feira e oferecido por Temer a líderes da base aliada na Câmara. No evento, o relator da reforma na Casa, deputado Arthur Maia (PPS-BA), apresentará uma proposta mais abrangente de reforma, com a retirada de apenas dois itens: as mudanças originalmente previstas na aposentadoria rural e no Benefício de Prestação Continuada (BPC) foram suprimidas. Esses temas poderiam ser tratados depois, via projeto de lei. O texto do relator também manterá o tempo mínimo de contribuição para o acesso à aposentadoria em 15 anos. Maia tentará driblar a pressão de líderes e dos servidores públicos, que já estão sob forte mobilização para que o governo crie uma regra de transição para quem ingressou até 2003 e possa se aposentar com integralidade (aposentaria igual ao salário recebido ao se aposentar) e paridade (direito aos reajustes dados aos servidores ativos).

Entre as sugestões do Bird estão a tributação de aposentadorias de trabalhadores de alta renda, a unificação de benefícios assistenciais (BPC), da aposentadoria rural e do salário-família com o Bolsa Família — além da integração entre FGTS e seguro-desemprego. Responsável pela divulgação do relatório, o diretor do Bird para o Brasil, Martin Raiser, reconheceu que há um desafio político e que não é possível aprovar tudo o que foi sugerido de uma só vez. Para ele, a prioridade deve ser a reforma da Previdência.

— A cada ano, é preciso tomar algumas medidas, mas não tem que ser tudo de uma vez só. Agora (a reforma da) Previdência, depois alguns passos em relação à desoneração da folha, depois rever alguns reajustes aos servidores públicos, porque os servidores já estão muito bem pagos. São opções que os políticos têm, mas o papel do Banco Mundial não é de comentar política — disse Raiser.

O relatório afirma que a proposta de reforma da Previdência aprovada pela comissão especial da Câmara em maio — que já foi desidratada pelo governo para tentar viabilizar sua aprovação — teria potencial de reduzir o déficit pela metade, de 16% para 7,5% do PIB, até 2067. Nos próximos dez anos, ela traria um terço da economia fiscal exigida pelo teto dos gastos, atingindo 1,8% do PIB em 2026.

TEMER PROMETE TEXTO ‘MAIS PALATÁVEL’

Ao comentar o relatório do Bird, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que a reforma vai contribuir para uma redução da desigualdade social ao impor uma idade mínima para a aposentadoria. Isso porque, da forma como é hoje, quem tem menos renda não consegue ter os 35 anos de contribuição exigidos e acaba tendo de esperar pela aposentadoria por idade. Os mais ricos, no entanto, tendem a se aposentar por tempo de contribuição.

— O padrão do gasto público é responsável por uma parte substancial da desigualdade social. A reforma tende a uniformizar isso colocando uma idade mínima — disse o ministro.

Durante um jantar com empresários e jornalistas promovido pelo Poder360-ideias na última terça-feira, Temer afirmou que o governo está trabalhando diariamente para que a reforma da Previdência seja aprovada em dois turnos ainda este ano na Câmara. Ele antecipou que, esta quarta-feira, terá uma maratona de encontros para buscar apoio e votos para a reforma. Está agendada uma reunião com governadores que lhe pediram para falar sobre o tema, em seguida ele vai se encontrar com prefeitos, terminando o dia com um jantar no Palácio da Alvorada, com a presença esperada de cerca de 300 deputados. Temer terá a ajuda de economistas como José Márcio Camargo e Samuel Pessôa para reforçar a necessidade da reforma da Previdência.

— Neste momento, temos de aprovar a reforma da Previdência. Claro que não será a reforma dos sonhos de todos, mas será a reforma possível. No Brasil, de tempos em tempos é preciso fazer uma revisão da Previdência — afirmou. — Essa reforma hoje é fundamental. E é fundamental não é só para o futuro, é bem para já, porque está revelado por vários dados que, se não fizermos nada agora, daqui a três, quatro anos, vamos ter dinheiro só para pagar aposentado e servidor público. É preciso esclarecer esse fato. Um esclarecimento sobre o que será a reforma da Previdência e o que vai acontecer.

Além disso, em conversa com aliados, Temer disse que vai tornar o texto “mais palatável” e que haverá uma campanha maciça, a partir da próxima semana, explicando melhor os pontos da reforma. Esses interlocutores disseram, porém, que somente na semana que vem será possível dizer se a proposta será votada ou não. O governo precisa de, no mínimo, 308 votos a seu favor.

— Estamos fazendo uma reforma que vai trazer vantagens para a Previdência Social, mas ela não é muito ampla. Vamos equiparar a situação pública e privada no tocante à Previdência Social — afirmou Temer, durante um evento na manhã de ontem.

Já o ministro da Secretaria-Geral da Previdência, Moreira Franco, afirmou que ainda é possível votar a reforma da Previdência neste ano. Para Moreira, é a articulação política que determinará se ainda há prazo para avaliar a proposta:

— Claro que dá tempo. É a política que define o tempo, não o relógio.

Por sua vez, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) disse que está “longe” o momento de votação da reforma da Previdência. Avisou que só marcará uma data quando houver a certeza de que o governo tem os 308 votos exigidos para se aprovar uma proposta de emenda constitucional (PEC). Maia disse que “nunca falou em data”:

— A gente precisa aprovar a reforma da Previdência este ano. Mesmo com toda a falta de votos que temos hoje, assumo toda a responsabilidade (para tentar aprovar a reforma).

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Lixo: Paraíba lidera ranking de maior concentração de macrorresíduos plásticos em praias do país

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O Estado da Paraíba lidera ranking de maior concentração de lixos classificados como macrorresíduos plásticos depositados nas areias das praias do país.

No recorte por estado, Paraná, Piauí e Pernambuco têm a maior quantidade de microplástico nas areias, enquanto Paraíba, Pernambuco e Paraná compõem o pódio dos macrorresíduos plásticos que são resíduos de plástico de maior tamanho, como garrafas, sacos, copos descartáveis, canudos, embalagens e fraldas.

As praias da Paraíba que primeiro aparecem no ranking das mais sujas do Estado e do país são: Formosa (Cabedelo), Fagundes (Lucena), Gramame (Conde), Cardosas (Baía da Traição). As praias de Cabo Branco (João Pessoa), Barra de Camaratuba (Mataraca), Miriri (Rio Tinto), Azul (Pitimbu), dentre outras, aparecem em seguida. (Clique aqui e veja o ranking completo)

No outro extremo, as praias do Rio de Janeiro, Sergipe e Amapá são aquelas com menor concentração de microplásticos, enquanto as do Maranhão, Piauí e Sergipe apresentam menor quantidade de macrorresíduos plásticos.

O levantamento foi realizado pela Sea Shepherd Brasil, em parceria com o Instituto Oceanográfico da USP e patrocinada pela Odontoprev, apresenta os resultados iniciais da Expedição Ondas Limpas, o maior estudo já realizado sobre o perfil dos resíduos marinhos no Brasil. Após 16 meses de expedição, cobrindo mais de 7.000 km da costa e 306 praias, o estudo evidenciou a onipresença do plástico ao longo de todo o litoral do país.

A expedição percorreu 201 municípios brasileiros, do Chuí ao Oiapoque, e analisou uma área equivalente a 22 campos de futebol para mapear os resíduos marinhos. Os resultados mostraram que 100% das praias do Brasil contêm resíduos plásticos, e microplásticos foram encontrados em 97% delas. Do total de resíduos, 91% são plásticos, sendo 61% itens descartáveis, como tampas de garrafa. Entre os macrorresíduos, o maior volume foi de bitucas de cigarro.

Além de trazer à tona o estado crítico da poluição marinha no país, o estudo também revelou que as praias mais isoladas e protegidas, como áreas de proteção integral, estão entre as mais afetadas por resíduos plásticos de uso único, expondo um paradoxo entre as zonas de conservação e a presença massiva de poluição.

Os dados coletados vão além dos números chocantes: oferecem um panorama profundo sobre os tipos de plásticos e resíduos, destacando a importância de políticas públicas mais robustas e ações governamentais urgentes para enfrentar a crise da poluição.

“Pretendemos que os resultados do projeto não somente choquem, mas provoquem a ação, trazendo à tona a necessidade de políticas públicas e de uma mudança na cultura de consumo de plástico no Brasil.”, afirma Nathalie Gil, presidente da Sea Shepherd Brasil.

A expedição seguiu uma metodologia científica rigorosa, seguindo o protocolo da UNEP para a coleta de dados, com amostras analisadas em laboratório para identificar a origem dos microplásticos. Um relatório resumido, com diagnósticos e propostas de soluções, já está disponível, e o lançamento de um artigo científico mais detalhado está previsto.

Confira infográfico:

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Paraíba é o 8º Estado do país com menor desigualdade salarial entre mulheres e homens

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A Paraíba é o 8º Estado do país com menor desigualdade salarial entre mulheres e homens. A informação foi divulgada no 2° Relatório de Transparência Salarial e Critérios Remuneratórios, publicado no dia 18 de setembro pelos Ministérios do Trabalho e Emprego e das Mulheres.

Segundo as informações, a Paraíba alcança um índice de 15,4% quando a questão trata sobre desigualdade salarial entre mulheres e homens. Acre, Ceará e Pernambuco são os com menores desigualdades salariais entre mulheres e homens, com as mulheres ganhando cerca de 10% a menos do que os homens em empresas com 100 ou mais funcionários. Por outro lado, Espírito Santo e Paraná apresentam as maiores disparidades, com mulheres recebendo 29% a menos que os homens.

A pesquisa revelou que, em todo o país, as mulheres ganham, em média, 20,7% a menos que os homens nas 50.692 empresas analisadas. A média salarial nacional é de R$ 4.125,77, com um salário contratual médio de R$ 2.025,27. O estudo abrangeu mais de 18 milhões de vínculos formais em 2023, com uma massa salarial total de R$ 782,99 bilhões.

No Acre e no Ceará as mulheres ganham 9,7% menos do que os homens. Em Pernambuco, a discrepância é de 9,9%. Entretanto, a desigualdade é mais pronunciada para mulheres negras, que enfrentam diferenças salariais ainda maiores em comparação aos homens não negros. No Acre, a diferença é de apenas R$ 14,17 entre mulheres negras e homens não negros, enquanto em Pernambuco, as mulheres negras ganham R$ 1.205,54 a menos do que os homens não negros.

Essa falta de equidade salarial entre mulheres negras e homens não negros é bem acentuada nos dados gerais do país. Elas ganham, em média, R$ 2.745,26 — apenas 50,2% do salário de homens não negros, que chega a R$ 5.464,29.  “As mulheres negras estão concentradas na base da pirâmide, principalmente serviços domésticos, serviços de limpeza, serviços de alimentação, de saúde básica, nos serviços públicos e nas atividades de gerenciamento e direção”, ressalta Paula Montagner, subsecretária de Estatísticas e Estudos do MTE.

A desigualdade é ainda mais acentuada em estados como Espírito Santo e Paraná, onde a média salarial das mulheres é 29% inferior à dos homens. Em Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro, as mulheres ganham entre 27% e 28% a menos que os homens.

No Distrito Federal a média salarial é de R$ 5.735,13, superior à média nacional de R$ 4.125,77, e de estados como São Paulo (R$ 4.992,15), Rio de Janeiro (4.992,15), Minas Gerais (3.616,86) ou Rio Grande do Sul (4.145,98). Portanto, o DF permanece com a mesma diferença salarial entre mulheres negras que ganham R$ 4.205,60 e homens não negros que recebem R$ 7.546,13 em média por mês. A diferença salarial entre mulheres e homens no DF é de 11,1%.

Para acessar todas as informações por estado acesse aqui e selecione a UF a ser pesquisada.

Confira o ranking de índices:

Espírito Santo – 29,2%

Paraná – 29,1%

Santa Catarina – 28,3%

Mato Grosso – 27,7%

Rio de Janeiro – 27,3%

Mato Grosso do Sul – 27,1%

Minas Gerais – 24,9%

Goiás – 22,7%

São Paulo – 21,6%

Rondônia – 21,5%

Rio Grande do Sul – 20,8%

Amazonas – 20,5%

Bahia – 19,7%

Rio Grande do Norte – 19,5%

Tocantins – 18,7%

Roraima – 18,7%

Sergipe – 16%

Maranhão – 15,7%

Pará – 15,6%

Paraíba – 15,4%

Piauí – 12,6%

Amapá – 12,3%

Distrito Federal – 11,1%

Alagoas – 10,7%

Pernambuco – 9,9%

Acre – 9,7%

Ceará – 9,7%

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Ministério descarta crise energética em 2024 e implantação do horário de verão segue em estudo

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O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, descartou a possibilidade de crise energética este ano. Com isso, implementação de horário de verão deverá ser avaliado novamente pelo governo.

A afirmação ocorreu durante o 296º Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), realizado nesta quinta-feira (19/9), no Rio de Janeiro, em reunião extraordinária. O evento reúne os principais órgãos do setor elétrico nacional.

“Não temos chance de crise energética este ano, mas devemos cuidar para que não tenhamos nenhum evento pontual em especial nos horários de ponta. A nossa missão é equilibrar segurança energética com modicidade tarifária, ou seja, menores tarifas para o consumidor. Se energia é vida, energia mais barata é sinônimo de renda, emprego e desenvolvimento nacional”, disse Silveira.

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apresentou estudos que apontam para os impactos positivos para o setor elétrico com a adoção do horário de verão. De acordo com os representantes da entidade, a implementação geraria economia de até 2,5 GW de despacho termlétrico no horário de ponta, o que reduziria custos e contribuiria para a eficiência do Sistema Interligado Nacional (SIN), ampliando a capacidade de atendimento das 18h às 21h.

O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) avalia que o ano de 2024 retomará, nos próximos dias, o volume normal de chuvas.

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