Na manhã da terça-feira (10/12), a equipe médica que acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realizou uma coletiva de imprensa para atualizar o estado de saúde do mandatário, que continua internado na Unidade Intensiva de Tratamento (UTI) do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo.
Após sentir incômodos na cabeça na segunda-feira (09/12), o presidente deu entrada na unidade do hospital em Brasília, conforme lembra esta matéria publicada pela CNN Brasil.
Lula foi submetido a exames de imagem, que indicaram a existência de uma hemorragia intracraniana, por isso foi transferido para São Paulo, onde passou pela cirurgia de emergência.
O procedimento
Um boletim médico divulgado durante a madrugada desta terça afirmava que Lula tinha sido submetido a uma craniotomia para drenagem de um hematoma.
No entanto, durante a coletiva de imprensa, o neurocirurgião Mauro Suzuki informou que o nome técnico do procedimento realizado é “trepanação” — quando um furo pequeno é realizado no crânio e, em seguida, é inserido um dreno para sucção do hematoma.
“Não é que esteja errado [o termo craniotomia], é que geralmente a gente usa esse termo para aberturas maiores”, afirmou.
Ele explica que esse tipo de procedimento, que no caso de Lula teve duração de cerca de duas horas, é “relativamente padrão”.
“A cirurgia não foi muito longa, em torno de duas horas. O sangramento estava entre o cérebro e a meninge. Foi um sangramento espontâneo tardio. Ele comprimiu o cérebro, foi removido. O cérebro está descomprimido e ele [Lula] está com as funções neurológicas preservadas”, completou o neurocirurgião Marcos Stavale.
De acordo com os médicos, o hematoma, que possuía cerca de 3 centímetros, foi totalmente drenado.
Sequelas
O médico pessoal do presidente, dr. Roberto Kalil Filho, apresentador do programa CNN Sinais Vitais, esclareceu que Lula não teve “sequela alguma”, “nem alteração de movimento, absolutamente nada”.
Além disso, o ferimento não desenvolveu “nenhum comprometimento no cérebro”.
O neurologista Rogério Tuma explicou que “o hematoma está entre o crânio, entre o osso, e o cérebro. Ele não tem machucado no cérebro. A gente fez o procedimento para que esse hematoma não comprima o cérebro. Então ele fica sem sequelas, o cérebro está livre de qualquer compressão ou lesão”.
Relação com queda
O presidente sofreu, em 19 de outubro deste ano, uma queda no Palácio da Alvorada, precisando tomar cinco pontos na parte de trás da cabeça.
Na época, Lula chegou a cancelar diversas agendas.
Marcos Stavale, afirmou que “tudo provavelmente” é consequência do acidente sofrido.
Ele explicou, durante a coletiva de imprensa, que a hemorragia é como um “sangramento tardio”.
Internado em observação
O presidente, ainda internado na UTI, ficará em observação pelos próximos dias.
De acordo com os médicos, o petista pode retornar a Brasília no início da próxima semana. No entanto não estipularam um prazo para que Lula receba alta hospitalar.
“O tempo de internação, se tudo ocorrer bem, como está ocorrendo, ele deve retornar a Brasília no começo da próxima semana. Tudo depende da evolução, mas a previsão é que o presidente esteja em Brasília na semana que vem”, afirmou dr. Kalil.
De acordo com a equipe, Lula chegou ao hospital consciente e no momento está “bem” e “estável”.