A Justiça da Paraíba, através da juíza Shirley Abrantes Moreira Régis, da 4ª Vara Criminal de João Pessoa, Capital do Estado, agendou o dia 29 de janeiro de 2025, uma oitiva com início às 08h30, para que o ex-diretor do Hospital Padre Zé, Egídio de Carvalho Neto, explique sobre um movimento de propinas milionárias para uma construtora instalada em São Paulo.
De acordo com as investigações do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, realizadas no no âmbito da Operação Indignus, o então diretor do Hospital e também padre Egídio, uma construtora, empresa proprietária de um prédio em São Paulo onde Egídio teria dois apartamentos, recebia propina de uma empresa de alimentação para pagamento e compra de bens para enriquecimento do então religioso às custas de transações supostamente realizadas enquanto diretor do hospital filantrópico.
De acordo com um dos trechos da denúncia apresentada e divulgada pelo blog do Marcelo José “As empresas, ao passo que eram presenteadas com valores acima dos efetivamente fornecidos (aquilo que pelo que deveriam receber), devolviam montantes seja em espécie, transferências bancárias, entrega/custeio de produtos caros, pagamentos de itens adquiridos por EGIDIO NETO, dentre tantas outras formas de contraprestação ao gerente da ORCRIM. EGIDIO DE CARVALHO NETO montou uma estrutura criminosa enraizada no HOSPITAL PADRE ZÉ/INSTITUTO SÃO JOSÉ onde centralizou o poder de modo a se beneficiar de um sem-número de condutas perdulárias objetivando seu enriquecimento e aumento exponencial de patrimônio, alcançando – no mínimo – 32 imóveis, carros de luxo de elevado valor, joias e acessórios caros, obras de arte etc“.
“Tais devoluções eram (majoritariamente) feitas de modo pessoal na sede do Hospital Padre Zé – conforme se comprovou claramente por meio dos produtos das medidas cautelares judicialmente deferidas -, oportunidade na qual o gestor da ORCRIM determinava a sua pulverização, seja para pagar/comprar bens para seu deleite, seja para honrar pagamentos de propinas a outros integrantes da empresa criminosa, seja para ser transferido para suas contas pessoais ou de outros fornecedores de bens/serviços adquiridos por EGIDIO NETO”, diz o Gaeco em outro trecho da denúncia.
“Importante registrar que a GATTAZ ENGENHARIA LTDA e a ALKHAIR ADMINISTRACAO DE IMOVEIS LTDA (são as sociedades responsáveis pelo projeto e venda, respectivamente, do RESIDENCIAL ATELIER BELA CINTRA, localizado na cidade de São Paulo, no qual EGIDIO DE CARVALHO NETO é proprietário de 02 (duas) unidades. A DISTRIBUIDORA DE ALIMENTOS SAO SEBASTIAO LTDA. efetuou duas transferências ao sócio da construtora, totalizando R$ 397.700,00 (trezentos e noventa e sete mil e setecentos reais)”, registra o Gaeco no mesmo documento.
Além de Egídio de Carvalho Neto, também são réus nesta ação os seguintes nomes: Amanda Duarte Silva Dantas, Kildenn Tadeu Morais de Lucena, Sebastião Nunes de Lucena, Sebastião Nunes de Lucena Júnior, Mariana Inês de Lucena Mamede e Maria Cassilva da Silva.
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