A gestão pública de rodovias no Brasil só é considerada “boa” nos Estados da Paraíba e de Alagoas. A informação foi publicada na imprensa nacional a partir de dados da 27ª edição da Pesquisa CNT de Rodovias 2024, divulgada neste mês de novembro.
Segundo a CNT apenas seis Estados brasileiros possuem rodovias com gestão pública. São eles: Paraíba, Alagoas, Pernambuco, Sergipe, Rio Grande do Norte e Bahia, nestes quatro últimos a classificação da condição geral dos trechos analisados é considerada “regular”.
Os dados mostram que no Brasil, 28.228 km (25,2%) da extensão rodoviária pavimentada é concedida, ou seja, privada. Enquanto os outros 83.625 km (74,8%), é pública. Na síntese do modo rodoviário, a malha brasileira se estende por mais de 1,5 milhão de quilômetros (desconsiderando a rede planejada). No entanto, somente 12,4% é pavimentada, o que corresponde a 213,5 mil quilômetros, dos quais 111.853 quilômetros foram avaliados pela Pesquisa CNT de Rodovias neste ano. Esse valor representa 52,4% da extensão pavimentada, fato que corrobora com a relevância e representatividade da Pesquisa.
Em se tratando da Paraíba especificamente, os especialistas analisaram um total de 1.784 km de rodovias e, quanto a classificação do Estado Geral em km, obtiveram os seguintes resultados:
– 68 trechos considerados ótimos (3,8%);
– 784 trechos considerados bons (43,9%);
– 490 trechos considerados regulares (27,5%);
– 268 trechos considerados ruins (15,0%);
– 174 trechos considerados péssimos (9,8%).
O estudo ainda mostra que, na Região Nordeste, a frota de veículos aumentou de 13.126.842, em 2013, para 21.219.225, em 2023, representando um crescimento de 61,6% em um espaço de dez anos.
Segundo a pesquisa, “elementos como o Pavimento, a Sinalização e a Geometria da Via, associados às características dos veículos, fatores comportamentais dos condutores, condições climáticas e aspectos socioeconômicos, têm relação direta com o grau de conforto e segurança de um sistema rodoviário e, consequentemente, a probabilidade de ocorrência de acidentes“.
Em se tratando especificamente do pavimento os resultados dos trechos analisados em quilômetros na Paraíba foram os seguintes:
– 672 km considerados ótimos (37,7%);
– 218 km considerados bons (12,2%);
– 427 km considerados regulares (23,9%);
– 397 km considerados ruins (22,3%);
– 70 km considerados péssimos (3,9%).
A classificação das sinalizações em km analisadas na Paraíba, foi a seguinte:
– 128 km considerados ótimos (7,2%);
– 763 km considerados bons (42,8%);
– 532 km considerados regulares (29,8%);
– 147 km considerados ruins (8,2%);
– 214 km considerados péssimos (12,0%).
Já a análise da geometria da via em km no total de rodovias observadas pelos pesquisadores em território paraibano mostrou os seguintes resultados:
– 267km considerados ótimos (15,0%);
– 282 km considerados bons (15,8%);
– 496 km considerados regulares (27,8%);
– 368 km considerados ruins (20,6%);
– 371 km considerados péssimos (20,8%).
A Pesquisa
O transporte rodoviário é proeminente no cenário nacional como o modo mais abrangente do país, responsável por aproximadamente 65% das cargas escoadas e por quase 95% dos passageiros, conforme Boletim Estatístico CNT (2024). O desempenho das atividades econômicas e sociais está amplamente atrelado à qualidade das rodovias, portanto, é fundamental que a infraestrutura esteja adequada para o tráfego de pessoas e mercadorias. Desta maneira, torna-se essencial dispor de ferramentas que forneçam aos usuários uma visão precisa sobre as condições em que as vias se encontram.
Para suprir essa demanda, em 2024, a Pesquisa CNT de Rodovias chega à sua vigésima sétima edição. Realizada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), juntamente com o Serviço Social do Transporte (SEST) e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (SENAT), há quase três décadas, a Pesquisa se consolidou como uma fonte de informação segura e amplamente reconhecida nacionalmente, trazendo, em periodicidade anual, características detalhadas e abrangentes das condições da malha rodoviária brasileira.
A Pesquisa se caracteriza por seu alto rigor técnico e metodológico, o que a notabiliza como uma importante ferramenta para o direcionamento de políticas e ações governamentais voltadas ao investimento em infraestrutura rodoviária. Além disso, evidencia-se como um instrumento de planejamento de rotas para transportadores e demais usuários, sendo o levantamento mais abrangente das características e condições das rodovias em todo o país.