Magistrados com competência infracional destacam a importância da atuação do Poder Judiciário estadual nas inspeções realizadas nos Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas) localizados na região das cidades abrangidas pelas Comarcas. Um deles foi o juiz Phillippe Guimarães Padilha Vilar, da Comarca de Araruna, que já realizou a inspeção do segundo semestre e observou as mudanças entre uma e outra.
“Nas inspeções, além de mantermos um contato direto com toda a rede de proteção à infância e adolescência, verificamos a estrutura, funcionamento e rotinas dos serviços e programas socioeducativos do município, buscando uma maior integração de todos com o Poder Judiciário. Além disso, dentro das nossas capacidades e limitações, buscamos mediar melhorias junto aos municípios, como forma de aperfeiçoar a prestação dos serviços à população”, enfatizou o magistrado.
As inspeções têm como objetivo a fiscalização, pelo judiciário paraibano, nas unidades que dão cumprimento às medidas socioeducativas em meio aberto e ocorrem semestralmente nos Creas de todos os municípios, além de cumprir o que disciplina o Manual de Orientação Técnica para preenchimento do Cadastro Nacional de Inspeções em Unidades e Programas Socioeducativos (Cniups), do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Os trabalhos têm o apoio do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e Socioeducativo (GMF-PB) do Tribunal de Justiça da Paraíba, na área do socioeducativo.
A diretora do Fórum da Comarca de Princesa Isabel, juíza Maria Eduarda Borges Araújo, informou ter realizado inspeções nos Centros das cidades que integram a região da Comarca. A magistrada verificou que no Creas de Princesa Isabel há a atuação de uma equipe multidisciplinar, com advogado, assistente social e psicólogo para dar assistência e acolhimento aos adolescentes.
Ela enfatizou, ainda, que os adolescentes recebem orientações de como serão executadas as medidas socioeducativas que lhes foram aplicadas. São medidas de prestação de serviço à comunidade, basicamente, em que a equipe dos Creas encaminham para órgãos municipais para execução e monitoram o cumprimento.
“É significativa a presença do Judiciário junto aos Creas e aos serviços de execução das medidas socioeducativas, porque aproxima a Justiça que aplicou a medida socioeducativa do órgão que efetivamente vai executá-la. Conseguimos visualizar como é que está acontecendo na prática o que colocamos no papel”, realçou a magistrada.
O CNJ lançou um sistema para inspeções em ambientes fechados em 2022 e, em dezembro de 2023, apresentou um sistema para inspeções de programas socioeducativos em meio aberto. O objetivo é uniformizar os procedimentos de inspeção judicial no Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase) e incentivar a Justiça Juvenil a atuar para a qualificação desses programas e sua produção de dados.