Não basta fazer música paraibana, tem que reverenciar os mestres e saudar os “TITÃS” locais. E Will Cor carrega na tinta, com o perdão do trocadilho.
De uma só tacada o cariocabano (Nascido do Rio de Janeiro e radicado na Paraíba) rende glórias a dois gigantes da música paraibana. Já está nas plataformas e, para deleite dos adeptos, disponível em vinil as duas canções-homenagens que Wil lançou este ano:
“Nossa Senhora Cátia de França” e Valei-me meu Guerreiro Chico César”
Agora as músicas ganharam embalagem vistosa, pomposa, elegante , tanto nas plataformas digitais, quanto fisicamente:
“Valei-me Nossa Senhora Cátia de França e meu Guerreiro Chico César” é o nome de batismo do projeto desta consagração em forma de som unindo duas canções fortes, intensas. O disco tem produção de Chico Correa e foi gravado no Estúdio Peixe Boi.
Para festejar o lançamento Wil Cor reúne seu séquito, os Eletrocores, (Wil Cor e Eletrocores) neste sábado para tocar estas e outras baladas instigadas de rock-funk-groove-black music e regionalismos…
A festa rola a partir das 15 horas, no pátio mais musical da cidade, a Música Urbana, tradicional loja de discos encravada no coração histórico de João Pessoa, a praça Rio Branco, onde acontece o “Sabadinho Bom” e afins.
Nada mais emblemático do que lançar um vinil, algo não mais cotidiano na cena musical paraibana, em um dos maiores símbolos de resistência da cidade.
Por sinal, quem quiser adquirir o disco físico “Valei-me Nossa Senhora Cátia de França e meu Guerreiro Chico César” pode comprar lá na própria Música Urbana, na Taioba Discos (novidade na capital paraibana e exclusividade para vendas on line).
“Nossa Senhora Cátia de França”
A música-exaltação da trovadora paraibana reflete bem o espírito camaleônico e transgressor de Cátia de França.
Inquieta, bem além dos padrões convencionais da época, ou do hoje, a pessoense abriu portas para outras artistas mulheres fazerem sua arte livre, sem sonora e poeticamente.
“Nossa Senhora Cátia de França” começa com um baião acelerado e, surpreendentemente, migra para um punk rock furioso, instigado, repetindo em alta rotação o “chamado” a artista, como se entoasse “20 palavras ao redor do Sol”.
“Valei-me meu Guerreiro Chico César”
A música é uma celebração a arte “catolaica” de Chico misturando referências poéticas e sonoras do paraibano.
Com menções à passagens marcantes da obra de Chico César, “Valei-me meu guerreiro Chico César” é música para “Aos Vivos” saírem do armário, das tocas, se juntarem aos béradêros e além.
Com riffs de guitarra intensos pontuando todo o tempo, a canção é marcada por arranjo de metais mesclados a formação clássica de baixo, bateria e guitarra.
Uma evocação a liberdade sonora e comportamental proposta por Chico em sua discografia.
Um panfleto sonoro libertário.
Wil Cor e Eletrocores
Importante lembrar que, além destas “homenagens da hora”, o homem que transporta a paleta no nome de batismo artístico (WIL COR E ELETROCORES) passeia por todas as matizes sonoras paraibanas.
“Modernizar o passado é uma evolução musical”.
Sem pretensão de reconstruir nada, mas total intenção de celebrar os mestres Wil é um confesso devoto da arte produzida nestas terras.
Do albinismo de Sivuca a pretitude de Chico César, passando pelo trovadorismo furtacor de Cátia de França ninguém escapa a policromia musical de referências e reverências de Wil.
Tem, inclusive uma música inteira devotada ao cancioneiro paraibano: “Sanhauá”. Um verdadeiro libelo em que homenageia quase 20 artistas locais desta e de outras gerações (de Jackson do Pandeiro a Vieira).
Wil Cor e Eletrocores é:
Wil Cor- Voz
Samir Cesaretti – Guitarra
Dodô Trindade- Baixo e Percussão
Erick Henrique – Bateria
Tarcísio Pereira – Trompete