Em alusão à campanha Setembro Verde, que tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância da doação de órgãos, o Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, pertencente à rede estadual de saúde e gerenciado pela Fundação Paraibana de Gestão em Saúde (PB Saúde), reuniu, na manhã desta sexta-feira (27), pacientes que foram transplantados na unidade em uma roda de conversa com pacientes e acompanhantes que aguardavam atendimento na recepção do ambulatório para falar como suas vidas foram transformadas a partir da doação de órgãos.
A ação promovida pela equipe multi de transplante e a Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT) contou ainda com orientação dos profissionais de saúde, oportunidade que pôde desmistificar alguns mitos e esclarecer dúvidas. Para a médica cardiologista clínica e coordenadora do ambulatório para transplante do Metropolitano, Tauanny Frazão, o Metropolitano é referência tanto em doação de órgãos como também em transplante cardíaco, “por isso que o Setembro Verde é tão importante para toda nossa equipe. Então não esqueça de falar com seus familiares sobre a doação de órgãos, porque no final a decisão é deles”.
Na oportunidade, Joana D’Arc, esposa de José Jonoilton (paciente transplantado há cerca de cinco meses), reforçou a importância da doação de órgãos e que foi graças ao sim de uma família que o seu esposo está vivo. “Estou aqui para dizer a você que seja um doador de órgãos, que seja um doador de vidas. Hoje a qualidade de vida do meu esposo está 100% bem, por conta do seu sim, por conta do sim de uma família, hoje meu marido vive bem. Seja um doador de órgãos”, pediu Joana.
Francisco de Assis Quixaba, que realizou o transplante cardíaco em 2023, agradeceu à família doadora e ressaltou que, se mais pessoas tivessem a sensibilidade em doar, muitas outras vidas também seriam salvas. “Eu não tenho nem palavras para definir o que eu sinto hoje, mas só tenho a agradecer a Deus, à família doadora, a esse hospital, aos colaboradores que cuidaram de mim, que tiveram toda a preocupação comigo. E quero dizer que sejam doadores de órgãos, não tenham receio. Salve vida porque se estou vivo hoje foi porque alguém teve a sensibilidade em doar”, agradeceu o transplantado.
Quem também participou da ação foi Willis Pereira, o primeiro paciente transplantado do coração na rede pública. Ele afirmou que o coração que hoje bate em seu peito é de um jovem de 20 anos de idade, que aos 15 anos já havia informado à família o seu desejo de ser doador de órgãos. “O ato de doar é um ato de amor. E não precisa assinar nenhum papel, basta informar aos seus familiares o seu desejo em ser doador de órgãos. No decorrer da sua vida, você pode salvar outras vidas. Se hoje eu estou aqui, primeiramente agradeço a Deus, segundo à família desse garoto”, ressaltou Willis.
Conforme a enfermeira do CIHDOTT Maíra Aines, o momento foi uma oportunidade de as pessoas verem de perto a importância da doação de órgãos a partir do relato dos transplantados, bem como orientar, esclarecer dúvidas e incentivar o sim à doação.
Transplantes Cardíacos no HM: Desde que foi habilitado pelo Ministério da Saúde, o Hospital já realizou 10 transplantes cardíacos: o primeiro no ano de 2022, quatro transplantes em 2023 e até agosto de 2024 já foram realizados cinco transplantes. Para o diretor técnico Matheus Agra, o aumento significativo no número de transplantes no ano de 2024, que já superou o quantitativo de 2023, se deu devido às campanhas contínuas que são realizadas, tanto pela Central de Transplantes como pelo Hospital Metropolitano.
“Estamos sempre buscando divulgar e incentivar a população a ser doadora de órgãos. Sabemos o quanto é valioso o sim de uma família, que num momento de dor ainda consegue pensar em fazer o bem ao próximo. Então, seja você também um doador de órgãos e vamos ajudar a salvar mais vidas!”, conclamou o diretor.