A Polícia Federal (PF) através da Delegacia Regional de Investigação e Combate ao Crime Organizado (DRCOR/SR/PF/PB) instaurou Inquérito Policial para apurar desvios de dinheiro público de Prefeituras de Municípios paraibanos através dos responsáveis pela empresa Everton Barbosa Falcão, CNPJ nº 34.132.697/0001-76.
De acordo com os documentos, aos quais a redação do @portaldacapital teve acesso, Everton Barbosa Falcão, durante depoimento à PF, apesar de se apresentar como empresário e proprietário da empresa investigada, teria confirmado ser morador do bairro Valentina de Figueiredo, localizado em João Pessoa, Capital do Estado da Paraíba, que não exercia nenhuma atividade remunerada, que morava com a mãe e que seria ela quem arcava com todas as despesas dele.
Ainda segundo os documentos, Everton teria revelado ser “laranja” de um empresário chamado Marilúcio de Almeida Paulino, que seria proprietário de uma construtora “de nome MAP”, ajudava pessoas fazendo empréstimos e o teria convidado para fazer negócios com Prefeituras e, posteriormente, abrir uma empresa do tipo MEI (Micro Empreendedor Individual) para atuar no ramo da venda de lâmpadas de led junto a diversas Administrações Públicas Municipais e que, Everton receberia R$ 500,00 (quinhentos reais) por contrato firmado com as ditas Prefeituras.
Os documentos ainda mostram que segundo o depoimento de Everton, Marilúcio teria providenciado alteração na empresa que teria passado para a categoria de ME (Micro Empresa) com o nome EBF Representações para que, com o advento da pandemia de Covid-19, a empresa participasse de vendas de materiais médicos para Prefeituras, a exemplo de máscaras, luvas e testes rápidos de detecção do vírus.
Everton ainda teria confirmado que, a partir da entrada nesse tipo de negócio, e através do próprio Marilúcio, teria conhecido “Paulo”, que seria sócio de Marliúcio e então secretário da Prefeitura de Curral de Cima e teria passado apenas a assinar documentos e devolver os papéis assinados para Marilúcio que se encarregava pessoalmente de levar a documentação assinada referente a contratos para as Prefeituras.
Dentre outros nomes citados pelo suposto “laranja” estão os de Paulo César Fernandes de Queiroz, que disputa o cargo de prefeito de Curral de Cima nas Eleições 2024, e Alex (que seria primo de Paulo) que, junto com Marilúcio seriam “cabeças” de uma quadrilha formada para desvio de verbas públicas municipais através de um esquema de licitações fraudulentas, inclusive, no Município de Curral de Cima, onde teria participado de um pregão presencial para “fornecimento de um tanque para caminhão pipa para quele município no valor de R$ 49.000,00”, mas que sequer sabia se, de fato, o tanque teria sido entregue.
De acordo com a Portaria nº 10/2024, publicada no do Diário Oficial do Município de Curral de Cima, no dia 28 de março de 2024, Paulo Cesar Fernandes de Queiroz, que teria sido citado no depoimento dado por Everton à PF, foi exonerado, a pedido, do cargo em comissão de secretário Municipal de Controle Interno. (Clique aqui e confira a íntegra da Portaria)
O depoente ainda teria revelado ter precisado comparecer em agência bancária diversas vezes para saques em dinheiro cujos valores variavam de R$ 15.000,00 (quinze mil reais) a R$ 55.000,00 (cinquenta e cinco mil reais), montantes estes que seriam referentes a transações supostamente fraudulentas.
A Polícia Federal, ainda em setembro de 2021, deflagrou, em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público Federal e da Controladoria Geral da União (CGU), a Operação Select para apurar a compra de kits de testes rápidos para detecção da Covid-19, com sobrepreço potencial.