Uma das ações do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA) é o investimento em um supercomputador para o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) que possa atender a demanda de pesquisas na área, tanto pelos centros de pesquisa, como pela iniciativa privada. Esse será um dos cinco supercomputadores mais potentes do mundo, como parte da estratégia de equipar o Brasil com infraestrutura tecnológica avançada com alta capacidade de processamento, alimentada por energias renováveis. Existe a proposta de batizar o supercomputador com o nome de Santos Dumont, inventor do avião.
A proposta do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA) foi aprovada nesta segunda-feira (29/7) pelo Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT) e será entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta terça-feira (30/7), durante a abertura da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. O PBIA foi encomendado por Lula no início deste ano ao CCT.
As recomendações da proposta do Plano estão divididas em cinco eixos, com destaque para a Infraestrutura e Desenvolvimento de Inteligência Artificial (IA), e a IA para a melhoria do Serviço Público e para a Inovação Empresarial.
Entre os objetivos estão desenvolver modelos avançados de linguagem em português, com dados nacionais que abarcam nossas características culturais, sociais e linguísticas, para fortalecer a soberania em IA e promover a liderança global do Brasil em IA por meio do desenvolvimento tecnológico nacional e ações estratégicas de colaboração internacional.
“Este é um debate estratégico e que impacta diretamente no mundo e no Brasil as cadeias econômicas porque ao mesmo tempo que a inteligência artificial tem riscos, ela traz muitas oportunidades”, afirmou a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, ao presidir a reunião do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia.
A ministra destacou que durante quatro meses foi feito um esforço de elaboração para a construção do plano para que ele fosse apresentado durante a conferência, conforme pedido do presidente Lula. “Foi um processo muito participativo, com mais de 300 pessoas, muitas oficinas, conversas bilaterais com a iniciativa privada, especialistas, sociedade civil organizada, procurando fazer uma sinergia do ecossistema na direção de cuidar para que o Brasil possa garantir sua autonomia, sua soberania”, ressaltou.
“Esse esforço coletivo busca responder o desafio do presidente Lula [de elaboração do Plano] em diversas áreas informações sobre a inteligência artificial”, disse o ministro da Casa Civil, Rui Costa, presente ao encontro.
O ministro também destacou que atualmente a divisão social do trabalho internacional se dá a partir da propensão do desenvolvimento tecnológico. “Um país que queira estar entre os primeiros lugares e garantir o bem-estar para o seu povo não pode abrir mão disso”, comentou.
Conferência
Principal fórum de debates sobre o futuro da ciência no país, a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação começa nesta terça-feira (30/7) com o tema Ciência, Tecnologia e Inovação para um Brasil Justo, Sustentável e Desenvolvido”.
O futuro da IA e as recomendações de novas políticas ligadas a essa tecnologia serão abordados no encontro, que dará destaque a temas urgentes, como mudanças climáticas, transição energética, financiamento da ciência, políticas de apoio à inovação nas empresas, transição demográfica e outros.
Serão mais de 50 sessões de debates, além de sete plenárias. A previsão é que o encontro receba até 2.200 participantes por dia, além de mais de 2.000 virtuais.