Um grupo de 250 crianças que participam da Tardezinha Inclusiva, realizada pela Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope), Associação Paraibana de Autismo (APA) e Turma Tá Blz, teve um momento especial nesta sexta-feira (26). Elas tiveram uma tarde de muita diversão e inclusão no Imagineland, evento de cultura pop que acontece até o próximo domingo (28), no Centro de Convenções de João Pessoa.
O diretor executivo da Funjope, Marcus Alves, lembra que este é o segundo ano consecutivo em que a Prefeitura de João Pessoa cria condições para que as crianças que participam do projeto Tardezinha Inclusiva possam participar do Imagineland, evento da cultura pop que ele considera importantíssimo porque está nacionalizando o nome de João Pessoa dentro do cenário da cultura.
“Nós ficamos muito contentes por poder levar as crianças autistas para este universo. É um mundo encantado, carregado de imagens e símbolos fortes, com potencialidade para gerar um processo de interação dessas crianças. Nós agradecemos muito a oportunidade ao projeto Imagineland e, ao mesmo tempo, agradecemos às mães, às famílias, pela confiança que têm no projeto da Tardezinha Inclusiva. Ficamos muito felizes com o resultado de tudo isso porque estamos mostrando que João Pessoa tem uma política de inclusão social por meio da arte e, inclusive, nos deu capacidade para que a cidade tenha o título de Orgulho Autista Brasil”, destacou Marcus Alves.
A presidente da APA, Hosana Carneiro, lembra que este é o segundo ano em que as crianças participam do Imagineland, incluindo autistas, cadeirantes, famílias que não teriam acesso a este evento se não fosse a parceria da APA, da Funjope e da Turma Tá Blz.
“Muitos autistas, que antes nem saíam de casa, hoje têm uma rotina de sair, e sabemos que criar uma rotina para pessoas autistas não é fácil, mas conseguimos estabelecer nelas a vontade de estar nos ambientes onde sabem que vai acontecer a inclusão”, observa.
Outro aspecto importante, segundo ela, é que as pessoas que realizam o Imagineland, que vêm de outros estados, começam a compreender que João Pessoa é diferente e que tem inclusão. “Em outros estados, tenho certeza de que não há a participação de um grupo com mais de 250 pessoas no evento, principalmente falando da inclusão, com entrada para pessoas com deficiência, ambientes amplos, várias atrações”, disse.
Hosana Carneiro ressalta que o evento foi um sucesso porque é um braço da Tardezinha. “Através da Tardezinha Inclusiva começamos a fazer piqueniques, passeios no shopping, cinema. Por este motivo, João Pessoa ganhou o título de Orgulho Autista Brasil”, acrescenta.
Na avaliação de Nik Fernandes, uma das organizadoras da Tardezinha Inclusiva, a cultura é única, salva e é capaz de fazer com que a criança autista brinque, pule, se divirta. “Em cada ônibus que chegava, eu via as crianças descendo com seu cosplay preferido, fazendo interação social, se divertindo, exatamente como qualquer outra criança”, comemora.
Ela ressalta que o trabalho desenvolvido pela Funjope, junto com a APA e Turma Tá Blz, contribui para mostrar à sociedade que os autistas podem estar em qualquer projeto, fazendo com que elas saiam da invisibilidade.
“Saímos de lá felizes, após muitas brincadeiras. Deu para ver o brilho no olhar de cada mãe. Foi um passeio mágico. Nada melhor para uma mãe de autista do que ver seu filho feliz, dançando, cantando, participando, sorrindo ao lado de seus personagens preferidos. Que venham outros projetos para que eles participem”, frisou Nik Fernandes.
Mães – Se para quem organiza o evento o resultado é gratificante, maior ainda é a alegria de quem vê seus filhos se divertindo e interagindo. Maria Betânia Mendonça da Silva tem uma filha autista com 18 anos e relata como foi a tarde no Imagineland.
“Gostei muito. Foi maravilhoso. Minha filha é autista, mas interage bastante com pessoas de todas as idades. Este é o segundo ano que participamos desse evento e, para mim, foi muito positivo levar ela. Até eu me diverti. É uma oportunidade de ver muita coisa boa, diferente”, comenta.
Glauce Cavalcanti tem dois filhos cadeirantes, de 21 e 27 anos, e comemora a oportunidade que eles tiveram de participar de um evento tão grandioso, principalmente por ser um momento voltado para jovens.
“Eles amaram, e a importância desse momento é o que sempre defendemos, que as pessoas deficientes, autistas, com TDAH devem estar incluídas na sociedade. Este momento, em que participamos, mostra que fazemos parte dessa sociedade. Foi um evento incrível, com muita coisa para interagir, conhecer, participar e se divertir. Agradecemos muito à Prefeitura de João Pessoa por nos proporcionar esse evento maravilhoso”, declarou.