Luiz Antônio Cunha é estilista e sócio da Maison Guilhermina, onde não apenas dá vida às coleções, mas também monta looks e cria peças exclusivas. Formado em moda pelo Instituto Marangoni, em Milão, Itália, Luiz Antônio possui uma carreira de 18 anos, desenvolvendo coleções e atuando no mundo da moda, além de participar de várias semanas de moda ao redor do mundo.
Nesta entrevista, Luiz Antônio revela onde busca influência, a importância e inspirações icônicas – e também revela a singularidade de sua clientela paraibana.
Você se inspira nas Fashion Weeks para criar suas coleções?
Sempre me inspiro nas semanas da moda internacionais para criação das minhas coleções, pois a mulher de hoje é fashionista, com um desfile a cada minuto no seu celular. Muitas vezes, minhas clientes trazem essa inspiração internacional, e precisamos ter peças que remetem a esse momento da moda. Se não tivermos algo que lembre essas tendências, ficamos fora do contexto da moda atual.
Como suas formações e cursos ajudam nas suas criações?
Hoje, o estilista precisa entender de tudo. Antigamente, bastava saber desenhar no papel, mas hoje, é um consultor de imagem. Ele precisa identificar a cor e o estilo que vestem bem a mulher, e isso vai além da beleza; é técnico. Para desenvolver essa técnica, é necessário estudo. Tenho duas formações em moda e vários cursos, incluindo visagismo e cromoterapia. Isso me permite oferecer uma abordagem que vai desde a concepção até a execução da peça.
Quem te inspira atualmente?
Há 20 anos, minha inspiração é internacional. Chanel nunca deixa de me inspirar, pode parecer clichê, mas ela é clássica, elegante e atemporal. Se você olhar minhas araras, verá um pouco de Chanel em cada peça.
Como você descreve a mulher paraibana?
A mulher paraibana tem uma singularidade fashionista. Ela usa o que a passarela mostra no streetwear, sem medo de ser maximalista e ousar. Elas são tão apaixonadas pelos estilistas internacionais que estampam os nomes desses estilistas nas camisetas com orgulho, como se fossem torcedoras de um time de futebol. No entanto, aprecio muito o “Quiet Luxury”, uma tendência que exala empatia e elegância sem precisar ostentar marcas, apenas estilo e bom gosto.
Qual é o seu perfil preferido para vestir?
Amo vestir senhoras. Quando monto uma coleção, sempre penso nelas, nos detalhes que valorizam. Moda é pura sociologia! Hoje, você precisa entender desde a economia até a sociologia da sociedade para lançar uma coleção assertiva. Vejo que em algumas lojas algumas roupas ficam em liquidação porque não se considera o entendimento das pessoas, antes de querer vender moda.