* Por Josival Pereira
O deputado Luciano Cartaxo foi persistente e conseguiu a aprovação da tese da candidatura própria do PT a prefeito de João Pessoa junto à Executiva nacional, com o candidato escolhido através do critério de pesquisa de intenção de voto. Era tudo que queria. A decisão praticamente assegura sua candidatura.
Por que, então, a Executiva, após longo período de hesitação, optou pelo lançamento da candidatura própria e, aparentemente, favorece Cartaxo com a definição de nome por meio de pesquisa?
Pasmem, mas não foi pela indicação da militância ou dos pré-candidatos em João Pessoa. Pelo que se informa de Brasília, interlocutores do presidente Lula e dirigentes influentes teriam sido convencidos, por narrativas de lideranças da Paraíba, que o partido correria risco de ficar sem palanque para as eleições de 2026.
A ameaça estaria na perspectiva de o Estado ter duas candidaturas de direita – a do senador Efraim Filho, bolsonarista declarado, e a do vice-governador Lucas Ribeiro, progressista com pé no bolsonarismo, do mesmo partido do prefeito Cícero Lucena.
A narrativa vendida em Brasília teria sido a que, para ter palanque garantido em 2026 para Lula, o PT deveria investir em candidatura própria na Capital agora em 2024. Vencendo a eleição ou passando ao segundo turno, o problema estaria resolvido. Não conseguindo esse estágio, ainda teria o apoio no segundo turno para negociar o palanque para Lula.
Essa movimentação de Brasília teria sido sistematicamente realizada pelo deputado Luís Couto, o ex-governador Ricardo Coutinho e o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB), que, apesar de sua aliança com a família Cunha Lima e a aproximação com o senador Efraim Morais, quer novamente o aberto apoio de Lula em 2026.
Assim, além da persistência, Luciano Cartaxo contou com alianças improváveis lá atrás, mas que se revelam estratégias para os envolvidos agora e no futuro. Seriam exatamente os casos de alianças com o ex-governador Ricardo Coutinho com o deputado Luís Coutinho e do senador Veneziano Vita do Rêgo.
A engenharia para aprovação da tese da candidatura própria e, sobretudo, da realização de pesquisa para escolha de candidato, na Executiva nacional petista também teria sido favorecida por disputas internas. A presidente Gleisi Hoffman teria necessitado de apoios das tendências às quais Luciano Cartaxo, Ricardo Coutinho e Luís Couto são alinhados para decisão em relação à disputa em Curitiba. O deputado Zeca Dirceu venceu na militância, mas, agora, a Executiva sepultou sua candidatura para apoiar o socialista Luiz Ducci. Em Recife, o senador Humberto Costa estaria negociando sua participação nas eleições, buscando se inserir diretamente no processo de reeleição de João Campos, do PSB, e teria trocado apoio internamente para garantir o arranjo da Paraíba.
Essas movimentações venceram às resistências que Luciano sofre no plano interno do PT em João Pessoa. Na composição de forças dentro do Diretório Municipal ele teria apoio de apenas pouco mais de 35%. No contraponto, os defensores da candidatura de Luciano alegam que a ausência de voto da militância para torná-lo candidato da base é superado pelo histórico das urnas, que lhe deram mandatos de vereador, vice-governador, deputado estadual e duas vezes prefeito. Luciano seria, portanto, o candidato mais competitivo.
Não se trata de um contraponto sem razão. Ainda assim, não dá para desconhecer que o cenário partidário com o qual o deputado a Luciano Cartaxo vai se deparar para montar sua possível campanha é desfavorável. Talvez não possa contar muito com o partido agora nem na campanha.
De qualquer forma, porém, a possível candidatura de Luciano Cartaxo tem tudo para alterar a correlação da disputa para prefeito na Capital. Por ter sido prefeito, pode se fazer antítese ao prefeito Cícero Lucena, deixando em segundo plano a polarização entre a esquerda e a direita. Pode também reavivar a polarização do PT com o bolsonarismo, mudando o eixo da campanha na Capital. Com Luciano na disputa, também se torna praticamente impossíveis prognósticos sobre quem vai passar para o segundo turno, embora se tenha como quase certa uma vaga para o prefeito Cícero Lucena. Assim, a campanha pode ficar mais qualificada, disputada e animada.
Recurso de Cida
A deputada Cida Ramos já adiantou que vai recorrer contra a decisão da Executiva ao Diretório Nacional do PT. Alegará que a resolução nacional da legenda não prevê a modalidade pesquisa para escolha de candidato, além da quebra da democracia interna com a suspensão abrupta das prévias.
Outro argumento é que, até agora, nas definições de candidatos em cidades com mais de 100 mil habitantes, a Executiva respeitou os critérios da unanimidade na Executiva local, maioria de 2/3 no diretório e maioria nos encontros estaduais ou prévias.
O deputado Luciano Cartaxo foi persistente e conseguiu a aprovação da tese da candidatura própria do PT a prefeito de João Pessoa junto à Executiva nacional, com o candidato escolhido através do critério de pesquisa de intenção de voto. Era tudo que queria. A decisão praticamente assegura sua candidatura.
Por que, então, a Executiva, após longo período de hesitação, optou pelo lançamento da candidatura própria e, aparentemente, favorece Cartaxo com a definição de nome por meio de pesquisa?
Pasmem, mas não foi pela indicação da militância ou dos pré-candidatos em João Pessoa. Pelo que se informa de Brasília, interlocutores do presidente Lula e dirigentes influentes teriam sido convencidos, por narrativas de lideranças da Paraíba, que o partido correria risco de ficar sem palanque para as eleições de 2026.
A ameaça estaria na perspectiva de o Estado ter duas candidaturas de direita – a do senador Efraim Filho, bolsonarista declarado, e a do vice-governador Lucas Ribeiro, progressista com pé no bolsonarismo, do mesmo partido do prefeito Cícero Lucena.
A narrativa vendida em Brasília teria sido a que, para ter palanque garantido em 2026 para Lula, o PT deveria investir em candidatura própria na Capital agora em 2024. Vencendo a eleição ou passando ao segundo turno, o problema estaria resolvido. Não conseguindo esse estágio, ainda teria o apoio no segundo turno para negociar o palanque para Lula.
Essa movimentação de Brasília teria sido sistematicamente realizada pelo deputado Luís Couto, o ex-governador Ricardo Coutinho e o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB), que, apesar de sua aliança com a família Cunha Lima e a aproximação com o senador Efraim Morais, quer novamente o aberto apoio de Lula em 2026.
Assim, além da persistência, Luciano Cartaxo contou com alianças improváveis lá atrás, mas que se revelam estratégias para os envolvidos agora e no futuro. Seriam exatamente os casos de alianças com o ex-governador Ricardo Coutinho com o deputado Luís Coutinho e do senador Veneziano Vita do Rêgo.
A engenharia para aprovação da tese da candidatura própria e, sobretudo, da realização de pesquisa para escolha de candidato, na Executiva nacional petista também teria sido favorecida por disputas internas. A presidente Gleisi Hoffman teria necessitado de apoios das tendências às quais Luciano Cartaxo, Ricardo Coutinho e Luís Couto são alinhados para decisão em relação à disputa em Curitiba. O deputado Zeca Dirceu venceu na militância, mas, agora, a Executiva sepultou sua candidatura para apoiar o socialista Luiz Ducci. Em Recife, o senador Humberto Costa estaria negociando sua participação nas eleições, buscando se inserir diretamente no processo de reeleição de João Campos, do PSB, e teria trocado apoio internamente para garantir o arranjo da Paraíba.
Essas movimentações venceram às resistências que Luciano sofre no plano interno do PT em João Pessoa. Na composição de forças dentro do Diretório Municipal ele teria apoio de apenas pouco mais de 35%. No contraponto, os defensores da candidatura de Luciano alegam que a ausência de voto da militância para torná-lo candidato da base é superado pelo histórico das urnas, que lhe deram mandatos de vereador, vice-governador, deputado estadual e duas vezes prefeito. Luciano seria, portanto, o candidato mais competitivo.
Não se trata de um contraponto sem razão. Ainda assim, não dá para desconhecer que o cenário partidário com o qual o deputado a Luciano Cartaxo vai se deparar para montar sua possível campanha é desfavorável. Talvez não possa contar muito com o partido agora nem na campanha.
De qualquer forma, porém, a possível candidatura de Luciano Cartaxo tem tudo para alterar a correlação da disputa para prefeito na Capital. Por ter sido prefeito, pode se fazer antítese ao prefeito Cícero Lucena, deixando em segundo plano a polarização entre a esquerda e a direita. Pode também reavivar a polarização do PT com o bolsonarismo, mudando o eixo da campanha na Capital. Com Luciano na disputa, também se torna praticamente impossíveis prognósticos sobre quem vai passar para o segundo turno, embora se tenha como quase certa uma vaga para o prefeito Cícero Lucena. Assim, a campanha pode ficar mais qualificada, disputada e animada.
Recurso de Cida
A deputada Cida Ramos já adiantou que vai recorrer contra a decisão da Executiva ao Diretório Nacional do PT. Alegará que a resolução nacional da legenda não prevê a modalidade pesquisa para escolha de candidato, além da quebra da democracia interna com a suspensão abrupta das prévias.
Outro argumento é que, até agora, nas definições de candidatos em cidades com mais de 100 mil habitantes, a Executiva respeitou os critérios da unanimidade na Executiva local, maioria de 2/3 no diretório e maioria nos encontros estaduais ou prévias.