A arte e a cultura ocuparam, na manhã desta terça-feira (30), o salão e o auditório da Fundação Casa de José Américo, na Avenida Cabo Branco. Foi nesse espaço que a Secretaria de Educação e Cultura de João Pessoa (Sedec-JP) lançou o projeto ‘Cordel na Sala de Aula 2024’. A iniciativa, que este ano tem como tema ‘perspectivas de múltiplas aprendizagens através da poesia’, é colocada em prática por meio da diretora de Ensino, Gestão e Escola de Formação (Degef) e do Departamento de Programa Especiais (PDE).
A coordenadora do projeto, a professora Sayonara Gomes, ressaltou que o Cordel na Sala de Aula tem por objetivo pensar as múltiplas linguagens dos povos originários, da territorialização e do saber que vem a partir deles e do nosso conhecimento. “Nós estamos em um tempo de reflexão e esse momento aqui é para refletir sobre o que pensamos sobre a poesia e principalmente sobre a poesia do Cordel, que não é combinar letras, palavras, é entender a realidade, sentimento, tem a ver muito com memória e esta está aqui com os povos originários”, explicou.
Indígenas da aldeia ‘Alto do Tambá’, localizada na Baía da Traição, fizeram parte desse momento e puderam expor sua arte e recitar o poema ‘Poesia viva, ancestralidade e sustentabilidade’, além de apresentar um canto sagrado através do Toré.
“Sinto-me feliz em ser convidado a fazer parte desse projeto, desse grande evento, e poder mostrar um pouco do nosso trabalho. Quem não conhece nosso talento vai passar a conhecer. Aqui trouxemos copo de bambu, zarabatana, arco e flecha, colares, brinco e lanças”, falou o pajé Antônio Potiguar.
O evento contou com relato de experiência da coordenadora do projeto Educação Ambiental da Sedec, a mestra Maria Auxiliadora; do mestre e doutor em Psicologia Social da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Gildevan Estrela Dantas; e da diretora do DPE, Alcilene Andrade.
“O Cordel traz para a gente o resgate dessa cultura nordestina, a possibilidade de a gente apresentar para crianças, jovens e adultos o pouco dessa cultura e que a cultura que abrange vários temas e nuances. A cada ano, esse momento é de revitalizar, é um momento em que a gente também vai agregando, espalhando, se contagiando e se energizando para trabalhar o restante do ano letivo”, disse Alcilene Andrade.
Durante o lançamento teve a apresentação dos alunos Warao, da Escola Municipal Santos Dumont, declamando o cordel ‘O cavalo que defecava dinheiro’, do autor Leandro Gomes de Barros.
“Lá na escola, junto com todos os alunos, nós trabalhamos o cordel como cultura nordestina e inserimos a fala, já que eles não falam bem ainda o nosso português. Então, a proposta, além de conhecer o Cordel, que é uma literatura nossa, foi desenvolver também dentro dessa proposta a oralidade. Falando melhor cada dia mais o português, o nosso idioma”, explicou a professora polivalente da turma multisseriada, Aleide Lenier de Melo Gomes.