O serviço da Hemodinâmica de Patos, gerenciado pela Fundação Paraibana de Gestão em Saúde (PB Saúde) como parte do Complexo Hospitalar Regional Deputado Janduhy Carneiro, unidade da rede estadual de saúde, vem sendo cenário de diversos procedimentos inéditos no Sertão da Paraíba, entre eles, a trombectomia mecânica, recurso de alta complexidade que antes só era realizado na região metropolitana e capital do estado.
O serviço de hemodinâmica interiorizado pelo Governo da Paraíba tem possibilitado uma resposta assistencial rápida para os pacientes, desde o Litoral ao Sertão paraibano, inclusive salvando vidas de pessoas que apresentam casos mais graves. Desde o dia 11 de janeiro deste ano, o serviço já realizou a trombectomia mecânica em três pacientes, sendo todas mulheres, ação que foi decisiva para a vida delas. A técnica é utilizada para remoção de um coágulo sanguíneo – trombo – de um vaso sanguíneo dos pacientes.
A primeira pessoa que se submeteu a esta técnica na Hemodinâmica de Patos foi uma idosa de 81 anos, que fez a retirada de um trombo maciço (coágulos que obstruem as artérias do pulmão) dentro do principal vaso do pulmão.
De acordo com o cardiologista e hemodinamicista Jeann Santiago, o procedimento foi realizado com sucesso, por meio da infiltração de um fármaco trombolítico diretamente nos vasos pulmonares, de forma a digerir os trombos residuais. “Caso não tivesse sido feito o diagnóstico e o tratamento invasivo na hemodinâmica, inevitavelmente teríamos um desfecho ruim devido à gravidade da situação”, relembrou.
Já a segunda paciente que passou pelo procedimento, poucos dias depois da primeira trombectomia no serviço, foi uma enfermeira de 29 anos que apresentava dor torácica e cansaço intenso. Neste caso, foi realizado trombolítico intrapulmonar seguido de trombectomia mecânica com aspiração de trombos.O procedimento foi concluído com sucesso sem intercorrências.
O caso mais recente foi da paciente Maria Alves de Sousa, 88 anos, que passou por uma trombectomia mecânica de urgência, no dia 13 de fevereiro. O procedimento foi crucial para salvar a vida dela, que deu entrada no serviço de hemodinâmica com um quadro de cansaço significativo.
Segundo Jeann Santiago, Maria Alves foi diagnosticada com câncer de ovário, e, após passar por uma cirurgia para a remoção do tumor, desenvolveu uma trombose pulmonar no pós-operatório. A doença foi diagnosticada após realização de uma tomografia de tórax com protocolo para tromboembolismo (formação de um coágulo, que é o sangue em forma sólida, dentro da veia) pulmonar de urgência.
“A trombectomia mecânica que realizamos foi um procedimento crucial que decidiu entre a vida ou a morte da paciente. Caso não houvesse aqui o serviço de hemodinâmica e um profissional capacitado para realizar a trombectomia, a paciente iria a óbito, inevitavelmente, visto que o coágulo estava impedindo a passagem de sangue para o pulmão e, consequentemente, para o coração”, explicou o especialista.
Ainda de acordo com o médico, o procedimento consistiu em inserir um cateter por meio de uma veia da perna que deu acesso diretamente ao interior da artéria pulmonar. Dessa forma, foi possível quebrar o coágulo de sangue presente na região e aspirar de forma imediata, assim restabelecendo o fluxo de sangue normal no pulmão.
“Com toda certeza, o procedimento foi um sucesso, sem intercorrências, e assim nós pudemos garantir mais uma vida salva no sertão paraibano”, destacou Jeann Santiago. Após a trombectomia mecânica, a paciente foi encaminhada para a UTI cardiológica, onde permaneceu internada por 10 dias até receber alta hospitalar para seguimento ambulatorial.
Para o superintendente da PB Saúde, Ari Reis, ver que procedimentos de alta complexidade como este agora são realizados no interior do estado, é motivo de grande alegria, pois mostra como os investimentos do Governo do Estado estão sendo convertidos em mais qualidade de vida e saúde para a população paraibana.
“A implantação do serviço de hemodinâmica no Hospital Regional de Patos tem proporcionado a realização de procedimentos cardiológicos e endovasculares que antes não era possível serem feitos no Sertão da Paraíba. Com o atendimento célere e qualificado que, desde então, tem sido oferecido aos sertanejos, temos a oportunidade de poder salvar mais vidas”, afirmou.