O Aeroporto Internacional Presidente Castro Pinto, instalado na Região da Grande João Pessoa, na Paraíba, apresentou o maior índice do país em relação ao número de colisões entre aeronaves e animais.
De acordo com as informações, em 2022, foram 4,11 colisões para 10 mil movimentos de pousos e decolagens, contra 46,5 do aeroporto Presidente Castro Pinto, em João Pessoa (PB), o maior índice entre as capitais na época, segundo o Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos).
O dado foi publicado nas Estatísticas do Cenipa na última edição do Anuário do Risco de Fauna, de 2022, mostrando que 26% das colisões registradas em aeroportos do país ocorreram durante estacionamento, taxiamento ou decolagem e que 33,2% foram no pouso.
As informações fazem parte do Painel Sipaer, de ocorrências aeronáuticas, desenvolvido pelo Cenipa, órgão ligado à FAB (Força Aérea Brasileira), pelo Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo) e pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Eles envolvem casos que provocaram algum tipo de dano estrutural à aeronave.
Somente nos dois primeiros meses deste ano de 2024, 451 colisões entre aeronaves e animais nas áreas de aeroportos e aeródromos no país acabaram reportadas oficialmente a autoridades —na média, foram quase oito por dia. Do total, 414 envolveram aves.
Colisões com aves e outros animais são os casos mais comuns. Apenas em fevereiro deste ano, 72% de todos os reportes envolviam esse tipo de ocorrência —foram 257 de um total de 357 registros, que também incluem falha de motor ou saída de pista, entre outros.
A comparação com anos anteriores é prejudicada porque em agosto de 2023 houve mudança no sistema de notificações, que passou a ser unificado às demais ocorrências e inclui todos os tipos de animais. Pelo sistema antigo, no ano passado ocorreram 3.270 desses choques.
De acordo com a matéria publicada na Folha, apenas a Latam registrou 563 casos de “bird strike” (como essas colisões são chamadas em inglês) em 2023. “Afetou milhares de passageiros devido a voos cancelados ou atrasados e provocou um custo adicional com reparos e manutenção de aeronaves e motores fora de operação”, diz a empresa, sem citar valores.