O rochedo tem grande resiliência no confronto com o mar, mas chega a hora em que essa resistência é quebrada. Esta é mais ou menos a realidade vivida pelo prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima (União Brasil). Ele bateu o pé e não aceitou a implantação das emendas impositivas no município e, como consequência, a Câmara Municipal ameaça não aprovar a Lei Orçamentária Anual (LOA). O tema foi colocado em pauta durante reunião nesta terça-feira (2), o primeiro dia útil do ano, mas terminou sem solução e um novo encontro foi marcado para a noite.
Conforme lembra esta matéria do blog do Suetoni, a proposta dos vereadores é que 1.2% da Receita Corrente Líquida (RCL) seja destinado às emendas impositivas. Ou seja, os vereadores vão dizer como querem que a prefeitura invista o dinheiro e o Executivo tem a obrigação de cumprir. Não é nada além do que já é válido no plano nacional, no governo da Paraíba e em João Pessoa. Acontece que o Legislativo campinense, tradicionalmente governista, nunca colocou o pé no bucho do prefeito, já que ele tinha maioria na Casa, realidade mudada recentemente. E aí, com essa configuração, resta negociar.
O prefeito até pode comprar briga com o Legislativo, levar o caso para a Justiça e executar o orçamento com base no do ano passado, administrando um doze avos no mês, mas não há certeza de sucesso. Os vereadores saíram da reunião da manhã com a esperança de avanço nas negociações. Um novo encontro deve ocorrer à noite e o melhor caminho será a busca do entendimento. Talvez buscando um ponto de convergência nas propostas. Quem partir para o tudo o nada, sairá perdendo.