O deputado federal paraibano Cabo Gilberto Silva (PL) criticou e apresentou ‘Nota de Repúdio’, durante Sessão na Câmara, em Brasília, em desfavor da decisão do Conselho Universitário da Universidade Federal da Paraíba (Consuni/UFPB), em aprovar uma resolução que autoriza a implantação de banheiros públicos “de acordo com a identidade de gênero autodeclarada” nas dependências da instituição.
“Imagina você que vai visitar a Universidade Federal, leva a sua filha e, aí entra um marmanjo, porque se [sic] diz que é mulher e tá lá no banheiro“, frisou o parlamentar que ainda acrescentou em tom de protesto, dizendo: “banheiro todEs procure na sua casa, não nas Federais“.
Na terça-feira (19/12), o Consuni divulgou uma Nota Oficial sobre o assunto. Confira:
“NOTA DO CONSUNI
O Conselho Universitário da Universidade Federal da Paraíba (Consuni/UFPB), com base nas normativas em vigor, aprovou, em 18 de dezembro de 2023, Resolução que assegura às pessoas travestis, transexuais, não binárias e transgêneras, o uso de banheiros e demais espaços segregados por gênero, de acordo com a identidade de gênero autodeclarada, independente do que conste em seus registros civis“.
Divisão de opiniões
A decisão do Consuni dividiu opiniões no local, uma vez que muitos aprovaram, enquanto que várias estudantes se disseram inseguras com o risco que passam a sofrer ao, por ventura, se depararem com homens mal intencionados que tentem se aproveitar da situação e, “disfarçados” de pessoas trans, homossexuais ou mesmo não-binária, tenham acesso ao local de extrema intimidade da mulher que antes, em momentos extremos serviu de refúgio até mesmo para elas escaparem de violências porque a maioria dos homens ainda se intimidava com a proibição de acesso.
Uma estudante, que prefere o anonimato e apoiou a decisão do Consuni, afirmou que “está na hora da nova realidade comportamental ser aceita por todos. É chegado o fim da era da repressão“.
Já uma outra aluna da Instituição que não quis se identificar por medo de represália disse que há uma diferença gigante entre a realidade posta num papel e a das ruas.
“No papel é uma decisão muito bonita. Mas, aqui, na vida real, não apenas homens, mas, as pessoas em sua grande maioria, vivem um momento de extrema maldade cada vez mais explícita e podem se aproveitar da situação. A maioria das mulheres não possui nem físico e, muito menos, conhecimentos em artes marciais ou técnicas de lutas para defesa pessoal. Como disse, aqui na vida real, as coisas são diferentes das idealizadas“, frisou.
Confira o vídeo: