Algumas vezes as internações precisam ser longas e os dias em uma enfermaria ou na UTI podem ser árduos. Por isso, atrelar bem-estar à recuperação se torna essencial. Com essa preocupação, o Complexo de Doenças Infectocontagiosas Dr Clementino Fraga, unidade hospitalar do Governo do Estado, em João Pessoa, tem projetos de humanização para os pacientes. Entre eles, estão o ‘Fisioterapia em movimento’ e o ‘Novos Ares’.
Os dois projetos levam os pacientes para fazer fisioterapia ao ar livre, em um espaço de convivência do hospital. Para participar, o paciente deve ter condições clínicas. São consideradas a estabilidade do quadro, que inclui pressão arterial, frequência cardíaca e saturação de oxigênio, e os fatores neurológicos, como níveis de consciência e de agitação. Os pacientes aptos são convidados para participar do momento. Aqueles que não querem sair do leito fazem o tratamento no local.
A coordenadora de Fisioterapia da unidade, Juliana Leite, explicou que os projetos usam um conjunto de técnicas aliadas a exercícios com movimentos cotidianos relacionados à reabilitação e à recuperação funcional dos pacientes. “As atividades realizadas auxiliam na melhora da qualidade de vida. Pelo fato de ficar muito tempo em repouso, o paciente pode ter a redução de função, e os exercícios proporcionam uma melhora mais rápida, minimizando os efeitos da perda de força musculares e das funções cognitivas, acelerando a sua reabilitação e possibilitando uma alta mais rápida e segura”, disse.
A fisioterapeuta explicou ainda que é perceptível a melhora do humor dos pacientes, e a maior adesão ao tratamento de reabilitação proposto pela equipe. “Acontece de algum paciente não querer sair do leito para fazer a fisioterapia ao ar livre, mas quando vê – pela janela – o trabalho sendo realizado, se sente motivado e faz a adesão no mesmo dia ou no dia seguinte”, comemora.
A coordenadora de Fisioterapia da UTI, Laryssa Marcela, pontuou que os pacientes de enfermidades distintas fazem a fisioterapia separadamente. “Quem tem tuberculose, por exemplo, não faz os exercícios com quem tem HIV ou hanseníase, por exemplo. Assim como os pacientes de enfermaria não fazem a fisioterapia junto com os pacientes de UTI. Isso acontece para resguardar a segurança de todos”, detalhou.
O paciente José Carlos Correia descobriu que vivia com HIV quando foi fazer uma doação de sangue, ainda nos anos 80. Desde então faz o tratamento. “Eu fiquei alguns meses sem tomar a medicação, pois fiz uma viagem para outro país. Isso fez com que minha imunidade baixasse e eu adoeci. Estou há dois meses internado e poder pegar um sol e me movimentar é positivo demais. Eu agradeço muito poder fazer parte do projeto. Pra mim é nota 10!”, destacou.