Hoje, 20 de novembro é marcado, no Brasil, como Dia Nacional da Consciência Negra. Uma data que além de homenagear Zumbi dos Palmares, líder na resistência do Quilombo, também representa um momento para reflexões sobre a presença e a contribuição do povo negro na sociedade brasileira, que são muitas vezes silenciadas. Na Ciência e Tecnologia, por exemplo, a história registra diversas colaborações da população negra para o desenvolvimento da área.
Em Campina Grande são vários os destaque para as personalidades negras que têm contribuído para o desenvolvimento da Ciência.
Ivonildes da Silva Fonseca é uma profissional na área de Ciências Humanas com ênfase em práticas de ensino teórico-prático. Ela integra conhecimentos científicos à realidade social brasileira, buscando considerar a diversidade epistemológica. Destaca a importância de incluir produções científicas de autores africanos, afrodescendentes e indígenas. Sua interação ativa com os estudantes visa transmitir conhecimentos que possam ser planejados e que sirvam como instrumentos para uma sociedade mais igualitária.
Margareth Maria de Melo é da área de Educação, com foco em Formação Docente, História e Cultura Afro-brasileira. Sua atuação concentra-se na formação inicial e continuada, além de abordar temas como Ensino de História, Livros Didáticos de História, racismo, leis 10.639/2003 e 11.645/2008, e a luta de resistência dos povos indígenas e negros, com atenção especial para como mulheres negras.
Patrícia Cristina de Aragão conduz pesquisas centradas em questões étnico-raciais, especialmente relacionadas ao povo negro, povos indígenas e ciganos. Seus estudos abrangem também a formação de professores, o ensino de história, a educação escolar e a educação do campo. Além disso, ela se interessa por debates que exploram a interseção entre história e literatura, especialmente ao abordar temas relacionados a mulheres negras, povos ciganos, povos indígenas, infâncias e juventudes.
Alcione Ferreira da Silva destaca que seu engajamento, no debate étnico-racial, é uma continuidade que precede sua atuação no serviço social, remontando à sua graduação em história. Este tema persiste em sua produção acadêmica na UEPB, sendo abordado em trabalhos de conclusão de curso, especializações e, de forma mais específica, em seu mestrado, no qual focou nas mulheres quilombolas na Paraíba.
Cristiane Maria Nepomuceno tem uma carreira de 30 anos na UEPB, focada no ensino, pesquisa e orientação em Pedagogia, Sociologia, Geografia, História e outras áreas. Sua atuação abrange Cultura, Educação Étnico-Racial, Diversidade e Direitos Humanos, com pesquisa e extensão ligadas ao Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas. Seu objetivo é promover uma educação que fortaleça direitos, valores e respeito à diversidade, combatendo a desigualdade social por meio de um trabalho interdisciplinar.
Destaque para as personalidades Negras no mundo
Enedina Alves Marques foi uma pioneira, sendo a primeira mulher negra a se formar em engenharia no Paraná e a primeira engenheira negra do Brasil. Seu legado inspira até hoje, sendo lembrado e reafirmado com o Instituto de Mulheres Negras Enedina Alves Marques.
Na área de informática, Phillip Emeagwali, nigeriano, contribuiu para a tecnologia ao criar o computador mais rápido do mundo, enquanto Sônia Guimarães, primeira negra brasileira doutora em física e primeira mulher negra a lecionar no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), trouxe avanços significativos na área de propriedades elétricas de ligas semicondutoras.
Ainda no cenário internacional, Mark Dean, informático e inventor, liderou equipes responsáveis por avanços cruciais na conexão entre computadores e periféricos, além de ter patentes fundamentais originais na IBM.
Já Janice Wilkins, ex-vice-presidente de finanças da Intel Corporation, e Hadiyah-Nicole Green, física, médica com pesquisas inovadoras sobre o tratamento do câncer, são exemplos contemporâneos de excelência e liderança na ciência e tecnologia.
O impacto na área da saúde também é evidente com profissionais como Patrícia Bath, oftalmologista pioneira em procedimentos revolucionários para a catarata e primeira mulher negra a conseguir registrar uma patente médica, e ainda Jane Cooke Wright, oncologista reconhecida como a ’mãe da quimioterapia’, por suas contribuições inovadoras para o tratamento do câncer.
A secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação de Campina Grande, Laryssa Almeida, comentou sobre a importância dessa data. “Ao celebrarmos o Dia Nacional da Consciência Negra é necessário refletir e homenagear esses pioneiros, cujas realizações continuam a inspirar as gerações futuras. Com isso, reforçamos nosso compromisso com a promoção da diversidade e inclusão em todas as áreas da ciência e tecnologia”, declarou.
Esses nomes, entre muitos outros, são testemunhos vivos do potencial e da contribuição das pessoas negras para o avanço da ciência e da tecnologia. Suas conquistas, muitas vezes alcançadas em meio a desafios e preconceitos, são fontes de inspiração e devem ser celebradas não apenas no Dia Nacional da Consciência Negra.