Nos acompanhe

Artigos

Hospital Padre Zé: um olhar crítico sobre o vazamento de informações sigilosas

Publicado

em

Por Roberto Nascimento – Advogado Criminalista

Vazamentos de informações em casos de investigação têm se tornado cada vez mais comuns e controversos nos últimos anos. Recentemente, fomos apresentados a um caso que abordou vazamentos relacionados ao Hospital Padre Zé, que envolveram acusações de desvio de fundos e outros crimes. A revelação dessas informações suscitou debates sobre os impactos desses vazamentos, levantando questões sobre a ética, a legalidade e a influência na opinião pública.

Esse tipo de situação, seja no contexto da Lava Jato ou no caso do Padre Zé, têm semelhanças notáveis. Ambos envolvem a divulgação não autorizada de informações confidenciais ou sigilosas relacionadas a investigações em andamento. No entanto, é fundamental notar que, embora as motivações para esses vazamentos possam variar, os potenciais impactos negativos são compartilhados e merecem uma análise crítica.

A publicidade de informações sigilosas em casos sob investigação são preocupantes por várias razões. Primeiro, essas ações podem prejudicar seriamente o progresso das investigações em curso. Quando informações confidenciais são tornadas públicas prematuramente, os suspeitos envolvidos podem tomar medidas para ocultar provas, fugir ou obstruir o curso da investigação. Isso não apenas prejudica a capacidade dos investigadores de reunir evidências, mas também coloca em risco a própria justiça e a punição adequada dos culpados.

Um exemplo notório de como vazamentos podem prejudicar investigações é o caso da Lava Jato. A divulgação de informações sensíveis sobre as operações permitiu que suspeitos tomassem medidas evasivas, comprometendo o sucesso das investigações. O mesmo princípio se aplica ao caso do Padre Zé: os vazamentos de informações sobre supostos desvios de recursos podem ter permitido que os envolvidos se preparassem para enfrentar as acusações.

Segundo, vazamentos de informações em casos judiciais podem ser considerados ilegais, especialmente quando envolvem processos em segredo de justiça. O segredo de justiça é uma medida fundamental para garantir a imparcialidade e a integridade das investigações e dos julgamentos. Quando informações sigilosas são vazadas, não apenas a lei é violada, mas também a confiança no sistema de justiça é minada.

Nos casos de vazamentos de informações no âmbito da Lava Jato, houve alegações de que procuradores teriam vazado deliberadamente informações para a mídia, o que é inaceitável do ponto de vista ético e legal. Essas ações comprometem a integridade das investigações e levantam questões sobre o comportamento dos agentes públicos envolvidos. No caso do Padre Zé, ainda não temos a ideia por onde escaparam os conteúdos, o que exige uma investigação própria para isso.

Quem teria vazado tais conteúdos sigilosos e com qual objetivo? A preservação do sigilo da fonte está acima do princípio do devido processo legal, da imparcialidade e da presunção de inocência? A quem interessa o vazamento de informações privilegiadas? Essas são as questões que precisam ser respondidas.

Outra questão relevante é a manipulação da opinião pública. Quando informações confidenciais são vazadas, muitas vezes são divulgadas de maneira sensacionalista, distorcendo os fatos e causando impacto na percepção do público sobre os envolvidos. Isso pode criar um ambiente de julgamento prévio, onde os acusados são considerados culpados antes mesmo de serem julgados e até mesmo de se iniciar o processo. A presunção de inocência, um princípio fundamental do sistema legal, acaba comprometida. Parece ser o caso do Padre Zé.

Na Lava Jato, os vazamentos frequentes de informações para a mídia foram criticados por supostamente influenciar a opinião pública e criar uma narrativa específica em torno dos envolvidos. Isso não apenas afeta a justiça, mas também coloca em risco o devido processo legal, uma vez que os acusados podem ter dificuldade em receber um julgamento justo e imparcial.

É importante observar que a manipulação da opinião pública não se limita apenas ao impacto sobre os suspeitos e acusados.
Também pode afetar a confiança do público nas instituições governamentais e no sistema de justiça como um todo. Quando as pessoas acreditam que as investigações e os julgamentos são influenciados por vazamentos e sensacionalismo na mídia, a confiança na justiça e no Estado de Direito pode ser erodida.

Portanto, é crucial abordar a questão dos vazamentos de informações em investigações com seriedade e considerar os riscos envolvidos. Enquanto a transparência é importante em uma democracia, não deve ser alcançada à custa da integridade das investigações, do respeito ao segredo de justiça e da presunção de inocência.

As alegações de vazamentos no caso do Padre Zé, assim como em anteriores, devem ser tratadas com a devida atenção e investigação para determinar a validade das acusações e a extensão dos impactos. Ao mesmo tempo, é essencial reforçar a importância do respeito ao devido processo legal, do segredo de justiça e da ética no tratamento de informações confidenciais em casos judiciais.

Em resumo, vazamentos de informações em investigações representam uma ameaça à integridade do sistema legal, ao progresso das investigações e à confiança do público. Eles podem prejudicar a justiça, minar a presunção de inocência e criar um ambiente de julgamento prévio. Portanto, é fundamental abordar essas questões com responsabilidade e garantir que os princípios legais e éticos sejam respeitados em todos os casos.

Continue Lendo

Artigos

Saúde respiratória dos pets: cuidados na transição da primavera para o verão

Publicado

em

Por

Redação do Portal da Capital
No Nordeste, o fim da primavera e o início do verão trazem um clima marcado pelo aumento das temperaturas e da umidade. Essa combinação, comum em novembro e dezembro, pode favorecer o surgimento de problemas respiratórios em cães e gatos, especialmente os que possuem predisposição genética ou doenças crônicas.
O médico veterinário Natanael Filho, sócio do Hospital Vida, que abre as portas em breve em João Pessoa, destaca as principais ameaças e como os tutores podem proteger seus pets neste período. “O calor intenso combinado com a umidade favorece o aparecimento de fungos e bactérias, além de potencializar alergias respiratórias causadas pela poeira ou mofo”, explica Natanael. Segundo ele, o uso frequente de ventiladores e ar-condicionado pode ressecar as vias respiratórias dos pets, aumentando o risco de infecções.
Raças mais vulneráveis – Cães braquicefálicos, como Pugs, Bulldogs e Shih Tzus, e gatos Persas são mais suscetíveis a problemas respiratórios devido à anatomia de suas vias aéreas. “Esses animais precisam de cuidados preventivos mais rigorosos, como evitar exposição prolongada ao calor e garantir ambientes ventilados, mas sem correntes de ar frio direto”, orienta Natanael.
Espirros ocasionais ou tosse podem ser normais, mas é importante observar sinais persistentes. “Se o animal apresenta secreção nasal, dificuldade para respirar, cansaço extremo ou apatia, pode ser um problema mais sério, como bronquite ou rinite infecciosa. Nesses casos, a consulta ao veterinário é indispensável”, alerta o especialista.
Prevenção de crises respiratórias – Natanael recomenda medidas simples que podem fazer a diferença na saúde dos pets. “Usar umidificadores de ar pode ajudar a evitar o ressecamento das vias respiratórias. Além disso, é essencial manter o ambiente limpo, sem acúmulo de poeira ou pelo. Em locais com alta umidade, é importante evitar mofo e garantir ventilação adequada”, afirma.
Para animais com doenças respiratórias crônicas ou predisposição genética, o acompanhamento regular é indispensável. “O check-up permite identificar precocemente qualquer alteração e ajustar os cuidados. No verão, esse acompanhamento se torna ainda mais importante devido às condições climáticas do Nordeste”, orienta Natanael.

Sobre o Hospital Vida – Primeira estrutura hospitalar veterinária do Nordeste que reúne atendimentos clínicos de diferentes especialidades, laboratórios de análises e imagem, blocos cirúrgicos e terapias para animais de estimação. A unidade oferece serviços de Anestesiologia, Cardiologia, Cirurgia, Dermatologia, Diagnóstico por imagem, Diagnóstico Laboratorial, Endocrinologia, Especialista em Felinos, Fisiatria, Gastroenterologia, Geriatria, Neurologia / Neurocirurgia, Nefrologia e Urologia, Nutrição, Oftalmologia, Ortopedia e Clínica Médica Geral. A estrutura do Vida conta com Terapia Semi-Intensiva canina e felina, em espaços separados; UTI 24 horas; apartamentos humanizados; diagnóstico laboratorial e de imagens 24 horas; com tomografia computadorizada; consultório especializado para felinos; hemodiálise; endoscopia; sala de imunoterapia; blocos cirúrgicos e setor de fisioterapia. O Hospital Vida está localizado na Rua Miriam Barreto Rabelo, 160, no Jardim Oceania, em João Pessoa.

Continue Lendo

Artigos

Uruguai: salve a eleição mais chata do mundo

Publicado

em

Por

Redação do Portal da Capital

* Por Josival Pereira

O Uruguai, nosso vizinho do chamado cone sul da América, realizou o segundo turno de sua eleição presidencial neste domingo. A Frente Ampla, uma aliança de centro-esquerda, venceu o pleito e volta ao poder com Yamandú Orsi, candidato apoiado por Pepe Mujica, um ex-revolucionário que, além de virar presidente, se transformou num lendário líder da República Oriental do Uruguai.

A frente de esquerda chegou ao poder pela primeira naquele país somente em 2004, venceu três eleições seguidas, incluindo a de Pepe Mujica em 2009, e perdeu para a direita liberal em 2019, com a vitória de Luis Lacalle Pou, do Partido Nacional, que liderava a aliança conservadora. Agora retoma o poder, apesar da boa popularidade de Lacalle.

Depois da ditadura militar, entre 1985 e 2004 (período de 19 anos). o Uruguai foi governado pela direita, em eleições vencidas pelo Partido Colorado. Sem novidade. Os colorados já emplacaram 46 presidentes, desde 1838, inclusive durante a ditadura cívico-militar. Outra força de direita – o Partido Nacional -, a segunda com maior número de presidentes, ainda assim, só contabiliza 12.

Vencer quatro eleições num período de 20 anos, com mandatos com duração de cinco anos, é um grande feito político para a Frente Ampla. Porém, o que mais chamou a atenção sobre as eleições no Uruguai foram a seguinte manchete, e a consequente reportagem, publicada recentemente na versão online da BBC News: Por que se diz que a eleição do Uruguai é a ‘mais chata do mundo’ neste ano (e por que isso é invejável).

A explicação mais clara sobre a manchete aparece no 4° parágrafo da reportagem: “A disputa no Uruguai tem sido considerada “chata” porque, quem quer que se consagre vencedor, acredita-se que tudo continuará mais ou menos igual no país”.

É de pasmar qualquer um, mas a chatice da eleição uruguaia decorreria mais precisamente do fato de não haver “protestos contra o sistema nem ameaças à democracia”, temas presentes nas disputas eleitorais na América Latina e ao redor do mundo.

“O Uruguai, com seus 3,4 milhões de habitantes, esteve até agora afastado dos níveis de polarização política de outros países”, frisa um trecho da reportagem. Ou seja, não existem os radicalismos presentes em outros países.

E são igualmente fortes outros argumentos contidos na reportagem publicada na BBC News que tornariam a democracia uruguaia invejável:

“O Uruguai se destaca pela continuidade de suas políticas, independentemente do partido no governo, incluindo iniciativas inovadoras como energia renovável e a legalização da maconha”.

“Neste país, ninguém pensa em colocar em risco a estabilidade macroeconômica”, disse Orsi em junho (candidato agora vitorioso).

“Isso faz parte de uma lógica que atravessa os partidos”, acrescentou, em um evento do semanário local Búsqueda.

Além da lógica política democrática, a estabilidade econômica e o baixo nível de desigualdade parecem contribuir decisivamente para afastar os extremismos da política no Uruguai. Veja-se o seguinte registro na reportagem: O Banco Mundial resume que “o Uruguai se destaca na América Latina por ser uma sociedade igualitária, com alta renda per capita e baixos níveis de desigualdade e pobreza”.

Estudos diversos apontam que a Uruguai se conversa, ao longo nos anos, como um país com as menores taxas de desigualdade na região e com uma classe média robusta. Segundo analistas regionais (da Argentina e do próprio Uruguai), estes também seriam fatores que sustentam o tradicional “fair play” da política uruguaia, a estabilidade democrática e o distanciamento dos radicalismos reinantes na América Latina, Estados Unidos, etc.

Pode ser exagero, mas uma reportagem antiga (próxima das eleições de 2019) do jornal El País (versão online) assenta que o equilíbrio democrático no Uruguai tem sido arbitrado pela força da classe média, resultante da baixa desigualdade local: “Essa mesma classe média arbitra, obriga a moderação e se distancia da violência e da demagogia”.

Se o problema é a desigualdade social, a democracia brasileira está inapelavelmente condenada. Mas não deixa de ser estranho, muito estranho, que o tradicional modelo de democracia, com respeito ao princípio da alternância de poder, às leis, às opiniões contrárias e aos adversários, regras básicas e simples, seja considerado uma chatice. Difícil entender.

Continue Lendo

Artigos

Médicos orientam como correr com segurança para aproveitar todos os benefícios do esporte

Publicado

em

Por

Redação do Portal da Capital

Será que é só calçar um tênis e correr? No episódio do videocast Sem Contraindicação desta semana, a apresentadora Linda Carvalho recebeu o ortopedista Remo Soares e o endocrinologista João Modesto para um bate-papo sobre os benefícios e as orientações sobre como praticar a corrida de forma segura e aproveitar os benefícios desse esporte, que conquista cada vez mais adeptos. No Brasil, foram realizadas mais de 150 mil provas de rua em 2023 e a Associação Brasileira de Corrida de Rua estima que o país tenha mais de 13 milhões de corredores.

Durante a conversa, os médicos destacaram a importância de as pessoas buscarem apoio de profissionais da saúde antes de começar qualquer atividade física, incluindo a corrida. Eles também lembraram que é preciso ficar atento à nutrição, necessidade de suplementação e hidratação. “A hidratação é fundamental e aí têm tabelas para a idade e atividade física, de quanto o indivíduo deve fazer a ingestão hídrica, que não precisa ser só água, mas principalmente água”, orientou João Modesto. Ele reforçou que o exercício pode ser praticado em qualquer idade, mas sempre com orientação.

O ortopedista Remo Soares ressaltou a importância de o atleta amador prestar atenção aos sinais do corpo, com relação a incômodos, necessidade de alimentação e disposição durante a corrida. “Inicialmente, precisa fazer uma avaliação médica com um cardiologista para ver que realmente está apto. Isso aí é uma questão de segurança e é muito importante”, afirmou. O médico também sugere que o corredor iniciante comece aos poucos, com percursos mais curtos, antes de partir para corridas de longa distância. “Você não pode começar a correr e já pensar em fazer 10, 21 quilômetros. Que faça, três, cinco, seis e, daqui a pouco, estará fazendo percurso que quer”, disse.

CORRIDA NO DIA PRIMEIRO

A apresentadora Linda Carvalho lembrou que, no dia primeiro de dezembro, a Unimed João Pessoa vai realizar a sua primeira corrida de rua, com saída e chegada do Largo da Gameleira, na orla da Capital. Estão sendo disponibilizados três percursos: 1, 5 e 10 quilômetros.

As inscrições já foram encerradas. Para mais informações sobre percurso e retirada de kits, basta acessar o regulamento, disponível no hotsite da corrida (www.unimedjp.com.br/corridasunimed).

EPISÓDIOS SEMANAIS

O Sem Contraindicação vai ao ar toda quinta-feira sempre com um novo episódio. O conteúdo é publicado no YouTube e no Spotify. Os episódios também ficam disponíveis no Portal Unimed João Pessoa, que conta com uma seção exclusiva do videocast, onde é possível sugerir temas e interagir com a equipe de Comunicação da Unimed JP, responsável pela produção.

Continue Lendo