O paraibano Tércio Arnaud Tomaz, de Campina Grande e ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), é descrito no relatório da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Investigação) do ‘8 de janeiro’ até como autor de ‘ataques’ virtuais à vereadora Marielle Franco, assassinada em março de 2018 por pessoas ligadas às milícias do Rio de Janeiro.
De acordo com o documento, os ‘ataques’ virtuais eram feitos através da página “Bolsonaro Opressor” no Facebook, que ele utilizava para elogiar Bolsonaro e atacar adversários do então deputado federal através de ‘memes’.
Ainda segundo o relatório, desde que foi nomeado como ‘Assessor Especial da Assessoria Especial do Presidente da República’, sob o código CCE 2.15, em 04 de janeiro de 2019 e ter permanecido no cargo até 30 de dezembro de 2022′, Tércio Arnaud, apesar de receber apenas R$ 13,6 mil como salário mensal, durante o mesmo período “auferiu mais de 700 mil reais no cargo“.
Consta ainda no documento que, um outro perfil mantido pelo paraibano, “antes de sair do ar, a conta “bolsonaronews” somava 492 mil seguidores e mais de 11 mil publicações no Instagram, tendo auxiliado na desinformação sobre a covid-19, com tratamentos ineficazes e minimizando a gravidade da pandemia“.
O relatório ainda aponta que recai sobre Tércio Arnaud Tomaz a suspeita de que ele ainda esteja ligado ao ex-presidente de modo extraoficial uma vez que segundo análise bancária conduzida pela “CPMI sobre o extrato financeiro de Osmar Crivelatti, membro da Ajudância de Ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro desde junho de 2019 e que permanece como seu assessor até os dias atuais […] entre 03/02/2023, ou seja, já enquanto Tércio estava desempregado e sem vínculos com o governo federal, e 08/08/2023, Osmar transferiu a Tércio a quantia de R$ 2.219,79, em vinte operações bancárias, sendo uma média de três operações por mês, costumeiramente no início de cada mês“.
“A despeito de ser um baixo valor, a quantidade de transferências indica uma possível proximidade entre Osmar, e consequentemente Jair Bolsonaro, para quem presta serviços de assessoria até o momento, e Tércio, de forma que se permite inferir que, apesar de todas as investigações às quais Tércio foi submetido, ainda permanece próximo ao seu mentor e ex-chefe“, diz o relatório da CPMI.
O relatório final da CPMI será votado nesta quarta-feira (18/10) pedindo indiciamento do paraibano Tércio Arnaud, de Jair Bolsonaro e de mais 59 (cinquenta e nove) pessoas, recomendando ainda que o ex-presidente seja acusado de associação criminosa, violência política, abolição do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.
Confira o trecho do relatório que fala sobre o paraibano: