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Sob gestão de paraibana, Banco do Brasil levanta R$ 8 bi em Wall Street para agenda verde do país

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Em uma conversa sobre o potencial de emissões externas de companhias brasileiras assessoradas pelo Banco do Brasil, os setores não são revelados. Poderia ser pelo teor confidencial pré-captação, mas o principal motivo é o fato de que são poucos, e abri-los entregaria quais são as respectivas empresas.

“Está vendo, falta de diversidade atrapalha até nisso”, diz a presidente do BB, Tarciana Medeiros, em entrevista ao Estadão/Broadcast, em Nova York, nos Estados Unidos, onde liderou uma turnê de negócios do banco na última semana.

A paraibana, lembra o Estadão, aos 44 anos, sendo 24 deles dedicados ao banco, é a primeira mulher a assumir o cargo em mais de dois séculos era avessa a holofotes. Antes de Tarciana Medeiros, 58 homens presidiram o Banco do Brasil, primeiro CNPJ da história do País e com mais de 80 milhões de clientes. Várias barreiras foram quebradas em sua gestão.

“Sou nordestina, paraibana, negra, lésbica. E, aí, negra de pele clara, que o pessoal diz assim: ‘Ah, você está aproveitando agora de ser minoria’? Eu ouço esse tipo de situação”, disse ela, ao discursar em evento do Pacto Global da ONU no Brasil, realizado na sede da Organização das Nações Unidas, em Nova York.

O início da vida laboral foi em uma feira, aos dez anos. Depois, foi professora e, então, chegou ao BB, aos 20 anos, com o desafio de construir carreira no mercado financeiro, um universo extremamente masculino.

Medeiros esteve lado a lado da presidente do Citi, Jane Fraser, durante jantar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Nova York, com empresários e investidores. As duas primeiras mulheres a assumirem o comando de grandes bancos listados em Bolsa, seja em Wall Street ou no Brasil, mostraram que avanços já foram dados, mas que os obstáculos continuam aí.

Ao relembrar sua trajetória, a presidente do BB recorda ensinamentos do pai, que dizia que ela poderia ser o que quisesse, mas tinha de ter muita iniciativa e também “acabativa”. “Eu me tornei uma estatística… Eu sei que ocupei um lugar, um espaço de fala”, confessa. Essa é a sua missão ao “estar CEO do BB”, como gosta de dizer: transformar iniciativas em “acabativas”. Dentre elas, catapultar a agenda ESG no BB a outro patamar — e ter o reconhecimento.

Uma das metas traçadas é “esverdear” ao menos meio trilhão de reais da carteira de crédito até 2030. Hoje, são mais de R$ 323 bilhões em operações que consideram o padrão ESG, sigla em inglês e que reúne critérios ambientais, sociais e de governança. A cifra representa um terço da carteira total do banco, de R$ 1,04 trilhão.

Em paralelo, o banco desembarcou em Nova York com a missão de levantar mais recursos para turbinar a agenda verde do Brasil. Se considerados todos os contratos assinados — bem como o potencial à frente —, o BB levantou cerca de R$ 8 bilhões que devem reforçar a agenda sustentável brasileira.

Deste total, US$ 850 milhões, o equivalente a cerca de R$ 4,25 bilhões, estarão disponíveis em curto prazo. A cifra compreende a primeira tranche de uma parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que prevê US$ 250 milhões (R$ 1,25 bilhão) em financiamento para impulsionar a bioeconomia da Amazônia no Brasil; um acordo com o Banco Mundial para disponibilizar até US$ 400 milhões para financiar micro e pequenas empresas que queiram reduzir suas emissões; e um contrato com o canadense BMO Financial Group, de outros US$ 200 milhões, para auxiliar a exportação de produtos agrícolas de baixo carbono.

“Isso é só o começo. Estamos crescendo o número de operações verdes para diversas finalidades que passam por infraestrutura, pelo agronegócio e pelas pequenas e médias empresas que estão mudando a sua matriz energética de consumo”, disse o vice-presidente de negócios de atacado do BB, Francisco Lassalvia.

Investidores e clientes

Durante a turnê de negócios em Nova York, o BB fez o primeiro tour da gestão capitaneada por Medeiros em Wall Street. O vice-presidente de Gestão Financeira e Relações com Investidores (CFO, na sigla em inglês), Geovanne Tobias, liderou reuniões com investidores para tratar das perspectivas de negócio do banco, e deixou uma boa impressão.

“Em seu primeiro giro com investidores como CFO, Tobias trouxe uma mensagem construtiva sobre o cenário macroeconômico do Brasil, com base em um ambiente de juros mais baixos e inflação controlada”, escreveu o analista Mario Pierry, do Bank of America, ao relatar a clientes os encontros de que participou.

Nas reuniões, os assuntos foram os resultados financeiros. Nesta frente, o investidor não tem do que se queixar: ao longo do último ano, o BB tem apresentado a melhor rentabilidade entre os cinco maiores bancos do País, marco que não ostentava desde o começo dos anos 2010. Os temores de uma possível queda com a troca de governo se dissiparam após o primeiro balanço da “era Tarciana”, que costuma dizer que o banco pode conciliar atuação social com rentabilidade.

O BB aproveitou também a passagem pela Big Apple para estreitar o relacionamento com clientes. O banco pretende ampliar a presença no exterior, e nos EUA, a ambição é crescer de forma orgânica e se valer da relação com seus correntistas endinheirados no Brasil para ampliar também os ativos sob gestão no mercado americano. A missão está nas mãos do novo presidente do BB Americas, Delano Valentim, até então vice-presidente do argentino Patagônia e que foi empossado no cargo no início do mês, como antecipou o Broadcast em julho.

Segundo a presidente do BB, o banco nos EUA é importante para o grupo e não há “nenhuma intenção” em se desfazer da operação, como foi aventado em direções passadas. “O Banco do Brasil precisa deixar de ser um banco brasileiro, com presença no exterior, para ser um banco do mundo mesmo. O BB Americas é uma operação importante para nós e não há nenhuma intenção de se desfazer do banco”, disse Medeiros.

Da Times Square ao Central Park

Uma das ações do BB para estreitar o relacionamento com clientes parou a Times Square, um dos cantos mais visitados da Big Apple. Se o ambiente é “instagramável” a qualquer hora do dia e, principalmente, da noite, o banco se valeu disso para o lançamento de sua nova campanha de sustentabilidade, que tomou os principais painéis locais de forma sincronizada.

Batizada de “All Amazônia” e criada pela WMcCann, a campanha é parte de uma ação de conscientização global para a preservação da Amazônia, recuperação de matas degradadas, da bioeconomia e da valorização aos povos que vivem na região. O rapper indígena do povo Guarani Mbyá, Orewá, deu voz ao filme que contou com a participação de Raoni Metuktir, representante dos povos originários, que parou a Times Square por quase cinco minutos.

Outra ação pôde ser vista no pulso da presidente do BB, de executivos do banco e nos braços dos gringos em Nova York: uma pulseira feita de sementes de açaí pela comunidade indígena amazônica Yawanawá e produzida pela grife Bottletop. Inserida na estratégia de sustentabilidade do banco, a ação destina a receita obtida com a venda do acessório a projetos em defesa dos povos da Amazônia.

Para encerrar as ações em Nova York, o Banco do Brasil promoveu um show no Central Park. O “Pororoca” reuniu a comunidade brasileira de Nova York com atrações como Carlinhos Brown, BaianaSystem, Olodum, Fafá de Belém e a ministra da Cultura, Margareth Menezes.

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Efraim é relator de projeto para tornar punição mais severa em crimes de roubo de fios de cobre

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Em conversa com jornalistas nesta sexta-feira (22), o senador Efraim Filho (União-PB) se manifestou sobre sua relatoria ao Projeto de Lei nº 3780, de 2023, que aumenta o rigor da legislação penal para coibir novos crimes de furto, roubo, estelionato, receptação e interrupção de serviço telefônico, e outros de utilidade pública.

O parlamentar disse que é preciso aumentar as penas e incluir na legislação a proteção de bens jurídicos caros à sociedade como, por exemplo, roubos e furtos de cabos e equipamentos de telecomunicações.

“A população não pode ficar à mercê desses bandidos que prejudicam a coletividade, colocando em risco a segurança de todos e gerando estragos irrecuperáveis. O código penal precisa ser atualizado para evitar uma legislação branda para esses delitos. Não dá para ficarmos lenientes com crimes dessa natureza”, desabafou.

Efraim relembrou, ainda em tom de indignação, a recente invasão e o roubo de fios de cobre na Paraíba que afetou a distribuição de água na Região Metropolitana de João Pessoa afetando cerca de 760 mil pessoas.

“Hoje, existem quadrilhas criminosas especializadas que operam de forma criteriosa na subtração de equipamentos de alto valor, como cabos de cobre e baterias. Essas ações infratoras comprometem, muitas vezes com danos irreparáveis, serviços de utilidade pública como emergências médicas”, disse.

Em 2023, mais de 5,4 milhões de metros de cabos de telecomunicações foram subtraídos, um aumento de 15% em relação a 2022, e mais de 7,6 milhões de clientes tiveram seus serviços interrompidos.

“Nosso trabalho legislativo vai ser firme no sentido de punir severamente esses criminosos. O PL 3780 definirá como crime qualificado, com penas mais rigorosas, e não mais como crime comum, o furto e roubo de celulares e de cabos de energia elétrica e telecomunicações ou outros que afetem serviço essencial,” concluiu.

O relatório já está em fase de conclusão e será apresentado em breve pelo parlamentar na Comissão de Constituição e Justiça do Senado.

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Relatório final da PF aponta Bolsonaro como “líder da organização criminosa” em tentativa de golpe

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O relatório final de 884 páginas da Polícia Federal (PF) sobre o plano de golpe de Estado no Brasil aponta o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como “líder” do grupo de 37 pessoas que, de acordo com a PF, organizou um plano para mantê-lo na Presidência após a derrota nas urnas para o presidente Lula (PT).

O documento, enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (21), relata que Bolsonaro “permeou por todos os núcleos” a organização criminosa apontada pela investigação. A Polícia aponta, ainda, que, apesar de transitar em todos os núcleos, “atuou diretamente na desinformação e ataque ao sistema eleitoral”.

Indiciados

Após um ano e dez meses de investigação, a PF indiciou nesta quinta-feira (21/11) o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas nesse inquérito que investiga tentativa de golpe de Estado no Brasil e plano de assassinar o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do STF, Alexandre de Morais.

Também estão entre os indiciados alguns ex-ministros do governo, como Anderson Torres (Justiça), general Augusto Heleno (GSI) e Braga Netto (Defesa e Casa Civil).

Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid também está na lista, além do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).

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Comissão analisa emendas a reforma dos processos administrativo e tributário

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A comissão temporária encarregada de modernizar os processos administrativo e tributário (CTIADMTR) voltará a analisar três projetos que aprovou em junho e que, depois, receberam emendas no Plenário do Senado. A reunião da comissão está marcada para quarta-feira (27/11), a partir das 14 horas. O relator das três projetos é o senador paraibano Efraim Filho (União Brasil).

As propostas vieram de anteprojetos apresentados por juristas ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e depois formalizados como projetos de lei. Elas haviam sido aprovadas em decisão terminativa e iriam direto para a Câmara dos Deputados, mas receberam recurso de senadores para que fossem analisadas também em Plenário. Ao todo, os três projetos receberam 79 emendas dos parlamentares, que devem ser analisadas pela CTIADMTR.

Um dos projetos que retornou para análise é o da reforma da Lei de Processo Administrativo (LPA — Lei 9.784, de 1999). O PL 2.481/2022 foi aprovado na forma de um substitutivo para instituir o Estatuto Nacional de Uniformização do Processo Administrativo. Serão analisadas 29 emendas apresentadas em Plenário.

Outro projeto é o de novas regras para o processo administrativo fiscal federal (PL 2.483/2022), que também foi aprovado como substitutivo. O texto incorporou os conteúdos de dois outros projeto que estavam em análise na comissão: o PL 2.484/2022, que tratava do processo de consulta quanto à aplicação da legislação tributária e aduaneira federal, e o PL 2.485/2022, que dispunha sobre mediação tributária na cobrança de dívidas fiscais. A comissão votará 36 emendas ao projeto.

O terceiro é o PL 2.488/2022 que cria a nova Lei de Execução Fiscal. O objetivo do texto é substituir a lei atual (Lei 6.830, de 1980) por uma nova legislação que incorpore as inovações processuais mais recentes e ajude a tornar a cobrança de dívidas fiscais menos burocrática. Foram apresentadas 14 emendas.

Comissão

As minutas dos projetos foram elaboradas pela comissão de juristas criada em 2022 pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e pelo então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux. A comissão foi presidida pela ministra Regina Helena Costa, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Depois, os textos foram apresentados como projetos de lei por Pacheco e remetidos para uma nova comissão, constituída por senadores. O senador Izalci Lucas (PL-DF) presidiu o colegiado.

Fonte: Agência Senado

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