Para marcar a passagem do Dia dos Avós, comemorado no Brasil em 26 de julho – mesma data em que se celebram as figuras de Sant’Ana e São Joaquim, avós de Jesus e pais de Maria – o cemitério, crematório e funerária Morada da Paz prepara o lançamento de um livro de receitas digital que resgata o preparo de pratos que foram compartilhados entre as antigas e as novas gerações, se perpetuando nas lembranças afetivas de diversas famílias.
Intitulado “Heranças Culinárias”, será lançado em formato de e-book e poderá ser acessado gratuitamente através de um cadastro no site: bit.ly/moradareceitas. Nas páginas do livro, o leitor vai conhecer e se emocionar com a herança culinária de diferentes famílias, que compartilharam receitas e as suas histórias, que passam de geração em geração, graças ao empenho dos avós na cozinha.
A iniciativa de lançamento do livro é parte da campanha Instantes, lançada em 2023 pelo Morada da Paz, e celebra as lembranças ao lado de entes queridos que se foram, mas deixaram seu legado para sempre marcado na história de quem ficou.
Galinha guisada, arroz de frango e angu salgado são algumas das receitas que constam no livro, que traz também o depoimento dos familiares que, ainda hoje, fazem as receitas deixadas pelos avós. No caso de Kacia Siqueira, a receita deixada pela sua mãe, Sônia, do biscoito doce chamado Lolita, foi transmitida para seus filhos e netos, e marca todas as gerações.
”Eu e minha mãe sustentamos a casa e a família por alguns anos vendendo Lolita e revendendo para alguns colégios particulares. Minha mãe fazia, e eu saia vendendo e revendendo quando mais jovem”, conta Kacia. “Essa foi a melhor época da minha vida. A receita passou para meus filhos e agora passarei aos netos com muito amor e orgulho”, complementa.
Escritor perpetua lembranças da avó em livro
Quem também tem muitas memórias de sua avó e resolveu compartilhá-las em um livro, como forma de homenageá-la, foi o escritor, jornalista e ilustrador Aureliano Medeiros. Em 2021, com apoio do Morada da Paz, o livro A Viagem do Barco Azul foi lançado e segue disponível até hoje de forma gratuita no site: bit.ly/barcoazul, marcando o processo de despedida de Dona Noêmia, avó do autor. “Eu tinha um carinho muito silencioso pela minha avó. Gostava de chegar na casa dela aos domingos e me deitar no sofá enquanto ela, na poltrona, assistia à missa na televisão”, recorda.
“Queria que ela pudesse durar para além dos seus já muitos anos. Que pudesse ser eterna, mesmo que na forma de um livrinho azul”, descreve Aureliano. De forma poética, ele narra a trajetória de sua avó que, apesar do medo que tinha de morrer, partiu de forma serena, deixando uma história digna de um livro. A leitura da obra é um convite à percepção de que
o processo de luto pode ter diversas nuances e mostra que é possível manter viva a memória daqueles que foram e são tão especiais.
“Escrever esse livro não foi fácil, mas foi a única coisa que eu podia fazer. Escrevi um dia depois de sua partida, que foi tão suave, de modo a processar a presença importante que ela tinha sido na vida de tantos, e na minha”, explica Aureliano. “Quando apresentei a ideia para o Morada da Paz, eles logo entraram junto no barco, e desenvolvemos a parte visual e ilustrada, que eterniza dona Noêmia em traço e verso”, finaliza.